terça-feira, 29 de junho de 2010

Mundial 2010: Portugal vs Espanha

Um jogo muito táctico com um vencedor a mostrar mais uma vez porque é uma das melhores selecções do mundo.

Os primeiros minutos foram difíceis para Portugal com a Espanha a entrar muito forte. Porém, assim que começámos a pressionar Piqué, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta a selecção espanhola teve muitas dificuldades em sair a jogar no futebol rendilhado próprio da Roja e do Barcelona de Guardiola. Foi a melhor fase da nossa selecção. Espanha não conseguia criar perigo e as arrancadas de Ceontrão apoiadas por Meireles e Tiago permitiam chegar junto à baliza de Casillas com perigo.

A segunda parte começou como acabou a primeira: Portugal concentrada e a enervar a selecção espanhola. Depois, o momento da controvérsia. Hugo Almeida que estava a fazer um grande jogo (pressão nos centrais, principalmente Piqué e a segurar a bola) sai para dar lugar a Danny. Aos poucos nota-se que a defesa começa a falhar (estranhamente diga-se, porque Danny estava a fazer a mesma posição que fez contra o Brasil) e aparece o golo da Espanha. A conjugação de pequenos erros leva a um erro enorme da defesa. Villa faz a diagonal, Ricardo Costa acompanha, mas quando a bola aparece na zona (na posse de Iniesta), Villa afasta-se do centro e procura espaço. Ricardo Costa devia tê-lo seguido. Não o fez. Ficou no meio a pressionar atraído pela bola e pela presença de Xavi. Simão, que estava um pouco mais adiantado ainda tenta recuperar a posição mas é evidentemente tarde. Remate de Villa, Eduardo consegue defender. Á segunda, El Guaje não perdoa. Está feito o golo.

Agora era tempo para Portugal sair para o ataque. Coisa que ainda não tinha feito neste Mundial (excepto no jogo contra a Coreia do Norte). E não o conseguiu fazer... Danny é praticamente inofensivo nas alas, Liedson é inofensivo a jogar em 4-3-3, Ronaldo estava em dia não (e a amuar...), Meireles e Tiago já estavam esgotados com o trabalho defensivo, Coentrão já não tinha a mesma capacidade (/fulgor) para desequilibrar e o resto da equipa não era talhada para o ataque. Para dificultar mais a situação, a Espanha passou a conseguir fazer o tiki-taka, que lhes dava a posse de bola. Por isso, a partir do golo sofrido, o jogo estava praticamente acabado. Só um lance de bola parada ou inspiração individual podia mudar o rumo do jogo.

Resumindo, o maior defeito de Queiroz são as substituições. Se a escolha de Ricardo Costa é explicável (ao estilo do que fez contra o Brasil, o objectivo era defender um extremo que pensa como ponta-de-lança, por isso, joga com um lateral que pensa como central), as substituições são quase inexplicáveis para quem sabe tanto de futebol. Danny não trouxe nada de novo ao jogo e retirou de jogo alguém que estava a ter uma influência positiva e Pedro Mendes seria uma das minhas últimas opções numa altura em que era preciso pressionar mais alto e jogar mais perto da área espanhola. Claramente as minhas opções seriam Deco ou Miguel Veloso/Duda. Meireles e Tiago continuavam a jogar em linha com Deco à frente deles ou Miguel Veloso/Duda para jogar a lateral e subir Coentrão para extremo com Danny perto de Liedson, como um enganche. Obviamente que não contesto a entrada de Liedson. Afinal, era o único ponta-de-lança que restava.

Notas Positivas:
Eduardo - Fantástico! Muito provavelmente o melhor guarda-redes do Mundial.
Fábio Coentrão - mais um grande jogo. imbatível na defesa e perigoso no ataque é o que se procura num bom lateral e foi isso que Coentrão ofereceu ao jogo.
Carvalho e Bruno Alves - Muita segurança deram à equipa com uma exibição quase sem falhas.
Meireles e Tiago - Entendem-se bem nos principais momentos do jogo: ataque, defesa e transições.

Notas Negativas:
Cristiano Ronaldo - Dizia eu no último texto que se começava a afirmar como capitão e jogador de equipa. Parece que me enganei... Atitudes de miúdo mimado não lhe ficam nada bem.
Deco - Mais declarações polémicas. Era desnecessário.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mundial 2010: Portugal vs Brasil

Portugal está a surpreender defensivamente. Ainda não sofremos nenhum golo e não se pode dizer que o Brasil não tentou. Quando entrou o Pedro Mendes, ficou uma linha de 5 perfeita. Era raro alguém se "desposicionar". Com um meio campo a fechar assim e próximo da linha dos defesas, os jogadores brasileiros não tinham espaço para entrar em diagonais, nem para o passe curto. Assim que saía o primeiro passe da tabelinha (movimento muito procurado principalmente pelos atacantes brasileiros), 2 ou 3 jogadores portugueses já estavam a fazer pressão na bola. Isto obrigou o Brasil a trocar a bola na linha de meio campo, que deixou Dunga à beira de um ataque de nervos.

Quanto ao ataque, pareceu-me que o Queiroz queria jogar como o Uruguai nos 2 últimos jogos: Ronaldo a fazer o trabalho do Forlán (quando não tem posse é PL, quando a equipa tem a bola é "trequartista"/"enganche"), Duda e Danny a fazer o trabalho de Suarez e Cavani, mas como estavam sempre longe de Ronaldo era muito difícil dar-lhe apoio e a equipa ficava muito partida. Na 2a parte alterou um bocado e pareceu-me que o Ronaldo tinha ordens para sair mais pelas alas e não tanto pelo meio. Depois, a troca do Simão pelo Duda só pecou por tardia. Na minha opinião, para atacar melhor é preciso apostar no Hugo Almeida. Deixá-lo jogar fixo no meio, de costas para a baliza, só a receber e tocar para entradas dos extremos e médios.

Notas Positivas:
Cristiano Ronaldo - cada vez mais joga para a equipa e se assume como capitão.
Fábio Coentrão - não se esperava tanto de um jogador que há um ano era um extremo que se perdia em fintas.
Eduardo - muita segurança e zero golos sofridos (não só mas também à conta dele).
Meireles - tal como escrevi no meu último texto, quanto mais próximo da área mais perigoso. hoje esteve um pouco mais longe, mas não deixou de ser uma peça fulcral nas transições.

Notas Negativas:
Ricardo Costa - entendo a titularidade dele para fazer frente às diagonais do Nilmar, mas estranhamente perdeu-se completamente no lugar onde se devia dar melhor, no centro.
Pepe - é notória a falta de ritmo e pode-se questionar se terá sido boa ideia trazê-lo para uma competição tão curta e exigente.
Duda - serve para tapar o buraco a lateral, mas não tem a mesma qualidade de outros extremos.
Danny - jogar a extremo sem o ser, pode levar a resultados menos conseguidos. quando podia sair pelo meio parecia mais perigoso, mas foram tão poucas as oportunidades que o que fica de bom da exibição é somente o trabalho defensivo. é uma nota negativa não tanto para Danny, mas para a insistência em fazer dele o que não é.

Já agora, 4M pelo Eduardo é uma pechincha! É capaz de ser um dos melhores negócios na razão qualidade/preço.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Parece, mas não é!

No último texto falei de 2 médios e volto a falar num par. Desta feita, os eleitos são Meireles e Guarín.

Meireles não esteve tão bem ao serviço do Porto, mas ao serviço da selecção tem feito boas exibições. Guarín, com um pé fora do FC do Porto até meio da época, encantou quem se dizia já impossível de encantar e parece determinado a provar o seu valor.


Começando por Guarín. Chegou como médio centro, foi experimentado a médio defensivo, como não satisfez repartiu o tempo entre o banco de suplentes e as reservas. Só conseguia alguns minutos de jogo quando Jesualdo Ferreira alinhava com 4 médios (principalmente contra equipas mais fortes fisicamente). Mas no final desta época, muito depois do grande jogo contra o Chelsea, destacou-se como médio ofensivo. Como ele próprio disse numa entrevista ao jornal OJOGO, tinha mais liberdade e confiança para atacar e podia rematar mais vezes. Sempre de pé quente e com muita técnica, é perigoso quando joga perto da área. Parece um jogador de cariz defensivo (até pelo seu porte)? Parece. Mas não é!

Raúl Meireles

Se Guarín, se destaca pelo seu porte físico, Meireles, destaca-se pela falta dele. É, talvez, o ponto mais fraco do seu jogo. Bom na leitura de jogo, na recuperação, no passe, no posicionamento, mas quando aumenta a intensidade física do jogo, Meireles não consegue manter o nível exibicional. Mas não é isto, que me faz falar dele neste texto, por isso, voltemos ao que interessa. Depois de muitas épocas de grande nível ao serviço do Porto fazendo companhia ao comandante Lucho Gonzalez, viveu, sem ele, uma época quase irreconhecível. No entanto, na selecção é cada vez um jogador mais importante, contando com alguns golos e assistências de elevada importância para as aspirações da selecção de todos nós. O que pode mudar no Porto para Meireles atingir o nível que o distinguiu nos últimos anos ou que o distingue na selecção? Vendo os últimos jogos dele, acho que lhe faz falta estar, tal como Guarín, mais próximo da zona de decisão. Quando tem possibilidade de jogar curto e fazer o último passe, tem muito mais influência no jogo. Este caso, não é tão fulgurante como o de Guarín, até porque já o vimos a jogar bem afastado da área, mas quem sabe se Meireles, também não é um jogador que parece ser mais defensivo do que realmente devia ser.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Brasil: Dois Pivots - Quem está errado: Dunga ou os críticos?














Depois de ver o Brasil - Coreia do Norte, houve quem ficasse com a sensação que Felipe Melo e Gilberto Silva estavam a fazer o mesmo trabalho e acabavam por se tornar redundantes, principalmente perante uma equipa que parecia proporcionar tão pouco perigo. Não contrario, acrescento. O que eles faziam era proteger a subida dos laterais. A melhor forma de combater uma equipa que joga em 5-3-2 ou 3-5-2 (só tem 1 jogador em cada ala e fecha muito o meio) é fazer uma sobrecarga das alas, isto é, fazer avançar alguém por essa zona, pois nunca vai ser marcado. Os laterais tinham que cobrir os extremos (no caso, Elano e Robinho) e isso deixava muito espaço para Maicon e Michel Bastos subirem e criarem situações de perigo (grande parte dos remates do Brasil na primeira parte partiram de Michel e Maicon e culminaram no golo de Maicon já na segunda). Mas no caso de haver uma recuperação de bola da Coreia, seria perigoso deixar uma situação de contra-ataque com as alas desprotegidas (obviamente que se pode argumentar que tanto Maicon como Michel Bastos recuperariam a posição antes que os jogadores da Coreia chegassem ao ataque). Daí, Felipe Melo, Gilberto Silva, Lúcio e Juan tivessem que funcionar quase como uma defesa a 4 quando os laterais atacavam.

Então, quem tem razão?
Na minha opinião, tanto Dunga como os críticos têm a sua razão. Parece confuso? Não é.
Se é verdade que há que ter cautelas na defesa, também é verdade que um aumento do risco nunca seria muito elevado, tendo em conta as características e qualidade de jogadores como Josué ou Ramires (e a qualidade da oposição). Por isso, entende-se a preocupação de Dunga em não perder o equilíbrio defensivo e percebe-se que os críticos queiram ver um Brasil mais atacante. Dunga quer ganhar, os críticos querem "joga bonito" e goleadas.

A favor de Dunga, há o facto de aquando da troca de Felipe Melo por Ramires, Ramires ter cometido uma falta que deu origem à jogada de golo da Coreia do Norte. Coincidência ou não, aconteceu.

domingo, 6 de junho de 2010

Atenção a: Júniores 2009/2010

Estando a decorrer a Fase Final do Campeonato de Júniores, aproveitei (graças à TVI24) para ver algumas das promessas nacionais. Aqui ficam os que, para mim, mais se destacaram:

Formato: Nome - Data de Nascimento - Nacionalidade - Posição - Potencial (0-5) - Principal Característica

Porto:
David Bruno - 14/02/92 - Portugal - Defesa Direito - 3.5 - Ataque
Sérgio Oliveira - 02/06/92 - Portugal - Médio Centro - 5 - Passe
Alex - 27/08/91 - Portugal - Extremo - 4 - Criatividade
Christian - 10/01/92 - Gana- Extremo - 3.5 - Velocidade

Sporting:
Cédric Soares - 31/08/91 - Alemanha/Portugal - Defesa Direito - 4.5 - Completo
Nuno Reis - 31/01/91 - Suiça/Portugal - Defesa Central - 4 - Segurança
Luís Almeida (Kikas) - 12/01/91 - Portugal - Médio Defensivo - 4 - Trabalho
Zézinho - 23/09/92 - Guiné-Bissau/Portugal - Médio Centro - 4 - Passe
Renato Santos - 05/10/91 - Extremo - 5 - Técnica/"Flair" (1-vs-1, finta, controlo de bola)
Amido Baldé - 16/05/91 - Guiné-Bissau/Portugal - Ponta-de-Lança - 4 - Capacidade Física

Benfica
Roderick Miranda - 30/03/91 -
Portugal - Defesa Central - 5 - Sai a jogar
Danilo Pereira - 09/09/91 -
Guiné-Bissau/Portugal - Médio Defensivo - 4 - Posicionamento
Lassana Camará - 29/12/91 -
Guiné-Bissau/Portugal - Médio Centro - 4 - Leitura de jogo
Adul - 20/11/91
- Guiné-Bissau/Portugal - Médio Ofensivo - 4.5 - Técnica


Nota: Como não tive oportunidade de ver o Vitória SC, não vou falar dos seus jogadores.

sábado, 5 de junho de 2010

Mundial 2010: Atenção a Sotiris Ninis (Grécia)













Nome: Sotiris Ninis

Data de Nascimento: 03.04.1990
Posição: Extremo / Médio Ofensivo
Nacionalidade: Grécia
Clube Actual: Panathinaikos

Nascido na Albânia mas de descendência grega, é há algum tempo considerado uma das maiores promessas do futebol europeu. Junta-lhe a esse epíteto, alguns factos: mais jovem jogador a disputar um jogo pela selecção, a marcar um golo pela mesma e a ser escolhido para capitão do Pana, tendo sido o segundo jogador mais jovem a estrear-se pelo Panathinaikos com 16 anos. Actualmente é titular da equipa contando com 46 jogos na Liga nas duas últimas épocas. Com a sua técnica, velocidade e visão de jogo, não tardará a ser contratado por uma equipa maior.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mundial 2010: Atenção a Chinedu Obasi (Nigéria)












Nome: Chinedu Obasi

Data de Nascimento: 01.06.1986
Posição: Avançado
Nacionalidade: Nigéria
Clube Actual: TSG Hoffenheim

Ex-companheiro de equipa de Obi Mikel no Lyn da Noruega, joga agora no campeonato alemão pelo Hoffenheim onde foi o segundo melhor marcador com 7 golos (em 23 jogos) atrás do bósnio Ibisevic. Joga em toda a frente de ataque (principalmente nas alas), destacando-se pela velocidade, remate e técnica. Aos 24 anos, é um jogador habitual nas convocatórias da sua selecção (24 internacionalizações), sendo já um dos melhores do seu país. A não ser que mude de equipa, ainda não será este ano que se estreará nas competições europeias, mas certamente que já haverá muitas equipas participantes a quererem contar com ele.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mundial 2010: Atenção a Nicolás Lodeiro (Uruguai)









Nome: Nicolás Lodeiro

Data de Nascimento: 21.02.1989
Posição: Médio Ofensivo / Extremo
Nacionalidade: Uruguai
Clube Actual: Ajax

Não deve ter lugar no onze da sua selecção, nem lá está para isso. Porém, se tiver hipóteses de jogar, certamente que vai mostrar que é um jogador com muito potencial. Saiu a meio da época do Nacional de Montevideu para o Ajax por uma verba a rondar os 4M, onde vive agora à espera de oportunidades, tanto no clube como na selecção. Resta esperar para ver o seu melhor futebol em acção na Europa.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Mundial 2010: Atenção a Efraín Juárez (México)










Nome: Efraín Juárez

Data de Nascimento: 22.02.1988
Posição: Lateral / Médio Centro
Nacionalidade: México
Clube Actual: UNAM Pumas

Falando de jogadores que se podem destacar no Mundial pela selecção mexicana, podia ter escolhido Javier Hernández, a nova coqueluche do Manchester United, mas estando já contratado por uma equipa de topo, preferi um jogador mais desconhecido. O escolhido foi: Efraín Juárez. Lateral direito do Pumas, tem também jogado como médio centro na selecção. Muito bom tacticamente e de bom nível técnico (principalmente a nível do passe), assume-se como uma das maiores promessas do futebol mexicano. Passou pela cantera do Barcelona, mas quando chegou a sénior foi forçado a deixar o clube devido às limitações no número de extra-comunitários impostas pela liga espanhola. Desde que voltou ao seu país, tem-se mostrado uma mais valia e cedo ganhou a titularidade, não mais a largando. Conta agora com 18 internacionalizações (e é quase certo que disputará todos os jogos que a sua selecção faça no Mundial, seja como lateral, médio centro ou ala) e mais de 70 jogos nas 2 últimas épocas pelo seu clube. Pode agora aproveitar a grande montra do Mundial para voltar de vez à Europa.