quarta-feira, 15 de junho de 2022

Novo Man Utd - O meio-campo

Muito se tem questionado sobre a qualidade dos jogadores que compõem o plantel do Manchester United. Será que existe razão para tanta crítica? Fui dar uma vista de olhos às estatísticas do meio-campo do Man Utd e comparei com o City.


Primeiro os jogadores. (Dados retirados hoje do scout report do FBREF)

Percentis referentes a todos os médios centros das 5 ligas


Bruno destaca-se com bola, Fred e McTominay complementam-se sem bola. Donny van de Beek (DVB) parece ser mais opção a Bruno Fernandes do que aos outros dois, ainda que a época não lhe tenha corrido bem.


Comparando Bruno + Fred + McTominay a De Bruyne + Bernardo + Rodri (sabendo que a soma das estatísticas individuais não são necessariamente igual às estatísticas coletivas)


Olhando para as estatísticas com bola: passes tentados e percentagem de passes completos são expectáveis que subam com Ten Hag e podem aproximar-se dos valores do City. Mas será que no restante também haverá aproximação? Passes progressivos, penso que sim com Bruno a participar mais recuado no jogo e com mais envolvimento da equipa, Fred e McTominay também poderão subir esses valores. Nos "carries", a diferença é muito grande, mas dominando a posse de bola, haverá espaços para os médios progredirem mais. Toques na área é outro problema e aqui, sim, estará muito associado à melhoria do processo coletivo. Quando a equipa estiver confortável a chegar à outra área com bola, os médios aparecerão lá. DVB e Bruno mais naturalmente, Fred também poderá crescer nesse sentido. Poderá fazer sentido pensar em McTominay como 8 e Fred como 6. A altura e jogo aéreo do escocês podem ser um plano B e Fred a desbloquear a partir de posições mais recuadas.


No plano sem bola será natural um decréscimo das ações. Aumentando o tempo com bola, vão ser reduzidos os "tackles", as interceções e pressões. Ainda assim, valores interessantes do Man Utd, sobretudo para Fred.

Resumindo, a considerar alguma adição, pensaria em alguém que acrescentasse progressão com bola. Frenkie de Jong seria uma oportunidade a não desperdiçar, Guendouzi (Marselha) também seria interessante; Cheick Doucouré (Lens) e Maxime Lopez (Sassuolo) com mais risco, mas também acredito que seriam soluções.

domingo, 21 de novembro de 2021

A rever - Centrais

Olhando aos dados estatísticos, vemos uma tendência nas equipas de top em que os centrais têm por base 3 valores em que se destacam.


1. Percentagem de passes completos. Na ordem dos 90% de todos os passes, acima de 90% em passes curtos e médios, acima de 70% nos longos

2. Ultrapassado em drible. São os 1v1 defensivo, normalmente a defender contra-ataques ou situações em que são o último homem. Abaixo de 1 vez ultrapassado a cada dois jogos é um bom indicador

3. Conduções de bola. Mais de 50 conduções de bola por jogo e 4 em progressão


Fui pesquisar alguns jogadores e surgiram os nomes:

Axel Disasi, Mónaco, Francês, 23 anos. Pode melhorar passe longo; muito forte no 1v1 defensivo e também bastante competente na condução.

Warmed Omari, Rennes, Francês, 21 anos. Passe longo acima de 90%, assim como nas outras distâncias; pode melhorar no 1v1 defensivo; precisa de melhorar as conduções. Mais número e mais progressão.

Igor, Fiorentina, Brasileiro, 23 anos. Também acima dos 90% em todas as distâncias de passe; é ultrapassado muitas vezes; muita condução, mas deve aumentar progressão com bola.



domingo, 4 de julho de 2021

Meias Finais do Euro - Antevisão

 Numa altura em que a diversidade de formações é tão elevada, quis ver que equipas chegam às meias-finais do Euro.


1. Espanha

Tipicamente em 4-3-3. Inicialmente com Morata como avançado centro, depois com Ferrán Torres e Moreno a jogar da ala para dentro e Koke mais aberto.



2. Itália

Tal como a Espanha, também em 4-3-3, e também com o lateral direito mais defensivo e o esquerdo mais ofensivo. Neste caso com dois jogadores a pegar na bola mais recuados (Jorginho e Locatelli) e Barella a fazer a ligação ao ataque.



3. Dinamarca


Única das 4 equipas a chegar às meias finais com 3 defesas. Depois linha de 4 e 3 jogadores na frente, 2 mais móveis e um mais fixo. Mais perto do final do jogo trocou os números entre linha média e ataque, passando a 3 médios centros e 2 avançados.



4. Inglaterra

Em 4-2-3-1 durante boa parte do tempo, mas por vezes com aproximação de Mount a Kane para passar a 4-4-2. Laterais bem profundos, com cobertura no meio por Rice. Mantém-se a dúvida sobre quem jogará nas alas: Sterling parece garantido, do outro lado poderá passar por Grealish que se mostrou em muito boa forma; Sancho que esteve bem em alguns momentos, mas não foi tão decisivo quanto seria de esperar; Saka ou Foden também serão opções a considerar para as meias-finais.



domingo, 20 de junho de 2021

Alemanha contra Portugal

 Falar deste jogo é falar sobretudo da gravíssima falha de preparação, mas também de reação durante o jogo ao problema do 4x5 da linha defensiva portuguesa contra o ataque alemão. Mas para além do assunto já abordado por todos, quero falar sobre o posicionamento de Ginter e a falsa linha de 3.


Da UEFA:

Posições Médias na Primeira Parte. Portugal do lado esquerdo, Alemanha do lado direito

Já por aqui se nota a posição de Ginter (número 4) por fora da linha lateral da área e mais à frente de Rudiger (número 2).

No golo anulado é ele que faz o cruzamento para o remate de Gosens.


Lance antes do primeiro golo alemão. Atrai William, Jota tinha ido a Kimmich.




No primeiro golo alemão, na linha dos médios.



No segundo golo alemão, depois a jogada desenvolve-se pelo lado esquerdo, mas aqui já atraiu Jota e puxou o meio-campo para o lado da bola.


No terceiro golo alemão, depois a jogada desenvolve-se em combinações da direita para o centro e depois com o passe para Gosens. De notar aqui que apesar da troca de Bernardo por Renato, os posicionamentos defensivos de Portugal mantêm-se, e naturalmente a bola volta a entrar em Gosens (que de tão aberto que está não aparece na imagem) completamente sozinho.



No quarto golo alemão, antes da bola entrar em Kimmich que centra para Gosens.


Numa típica linha de 3 centrais, Ginter não teria estes posicionamentos tão abertos e avançados. Uma vez que Portugal defendia com 10 atrás da bola, só sobrando Ronaldo na frente, Rudiger e Hummels encarregavam-se de ficar mais recuados e Ginter subia e encostava na linha para chamar Diogo Jota. Chamando Jota, William era obrigado a aproximar para dar cobertura e fazia encostar toda a equipa a esse lado. Foi mais uma ajuda para Gosens.


sábado, 19 de junho de 2021

Inglaterra e a dificuldade de criar oportunidades

Difícil perceber as escolhas de Southgate. Com imensa dificuldade em criar oportunidades de golo ou até de ter a bola na área, entra Grealish bem tarde e fica Sancho no banco.


Olhando para as estatísticas:

1. Passe


Grealish, Mount e Sancho dominam em progressão, passes para área, passes para último terço e passes para remate.


2. Criação de Remate e Golo


Grealish, Sancho e Mount à frente na criação de remate. Foden mais forte que Mount na criação de golo.


3. Posse



Nos dribles, Sancho com muitos dribles e muitos jogadores ultrapassados, Grealish com uma percentagem altíssima de sucesso e ambos com progressão, entrada no último terço, entradas na grande área. Do lado negativo, muitas perdas de Sterling.


4. Defesa



Mesmo na parte defensiva, Grealish, Mount e Sancho a terem os valores mais elevados de sucesso na pressão. Aqui muito bem Foden com bastante pressão, principalmente no último terço.