O Brasil iniciou a final dos Jogos Olímpicos a jogar num 4-3-1-2. As coisas não estavam a correr bem e Mano Menezes alterou para o mais tradicional 4-2-3-1. O que falhou?
4-3-1-2
Neste desenho tático, Mano Menezes procurou ter um jogador a proteger as subidas de Marcelo (Alex Sandro), sacrificando Hulk. Óscar e Leandro Damião procuravam preencher a vaga no lado direito do ataque. Ambas as situações foram prejudiciais para o estilo de jogo brasileiro. A presença de Alex Sandro impedia a explosão de Marcelo e o arranque de Neymar (que precisa/gosta de procurar a bola em zonas mais recuadas para poder "embalar") e as movimentações de Óscar e Damião faziam com que a equipa perdesse referências no centro, fosse o organizador ou o pivô.
Como o Brasil começou o jogo |
4-2-3-1
Com a entrada de Hulk e a saída de Alex Sandro, houve um equilíbrio da equipa. Óscar e Damião puderam-se concentrar nas suas acções, Neymar e Marcelo ficaram com mais liberdade de movimentos e o lado direito do ataque ficou ocupado.
Brasil no início da 2a parte |
Conclusão
Não pretendo dizer que um desenho seja melhor que o outro (nem seria sensato fazê-lo). Aqui, o objectivo é fazer entender que a dinâmica de uma equipa é complexa. A entrada de Alex Sandro para proteger a equipa dos movimentos ofensivos de Marcelo e Neymar parece ser boa no papel, mas revela-se um fracasso no relvado. Mantendo o 4-3-1-2, a solução para o tornar mais viável poderia ser a inclusão de Danilo no lugar de Rómulo pois daria mais largura na direita e permitiria que Alex Sandro jogasse mais interior. Ainda assim, com a quantidade e qualidade de soluções de que o Brasil dispõe para a frente de ataque, a alteração para outro desenho parece o mais adequado (na minha opinião, aos 60 minutos Danilo podia ter entrado para o lugar de Rafael e Lucas Moura para o lugar de Rómulo/Sandro com Óscar a jogar mais recuado).
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