Ia fazer uma análise mais detalhada, mas visto que o ZM já abordou grande parte dos pontos, vou aproveitar o desenho tático que fez para abordar alguns pontos de interesse do jogo.
Onzes Iniciais e Desenhos Táticos Fonte: Zonal Marking |
3-5-2 vs 3-4-3
Apesar de ser um duelo tático pouco visto (fora de Itália, lá é relativamente comum), não teve um impacto muito positivo no jogo, pois criou desequilíbrios naturais sem necessidade de grandes dinâmicas de ambas as equipas.
Juventus
O 3-5-2 tinha a vantagem de ter um homem a mais no meio-campo, que teoricamente daria espaço a Pirlo, mas que não foi aproveitada, pois a Juventus jogou maioritariamente em contra-ataque (é difícil saber qual seria a intenção de Conte se não tivesse ficado em vantagem tão cedo). Uma movimentação habitual era a descida de Giovinco para o lugar à frente de Marchisio e Vidal, que seria para receber a bola no momento de contra-ataque, mas que nunca funcionou muito bem.
Para contraria o jogador a mais no meio-campo, Milito ou Palacio desciam para perto de Pirlo. Uma dinâmica alternativa usada em alguns momentos era a subida de Cambiasso para perto de Pirlo com um dos centrais (normalmente Juan) a comporem o meio-campo (de outra maneira ficariam Vidal e Marchisio para Gargano).
Inter
Se a Juventus ganhava no centro do terreno, o Inter ganhava nas alas. Tipicamente, num duelo entre estes 2 sistemas táticos é o que acontece. O 3-5-2 só permite 1 jogador em cada ala, enquanto que o 3-4-3 permite 2 (um no meio-campo, outro na frente). Assim, mantendo Cassano e Palacio abertos, Nagatomo e Zanetti podiam subir livremente. Isto poderia ter sido resolvido se os centrais da Juventus tivessem liberdade para saírem do centro (estranho que Chiellini tenha desfeito a defesa a 3 para pressionar/seguir Palacio/Milito na vertical, mas nunca o tenha feito na horizontal) ou então com uma dinâmica colectiva que transformasse o desenho tático (por exemplo, com a ida de Vidal ou Marchisio para as alas e descida de Lichtsteiner para lateral, passando a uma formação mais próxima do 4-4-2). Esta situação foi particularmente favorável do lado esquerdo do ataque do Inter, onde Cassano se manteve muito encostado à linha e Nagatomo entrava pelo meio sem oposição (Lichtsteiner preocupava-se muito com Cassano e deixava o japonês livre).
Zanetti
Faltam palavras para o descrever. Tem 39 anos e tinha à sua frente um jogador 16 anos mais novo e conhecido pela sua energia. Raras foram as vezes que foi ultrapassado. Para ele, a idade é somente um número. Irradia classe e conhecimento. Para o bem do futebol, gostava que fosse eterno.
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