O jogo parecia resumir-se a Hulk contra o Benfica. Pelo menos, foi assim que Jorge Jesus o imaginou. Se parasse Hulk, parava o ataque do Porto. Então, escolheu o melhor defesa para essa tarefa e adiantou o habitual dono do lugar para médio/extremo. No papel, não parece ser uma má ideia, principalmente se pensarmos que Hulk raramente desce, David Luiz gosta de apoiar o ataque e Coentrão é muito forte no 1vs1 ofensivo. Isto é, numa situação defensiva, teria o seu melhor defesa a tapar o caminho e numa situação atacante, deixava Sapunaru a defender Coentrão e David Luiz sozinho.
Acontece que, na minha opinião, falharam algumas leituras a Jorge Jesus:
1. Hulk está num fantástico momento de forma e David Luiz não parece estar no seu melhor momento. Por isso, um duelo poderia ser vantajoso para Hulk (o que se veio a verificar).
2. Porto não é só Hulk. Se muitas vezes é dele que parte o desequilíbrio, também é verdade que é ajudado pelos seus colegas. Ou seja, a movimentação de Belluschi, Falcao e Varela são determinantes para o sucesso/insucesso das suas arrancadas. Logo, se Hulk conseguir ganhar algum espaço (ou o lance), a equipa tem que se preocupar não só com a dobra, mas também com os outros jogadores (falharam claramente no golo do Varela e depois no golo de Falcao, aqui com lance de Belluschi).
3. Para Ceontrão causar perigo, o Benfica precisava de ter a bola e apostar na capacidade técnica ou de conseguir sair rapidamente para o ataque e apostar na velocidade. Não conseguiu fazer nenhuma das duas.
Concluindo:
Jesus fez-me lembrar Jesualdo, num ponto que merecia críticas dos adeptos: mudar a equipa (jogadores, mas principalmente táctica e consequente dinâmica) conforme a equipa que defronta, principalmente contra as que lhe "metiam medo". Acredito que uma equipa deve fazer pequenos ajustes tendo em conta a oposição, mas revoluções não.