sábado, 31 de agosto de 2013

UEFA: Proposta de reformulação de cálculo dos potes

Peter Staunton publicou um artigo no site goal.com sobre a necessidade de revisão do cálculo dos potes. Partia do princípio que a UEFA protege as tradicionais equipas da Liga dos Campeões à custa das oportunidades para  os novos concorrentes. Actualmente, a classificação é calculada através dos resultados nos 5 anos anteriores ao qual é adicionada uma parte referente ao coeficiente da associação (leia-se país). Uma das falhas apontadas é a protecção associada à impossibilidade de confronto de equipas do mesmo país que acaba por proteger o coeficiente das associações com mais clubes. Apesar de entender a crítica, entendo que há algum fundamento nesta regra. Outra falha apontada, e esta é que me parece mais interessante, é cortar nos anos que contam para a classificação. 5 anos é claramente demasiado tempo. Principalmente com um mercado de transferências tão movimentado. Então, decidi recolher os resultados das equipas participantes na actual edição nas competições europeias (LC e Liga Europa só a partir da fase de grupos) e trabalhar os dados para perceber as alterações decorrentes da diminuição do tempo considerado. Fiz 2 tabelas: para últimos 2 anos e últimos 3 anos.

Nota: para cálculo dos pontos de cada equipa usei um método simples: 3 pontos por vitória, 1 ponto por empate para cada jogo. Passar a fase de grupos vale 1 ponto, oitavos 2 pontos e assim sucessivamente. Vencer a final tem um acréscimo de 5 pontos. Na Liga Europa é tudo reduzido a metade e tem uma ligeira alteração: passar o grupo vale 0.5 pontos e os 16-avos 1 ponto (ou 0.25 e 0.5 após a redução). Equipas que fiquem em 3º lugar na LC e passem para a LE não têm bonificação por passagem de grupo, naturalmente. Também não acrescentei nenhuma bonificação pela classificação da associação.

Começando pela classificação/divisão actual:
Passando para a situação considerando os 3 anos anteriores:
Já se notam algumas alterações (esquema de cores nos nomes das equipas mantidos da classificação utilizada pela UEFA): CSKA baixa imenso (12 lugares, 2 potes) fruto de 2 anos sem participações em competições europeias e Dortmund sobe (10 lugares, 1 pote) para 10º, 2º pote. Ao nível dos potes temos: uma alteração no pote 1 com a entrada do Schalke04 e a saída do Arsenal; quatro alterações no pote 2; quatro no pote 3 e duas no pote 4.

Mais alterações se forem considerados apenas os últimos 2 anos:
Aqui, destaca-se claramente a subida do Dortmund. Passou do 20º lugar da actual classificação da UEFA para o 6º! Por outro lado, a queda do Shakhtar, a passar do 10º lugar para o 22º, mas a baixar apenas 1 pote. Ao nível de potes: três alterações no primeiro com PSG e At. Madrid a acompanharem o Dortmund por troca com Arsenal, Man Utd e Porto; seis alterações no pote 2; outras seis no pote 3 e o pote 4 volta a ter duas alterações.

Evidentemente, podiam-se fazer algumas objecções ao método de cálculo, mas de qualquer modo, tanto a redução para 3 anos como a redução para 2 anos parecem conduzir a resultados mais condizentes com a realidade recente dos clubes, nomeadamente no caso do Dortmund e do CSKA Moscovo. No entanto, a protecção a equipas dos grandes países, nomeadamente os ingleses, deverá impedir alterações de maior.

Já agora, seria muito mais complexo, mas nada de outro mundo, considerar o sistema de ranking do xadrez, baseado no método ELO que tem em conta as posições dos adversários para cálculo das pontuações atribuídas em cada jogo (ganhar a um adversário melhor colocado garante mais pontos).

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Arsenal: Dinâmica do meio-campo

Surgiu a dúvida no texto anterior sobre quem seria o pivô do Arsenal: Ramsey ou Rosicky. Mais do que responder à pergunta, segue-se uma vista de olhos pela dinâmica do meio-campo.

1. Início do jogo: 4-3-3 bem definido com 1x2 no meio-campo. Ramsey atrás de Rosicky e Cazorla.

2.Fase de pressão em organização: Cazorla saiu, Rosicky aproxima-se da linha de Ramsey

3. Saída de bola: por vezes um segundo jogador vem buscar a bola, não é só Ramsey a oferecer a linha de passe aos centrais.

4. Compensação: Ramsey saiu com a bola, Cazorla estava mais à frente, então Rosicky recua.

5. Cazorla não é sempre o elemento mais adiantado. Aqui, Rosicky subiu e Cazorla está ao lado da Ramsey.

6. Basculação: bola do esquerdo (defensivo do Arsenal) então Cazorla sai à bola. Quando a bola é jogada para o lado direito, Rosicky sai na contenção e Cazorla recua para o lado de Ramsey.

7. Lance do golo: Ramsey subiu, Rosicky foi dar linha de passe curto ao lateral, Cazorla recuou para a posição "6". Bola entra em Cazorla, passa para Ramsey, que tenta o remate mas a bola fica em Giroud que marca.

8. Basculação, mais uma vez: Cazorla na contenção e Rosicky perto de Ramsey, depois o contrário.

9. Outra saída de bola, esta mais dinâmica. A bola passa pelos 3 médios: Primeiro Ramsey e Rosicky baixaram, a bola entra em Ramsey (mais central), passa para Rosicky que dá em Sagna. Neste momento, Cazorla baixou e, ao mesmo tempo, Ramsey e Cazorla sobem. Cazorla tranquilo na posição mais recuada do meio-campo a organizar o jogo.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Observação: Fulham

O plantel do Fulham chama a atenção. Não é de Champions, mas parece bem capaz de incomodar muitas dessas equipas. Este ano entraram Taarabt, Scott Parker, Amorebieta, Bent, Sketelenburg e Derek Boateng. Nas saídas contam-se Petric, Schwarzer e Diarra.
Partindo destas informações, decidi ver com atenção o jogo Fulham-Arsenal. Deixo aqui algumas observações ao modelo de jogo.

Equipas Iniciais:
Fulham (4-4-1-1): Stockdale; Riether, Hughes, Hangeland, Riise; Duff, Parker, Sidwell, Taraabt; Kasami; Berbatov.
Arsenal (4-3-3): Szczesny; Jenkinson, Sagna, Mertesacker, Gibbs; Ramsey, Rosicky, Cazorla; Podolski, Walcott, Giroud.

1. Primeira fase de pressão: Berbatov destacado, Kasami nas suas costas e o médio do lado da bola sai da linha de 4 (na imagem, Parker já está a recuperar a posição e sai Sidwell). É difícil definir isto como um comportamento da equipa. Berbatov torna-o difícil. Tanto pressiona em cima, como "descansa". Tanto é Kasami a sair ao portador como Berbatov. Tudo parece dependente da vontade do búlgaro.
2. Distância entre lateral e central: nota-se alguma referência ao opositor por parte do lateral Riether. Neste caso é Podolski, noutras situações do jogo Podolski joga mais interior e a preocupação é Gibbs. Duff preocupa-se sempre em fechar a zona central aproximando-se de Parker.
3. Berbatov no lado direito após uma transição ofensiva falhada. Parece algo recorrente a presença de Berbatov no lado oposto ao da bola. Mais uma vez, é difícil perceber se é idealizado pelo treinador ou se é vontade do búlgaro.
4. Mais uma vez, um médio centro sai da linha. A bola veio do lado esquerdo (defensivo) para o meio, mas é Parker que sai. Pode ter sido preocupação de Sidwell com Walcott ou simplesmente por uma questão de proximidade que o médio centro do lado da bola não saiu. Aqui Kasami seguiu Cazorla do meio para a ala e Berbatov aproxima-se do meio, mas ainda está longe, logo Rosicky e Ramsey (assim como a linha defensiva) têm total liberdade.
5. Na saída de bola em organização, um dos médio aproxima-se dos centrais. Neste caso é Parker.
6. Quando Parker sai, Sidwell recua.
7. Como é tradicional dos treinadores britânicos, o espaço entre a linha de 4 defensiva e do meio-campo tem uma ocupação deficiente. Aqui pode haver 2 interpretações. Ou a linha defensiva devia estar mais subida, com a resposta à subida de Gibbs a ser feita frontalmente por Riether e lateralmente por Duff (neste caso é Duff que se aproxima da contenção e Riether a ficar na cobertura) ou então com Duff na contenção e a linha do meio-campo mais próxima da baliza que Duff. Também se nota que a preocupação de Taraabt em diminuir a distância ao médio mais próximo é bastante menor que a de Duff.
8. Preocupação de Parker com a movimentação de Ramsey abre a linha de passe para Podolski (marcado com uma oval). Duff demasiado aberto, numa das poucas ocasiões em que não estava próximo de Parker.
9. Espaço entre-linhas desocupado, linha de passe aberta e muita qualidade técnica de Cazorla. A bola entra fácil em Podolski que remata, mas a bola desvia em Hughes. Parker limitou-se a seguir Ramsey...
10. Berbatov fixou em Sagna, Kasami saiu a Mertesacker e ficou um espaço enorme entre as 2 linhas.
11. Taraabt é ultrapassado e não recupera a posição, bola entra em Rosicky que isola Walcott ao primeiro toque. Riether demorou muito tempo a subir e Walcott fica em jogo. Repare-se também na posição dos apoios de Riise. A preocupação do norueguês é a linha de fundo, virando as costas à zona central...
12. Ramsey, entre-linhas, recebe, roda e remata sem oposição. Remate sai fraco, mas vai ter a Giroud que desvia do GR e marca. Taraabt muito aberto, preocupado com o lateral não oferece proteção à saída de Sidwell (Parker bem, no meu entender, a ocupar o espaço à frente da defesa). Nota-se, como já tinha reparado anteriormente, Berbatov no lado oposto ao da bola quando a equipa defende.
13. Num momento em que Sidwell e Parker baixaram, o central Hangeland sai a jogar. Tanto Hangeland como Hughes não são maus com a bola nos pés, mas isso não é aproveitado por Martin Jol, apenas lançamentos longos.
14. Berbatov recua para oferecer linha de passe curto, mas Hangeland procura Duff na lateral. Fulham perde a bola. Nota-se também muitos jogadores à frente da linha da bola. Neste caso são 6: os laterais, os extremos, Kasami e Berbatov. Dificulta imenso a progressão.
15. Linha defensiva desfeita pela preocupação de Riether com Podolski, mas a concentração de jogadores na zona da bola permite a recuperação (só Taraabt não está na imagem e perto da bola contra 4 jogadores do Arsenal). Não é uma situação padrão da equipa. Aconteceu pela aglomeração de jogadores do Arsenal nessa zona e pela má decisão de Ramsey ao não fazer o passe para Walcott que dava linha de passe sobre o exterior.

Em suma, as duas linhas de 4 sem uma presença entre-linhas são um problema grave, principalmente numa altura em que grande parte das equipas adoptam sistemas com um jogador solto atrás do PL (normalmente o 4-2-3-1). A nível individual, Taraabt e Berbatov são preocupações. São génios à sua maneira, principalmente o avançado, mas defensivamente são uma debilidade. Berbatov actua por iniciativa própria, desligado da equipa (por vezes funciona pela sua inteligência), Taraabt raramente percebe as necessidades da equipa e executa em conformidade.
Ao nível do sistema, alterava para um 4-3-3 com maior liberdade para Parker e talvez com Sidwell como pivô (mais difícil é escolher o terceiro médio). Bent e Ruiz no banco são boas opções. Por mim, Ruiz jogava. Seja no lugar de Taraabt ou Kasami.
O Fulham parece ser um típico caso em que o plantel é claramente melhor que o treinador.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Paços de Ferreira (1) vs Zenit (4) - Notas (Editado)

Paços de Ferreira

As dificuldades já eram previstas (posse de bola), mas a equipa de Costinha respondeu bem. Organizada, a procurar ter a bola e a atacar constantemente a baliza adversária. Também porque o Zenit se dá bem com isso, diga-se.
Fonte: Facebook do Paços de Ferreira

Filipe Anunciação

Tivesse apanhado um treinador que transformasse a violência em agressividade e poderia ter tido uma carreira melhor como trinco ou central (numa breve pesquisa encontrei 3 nomes de treinadores que passaram pela carreira dele: Jaime Pacheco, Neca e José Mota...).

Espaço "6" do Paços e Shirokov

Já tenho falado por aqui na importância do controlo deste espaço. André Leão normalmente é bom nessa tarefa, mas falhou uma vez e deu golo (o primeiro). Talvez o erro não seja dele, mas de quem era suposto fechar esse espaço quando ele sai. Que foi o que aconteceu no quarto golo do Zenit. Contra equipas deste nível erros pagam-se caro, especialmente quando na outra equipa está Shirokov. Brilhante a aparecer em zonas de finalização. Imprescindível para o modelo de jogo de Spalletti.

Romeu

Tal como foi o caso de Vítor, parece chegar tarde à "ribalta" (apesar de ter estado com o Penafiel na Primeira Liga, segundo dados do zerozero nem 1 minuto fez). Parece ser um grande reforço para o Paços e assim que ganhar mais rotinas a jogar perto de André Leão poderá ser um meio-campo difícil de ultrapassar.

Costinha e Vítor

É difícil separar o que é o trabalho de Costinha do que tinha sido feito por Paulo Fonseca, ainda assim, se há razão para sair de cabeça baixa deste jogo é pela previsível saída de Vítor. E que jeito daria Vítor! O Paços seria certamente um dos maiores candidatos às competições europeias, bem próximo de Braga e Sporting. Assim, parece estar a alguma distância desses dois. Talvez ao lado de Estoril, Rio Ave e Marítimo.

Sistema de jogo e os 3 da frente (Rui Miguel, Hurtado e Irobiso)

Parecia ser um 4-4-2 (ou 4-3-1-2) em losango com os avançados abertos, mas com mobilidade na frente para trocas entre Rui Miguel, Hurtado e Irobiso. Surpreendeu a escolha de Irobiso, mas respondeu bem. Não deverá ser titular e até o sistema de jogo poderá mudar, mas deixou boas indicações. Hurtado continua a mostrar valor e foi pena não ter jogado de início contra o Braga (estará relacionado com o cansaço das viagens pela seleção). Rui Miguel, não esteve tão bem, mas com a saída de Vítor deverá lutar pela titularidade com Sérgio Oliveira (supondo que Romeu ganha a titularidade).

Novo tópico: Sistemas

A UEFA disponibiliza os press kits com as informações das posições médias:

Paços de Ferreira

Primeira Parte

Linha de 4, pivô, 2 interiores com Sérgio O. (20) mais aberto e
3 jogadores móveis na frente

Segunda Parte

Vítor (6) mais próximo do meio-campo do que Rui Miguel (10 no esquema anterior);
Carlão e Hurtado mais destacados e próximos da área.

Zenit

Pouca diferença entre primeira e segunda parte, por isso, só ponho o esquema do jogo todo.
Terminou o jogo com Arshavin (entrou pelo 34, Bystrov) próximo do PL e
Mogilevets (entrou pelo 10, Danny) a equilibrar em número no meio-campo, sem extremos.
Aqui nota-se Witsel e Zyryanov próximos com 4 jogadores destacados para as
transições ofensivas (Shirokov, Bystrov, Danny e Kerzhakov)

domingo, 18 de agosto de 2013

Maratona de Futebol - Notas

Liverpool 1 - Stoke 0

Com Brendan Rodgers, Liverpool tem uma proposta de jogo interessante. Muito dinâmico na frente, mas ainda permissivo atrás (já quando era treinador do Swansea foi notado isso neste blogue). Mignolet segurou a vitória no final. Na frente a dupla Coutinho-Sturridge promete dar que falar.
Stoke, agora sem Tony Pullis joga futebol mais curto, ainda assim com Crouch em campo é difícil fugir ao pontapé para a frente. Nos cantos e livres próximos da área são muito perigosos.

Sunderland 0 - Fulham 1

Fora das equipas de topo são dos plantéis mais interessantes da Premier. Tanto uma como outra parecem longe do seu potencial, mas se o atingirem podem ser decisivos na luta pelo título e, quem sabe, lutar pelos lugares europeus.

Swansea 1 - Man Utd 4

Swansea mantém o seu estilo. Mais posse e até mais remates à baliza que o United. No entanto, a defesa continua a ser o ponto fraco, principalmente Ben Davies. Na frente, a dupla Michu-Bony pode fazer estragos.
Man Utd ganhou essencialmente pela maior qualidade individual. Custa ver Kagawa no banco. Com a presumível saída de Rooney, poderá ganhar espaço para jogar no meio. Veremos qual a decisão de Moyes.

Valladolid 1 - At. Bilbao 2

O Bilbao tem um dos meios-campos mais interessantes do futebol mundial: Iturraspe-Beñat-Herrera. Toque de bola fantástico, principalmente do "Pirlo basco" - Beñat. Com boa organização defensiva, o Bilbao é sério candidato aos lugares europeus. Para já é frágil nesse aspeto.

Valencia 1 - Málaga 0

Duas equipas muito mudadas em relação à última época. Bem mais forte o Valencia. Bernat sem espaço no ataque, mostra-se como boa solução para a lateral esquerda. Banega totalmente recuperado da lesão volta a ser o craque que o Valencia precisa. Mas falta golo à equipa e Postiga não é o jogador ideal para isso. Recuar Banega para o duplo pivô e Postiga para "10" juntando um finalizador pode melhorar bastante as hipóteses do Valencia. Matri, Chicharito e Guidetti podem ser opções a considerar.
Málaga pode ter um ano terrível. Perdeu Isco, Joaquin, Demichelis, Toulalan, Saviola, Iturra e Júlio Baptista. Somados a Monreal que já tinha saído a meio do ano passado dá mais de meia equipa titular e alguns dos suplentes mais utilizados. Não é fácil reagir a isto, principalmente quando as únicas opções de compra são jogadores de nível competitivo bastante mais baixo. Anderson e Chen podem ser as surpresas entre os reforços. Dos canteranos, espera-se muito de Fabrice.

E. Frankfurt 0 - Bayern 1

Bayern ganha mas ainda não convence totalmente. Hoje, Robben no banco (cansaço pelo amigável a meio da semana?), Shaqiri no meio e Muller na ala direita. Ribery no seu top. Este ano luta pelo top3 da Bola de Ouro. Pensava-se que Mandzukic seria suplente com Guardiola. Por agora, é um jogador útil pela garantia de golos, veremos o que acontece quando o modelo estiver mais consolidado.

Porto B 2 - Trofense 1

Os jogadores da A continuam a tapar o desenvolvimento dos jogadores da B e júniores. Até ao fecho do mercado, alguns destes problemas poderão ser resolvidos, outros manter-se-ão. Carlos Eduardo aproveitou e fez um bom jogo como pivô defensivo (ao lado de Mikel). Vion é jogador para fazer muitos golos. Merece mais oportunidades.
Pela negativa, a maneira como Luís Diogo, treinador do Trofense, quis defender o resultado. Era adjunto de Jaime Pacheco, não é certamente o melhor tutor que se pode ter...

Guimarães 2 - Olhanense 0

Um pouco à semelhança do Valencia-Málaga. Duas equipas diferentes da época passada. No Guimarães, o "pinheiro" Maazou garante golos pelas capacidades físicas e Paulo Oliveira destaca-se na defesa. Do lado do Olhanense, gostei de ver Ricardo Ferreira que depois de fazer a formação no Porto e ter sido comprado pelo AC Milan, volta a Portugal. Mais à frente, Pelé (ex-Belenenses), Celestino, Rui Duarte e Regula podem fazer um bom meio-campo. Fica para ver como evolui a equipa de Abel Xavier.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Seleção Portuguesa: Alguns problemas

Chega ver o golo sofrido com cuidado para se perceber quais são os maiores problemas da nossa seleção.

Problema 1: Controlo do espaço "6". Falta controlo sobre o espaço à frente da defesa. Nem Veloso, nem Amorim conseguiram resolver isso. Facilmente se pode ver isso pela clareira à frente dos 4 defesas. Mais estranho é o jogador mais próximo ser Cristiano Ronaldo que não é de todo conhecido pelo apoio à defesa (que veremos a seguir). Robben aproveitou diversas vezes este problema para aparecer sozinho no meio.

Problema 2: Controlo de largura. Veja-se a posição de João Pereira (JP) no início do lance e a consequente distância entre jogadores. Quando a bola entra no meio, JP é obrigado a sprintar para não ficar fora do lance.

Espaço "6" desocupado e pouco controlo de largura
Problemas 3 e 4: Leitura de situações de jogo e agressividade. Este caso volta a estar ligado com o problema 1. Compare-se a posição de Veloso nas imagens seguintes. Primeiro à entrada da área, à frente da defesa. Tal como defendo que deve fazer. Depois, quase na linha de Pepe e JP. Não faria cobertura a Neto no caso de ser ultrapassado no 1vs1, não retira nenhuma linha de passe, nem protege o espaço à frente da defesa (das duas, uma: ou fecha o espaço entre Neto e Pepe e outro jogador ocupa a posição à frente da defesa ou então deixa-se ficar nesse espaço). Repare-se também em Coentrão. Com a bola na posse do adversário mais perto da baliza do que ele, recupera a posição em jogging... Mais, a bola passa entre ele e Veloso para chegar ao marcador do golo! Pelo meio tem tempo para olhar para o árbitro auxiliar para ver se ele marca fora-de-jogo... Por fim, Cristiano. Repare-se na imagem acima e agora na primeira imagem abaixo. Era o jogador mais próximo da linha de 4 defesas, mas permaneceu imóvel. Limitou-se a observar o decorrer da jogada.
Ronaldo ainda no mesmo sítio e Coentrão a passo

Veloso não faz cobertura a Neto, nem retira linha de passe.
Coentrão continua a passo.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Bayern (3) vs Gladbach (1) e Montpellier (1) vs PSG (1) - Notas

Bayern (4-3-3): Neuer; Lahm, Boateng, Dante, Alaba; Bastian, Kroos, Muller; Robben, Ribery e Mandzukic.

Bayern só com um pivô: Bastian Schweinsteiger. Bastian a trinco era a primeira dúvida deste novo Bayern. Para já, parece passar no teste.
Robben é importante a dar profundidade mas parece a leste do resto da equipa. Será interessante ver quem Guardiola escolhe para o próximo jogo e, mais interessante ainda, quem escolhe quando Gotze e Thiago estiverem disponíveis.
Na defesa, Dante também não parece totalmente confortável. Javi Martínez não terá jogado por ter feito uma pré-época muito curta e não estar nas melhores condições. É outra dúvida para os próximos jogos.

Bastian como pivô único permite mais um jogador ofensivo.

Gladbach (4-2-3-1): Ter Stegen; Jantschke, Stranzl, Dominguez, Daems; Kramer, Xhaka; Herrmann, Arango, Raffael; Kruse.

De relevo só saiu Mike Hanke e mesmo ele já não era indiscutível. Chegaram Kramer, Raffael e Kruse com entrada direta no onze.
Interessante o uso de Kruse como PL, pois é sobretudo médio ofensivo (/2º avançado no típico 4-2-3-1 alemão). Dá muitas linhas de passe e participa muito na organização de jogo. Servirá mais para este tipo de jogos (em que a equipa é claramente inferior e ataca sobretudo em transições).
Fica por saber como joga o Gladbach contra equipas do seu nível e de nível inferior.
Max Kruse como avançado pode até ser uma alternativa na seleção alemã.

Montpellier (4-2-3-1): Jourdren; Congré, Hilton, Kaoutari, Tiené; Stambouli, Marveaux; Camara, Mounier, Cabella; Herrera.

A parte que vi do jogo, já o Montpellier jogava com 10 e a procurar segurar o resultado. Dificilmente poderia fazer uma leitura correta do que fosse.

PSG (4-4-2): Sirigu; Jallet, Alex, Thiago Silva, Maxwell; Lucas, Verratti, Matuidi, Pastore; Lavezzi e Zlatan.

O problema da época passada mantém-se: demasiada qualidade de jogadores para o meio obriga a jogá-los nas alas. Lucas e Pastore encostados à linha são um desperdício. Por vezes, Pastore e Lavezzi trocavam, mas não chega para melhorar o rendimento coletivo.
A jogar contra 10, Laurent Blanc trocou Verratti por Ongenda. Ongenda na ala, Pastore ao lado de Matuidi. Não resultou porque passou a ter um criativo de baixa intensidade a jogar na linha do meio-campo. Depois tira Lucas para entrar Rabiot, médio centro ao estilo de Verratti. Pastore na ala, Rabiot ao lado de Matuidi. Parecia a tentativa de desfazer o erro, mas agora com muito menos qualidade individual (não necessariamente por Rabiot que é um jogador de muito potencial, mas comparando Ongenda a Lucas).
Antes da expulsão do jogador do Montpellier tinha entrado Cavani por Lavezzi. Não parece muito fácil jogar com Cavani e Zlatan ao mesmo tempo durante 90 minutos. A ver como se entendem e quem sai do onze.

Será que a dupla se entende? Se resultar, são garantia de muitos golos.

Reação à superioridade numérica

A minha ideia seria: se o Montpellier tira o "10" (tirou um extremo, mas passou Cabella para a ala), podia tirar Matuidi que é um jogador para momentos defensivos. Para o lugar dele, Rabiot que tem muito mais qualidade de passe seria o ideal ou então descer Lucas para levar a bola e fazer entrar Ongenda (não vi nada de especial nele, mas foi pouco tempo de jogo e numa situação específica). Nunca Pastore numa zona tão afastada da baliza adversária.

A rever: Zakaria Bakkali

Já me tinha chamado a atenção no Toulon 2013 e agora ganhou um lugar na equipa principal do PSV. Bakkali só tem 17 anos, mas já se está a tornar mais um dos fantásticos talentos belgas.




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cuidado Sporting e Braga

Com o nível que Estoril, Paços de Ferreira e Rio Ave atingiram, a luta pelos lugares europeus vai ser renhida se Braga e Sporting não subirem o nível. O que estão a apresentar no Torneio do Guadiana não augura um futuro fácil na Liga para ambas as equipas.