terça-feira, 26 de junho de 2012

Euro2012: Portugal vs Espanha - Antevisão

O que esperar de Espanha?
4-3-3 sem alterações. Apenas há dúvida no ataque: entre Silva, Cesc e Torres, jogam 2. Previsivelmente serão Cesc e Silva. Pedro pode ser uma surpresa.

Reacção a Portugal
Tendo em conta os pontos fortes de Portugal que alterações poderá fazer o seleccionador espanhol? Tendo em conta que a equipa é dominante e já joga com um duplo pivô defensivo, é pouco provável que haja alterações. Busquets deverá aproximar-se de Arbeloa para o ajudar com Ronaldo, mais a contenção atenta de Piqué e o mesmo poderá acontecer do outro lado com Alonso, Alba e Ramos para Nani.

O que pode fazer Portugal?
Aqui é que as previsões se tornam mais complicadas. Na minha opinião há 3 hipóteses principais:
  • 4-3-3 habitual: com a possível alteração de Meireles por Custódio e Hugo Almeida no lugar do lesionado Postiga. Neste desenho tático, Varela pode uma opção interessante. Seja a jogar na ala com Ronaldo no meio, no meio para dar mais mobilidade ao ataque ou na ala com Nani como falso 9 (já mais aproximado a um 4-4-2).

  • 3-5-2 "à la Itália": tal como escrevi no final do jogo Espanha-Itália, foi das equipas que melhor conseguiu anular o estilo de jogo espanhol. Um onze inicial possível seria: Patrício, Pepe, Alves, Rolando/Veloso, JP, Coentrão, Veloso/Custódio, Moutinho, Nani/Custódio/Meireles, Ronaldo e Hugo Almeida.

  • 4-4-2: uma das reacções naturais ao estilo de jogo espanhol deveria ser encher o meio-campo, principalmente com jogadores que sejam capazes de sair a jogar após a pressão. Assim, um onze inicial poderia ser: Patrício, JP, Pepe, Alves, Coentrão, Veloso, Custódio, Moutinho, Nani/Meireles, Ronaldo e Hugo Almeida.

Acima de tudo, a reacção deverá passar por dar um pouco do remédio espanhol aos próprios, isto é, pressão nas primeiras fases de construção (Ramos, Arbeloa e Alonso optariam logo por um passe longo) e posse de bola. É muito importante aguentar a posse nos primeiros segundos após a sua recuperação, pois é quando a pressão alta espanhola é mais evidente.

Condição Física
Não sei se durante os 90 minutos se vão notar os efeitos do maior número de dias de descanso da selecção portuguesa. Duvido. Onde a condição física pode ter influência é nos jogadores que fizeram todos os jogos e tanto o 11 português como o espanhol pouco (ou nada) se têm alterado. No nosso caso, Meireles poderá ser subsituído por Custódio (ou Hugo Viana), mas os restantes casos não parecem tão relevantes. Já no caso espanhol, é preciso ter atenção a Xavi e Iniesta. São os jogadores que dão corpo à filosofia de jogo e tiveram um época complicada ao nível de lesões. Até agora, pouco descanso tiveram e isso pode beneficiar Portugal. Cazorla e Pedro poderão ser soluções no decorrer do jogo.

PS: Tinha escrito o texto antes de saber que Hugo Almeida estava confirmado no 11, mas já fiz as alterações. O desenho tático habitual ganha muita força nas hipóteses para amanhã. Ainda assim, será interessante ver a dinâmica da equipa. Quase aposto em Nani a jogar mais interior (aliás, pareceu-me que Paulo Bento tentou isso no início do jogo contra a República Checa quando Meireles jogou mais próximo da ala, Ronaldo mais no meio e Nani até chegou a trocar de lado - para a esquerda. Quando digo interior leia-se mais próximo da linha de Moutinho e Meireles do que de Ronaldo e Hugo Almeida).

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Euro2012: Onze da Fase de Grupos

Ponto Prévio
Não vi todos os jogos e vou contar apenas com os jogadores que vi.

GR: Tyton (Polónia)
Defesas: Debuchy (França), Hummels (Alemanha), Pepe (Portugal) e Coentrão (Portugal)

Médios: Plasil (República Checa), Pirlo (Itália) e Iniesta (Espanha)

Avançados: Nani (Portugal), Mandzukic (Croácia) e Arshavin (Rússia)

Suplentes
GR: Iker Casillas (Espanha)

Defesas: Maggio (Itália), De Rossi (Itália), Mellberg (Suécia) e Clichy (França)

Médios: Modric (Croácia), Cabaye (França) e Nasri (França)

Avançados: Gomez (Alemanha), Benzema (França) e Lewandowski (Polónia)

PS: Aconselho a darem uma vista de olhos à antevisão do ZM (o link está na coluna das leituras). Na essência não é muito diferente da minha, apesar de não ser tão baseado nas estatísticas, mas vale sempre a pena ler.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Euro2012: Portugal vs Rep. Checa - Antevisão Estatística

Ponto Prévio
Esta antevisão é simples e naturalmente que lhe podem ser apresentadas muitas falhas, principalmente porque os dados estatísticos baseiam-se somente nos 3 jogos disputados na fase de grupos desta competição. A ideia é abordar as situações ataque-vs-defesa de ambas as equipas.

Portugal
Alinhando em 4-3-3, com o 11 habitual: Patrício (12), Pereira (21), Pepe (3), Alves (2), Coentrão (5), Veloso (4), Moutinho (8), Meireles (16), Nani (17), Ronaldo (7) e Postiga (23). Não sendo conhecida nenhuma lesão, as únicas possíveis alterações serão a saída de Meireles e Postiga. Ainda assim, é pouco provável que aconteçam.

República Checa
Deve manter o 4-2-3-1 com: Cech (1), Selassie (2), Sivok (6), Kadlec (3), Limbersky (8), Hubschman (17), Plasil (13), Jiracek (19), Kolar (10, é o número de Rosicky mas os valores estão corretos para Kolar), Pilar (14) e Baros (15). Rosicky seria o titular no lugar de Kolar, mas não deve estar em condições físicas para o fazer (o próprio treinador da Rep. Checa disse que as probabilidades de Rosicky jogar são muito baixas).

Defesa e Ataque
Os dados que contei para a defesa foram: desarmes, intercepções de bola e remates bloqueados.
Para o ataque, os dados considerados foram: remates, passes perigosos e dribles.
Todos os valores são a média por jogo e o valor total de cada parâmetro (defesa e ataque) é dado pela soma dos valores de cada jogador. Os guarda-redes foram excluídos da análise e os dados dos centrais foram somados para obter um só valor.
Certamente que há muito mais dados que interessem e muita coisa que os dados não dizem, mas como veremos a seguir, não fogem muito ao entendimento geral de como funcionam ambas as equipas.

República Checa - Ataque vs Portugal - Defesa
Portugal à defesa: Nani e a dupla Pepe-Alves sobressaem, Moutinho com liberdade
Nota:  Raios representam proporção dos valores

Como podemos ver, Pepe e Bruno Alves têm funcionado bem como dupla e parecem suficiente para conter Baros que já ultrapassou a sua melhor fase da carreira. João Pereira e Coentrão poderão ter bons duelos nas alas contra Pilar e Jiracek, respectivamente. No meio-campo, a ausência de Rosicky é muito importante para Portugal em situações defensivas, pois é mais perigoso que Kolar, mas revela-se uma má notícia nas situações ofensivas (a seguir). Plasil é dos jogadores mais importantes da equipa e deverá dar bastante trabalho a Meireles. Por outro lado, Hubschman é mais "trinco" e poderá libertar Moutinho para outras tarefas (ajudar Meireles com Plasil, Veloso com Kolar e/ou Coentrão com Ronaldo com Selassie). Ronaldo pouco defende e apesar de Selassie não ter acções muito "importantes", numa das arrancadas conseguiu uma assistência, por isso, deverá haver algum cuidado com o jogador (tal como já referi, Moutinho poderá ajudar nessa acção). Do outro lado, Limbersky ataca bastante, mas Nani também tem cumprido muito bem as tarefas defensivas. O duelo entre Postiga e os centrais não deverá ser muito importante.

Portugal - Ataque vs República Checa - Defesa
Ronaldo e Nani sobressaem, equilíbrio entre laterais portugueses; médios poderão ter liberdade
Começando pelos sectores mais recuados, Pepe e Bruno Alves são mais importantes que Sivok e Kadlec nas movimentações ofensivas das suas equipas, pois a dupla portuguesa faz mais passes perigosos e é mais forte nas bolas paradas ofensivas (remates). Além disso, não deverão ter grande luta por parte de Baros. Nas laterais, mais uma vez há algum equilíbrio com Pilar a não esquecer as tarefas defensivas e Jiracek apesar de apresentar valores mais baixos, é um médio defensivo adaptado, por isso, não deverá ter dificuldades em cumprir essas tarefas. No meio-campo, a análise torna-se mais complicada. Se Rosicky jogar, Veloso terá muita liberdade, mas Kolar já está mais presente no momento defensivo. Meireles tem estado apagado nos momentos ofensivos e pode ser presa fácil para Plasil que não tem feito muito a nível defensivo. Resta saber o que acontecerá no duelo Hubschman-Moutinho. Teoricamente, seria equilibrado e até com vantagem para o checo, mas a presença de Ronaldo na sua zona de acção poderá retirá-lo do meio e dar espaço a Moutinho (e mesmo a Meireles). Tal como já disse, Ronaldo poderá ter que enfrentar 2 jogadores: Selassie e Hubschman. Nada a que não esteja habituado e que pode servir os nossos interesses (pois liberta outros jogadores). Também deverá aproveitar a tendência atacante de Selassie. Do lado direito, Nani tem sido dos jogadores mais importantes na fase atacante e poderá continuar a sê-lo, pois Limbersky não oferece muita resistência (é o lateral com menos acções defensivas). Postiga terá que lutar contra uma boa dupla de centrais, mas como se pode ver por ambas as imagens, nada que se compare à nossa dupla. Kadlec é lateral adaptado e isso pode restringir a dupla (pouca dinâmica).

Quadro-Resumo
Valores obtidos
Conclusão
Na defesa, devemos ter cuidado com Plasil (vs Meireles), as subidas dos laterais Selassie e Limbersky (vs Ronaldo/Moutinho e Nani) e com os extremos Jiracek e Pilar (vs Coentrão e João Pereira).
No ataque, devemos aproveitar a qualidade dos nossos extremos Ronaldo e Nani (vs Selassie/Hubschman e Limbersky), os ataques de Coentrão (vs Jiracek) e a liberdade de Moutinho/Meireles (vs Plasil).

domingo, 17 de junho de 2012

Euro2012: Portugal (2) vs Holanda (1) - Análise

Onzes Iniciais e Desenhos Táticos



Portugal: Patrício (12), João Pereira (21), Pepe (3), Bruno Alves (2), Coentrão (5), Miguel Veloso (4), Moutinho (8), Meireles (16), Nani (17), Ronaldo (7) e Postiga (23)
Nada de novo no desenho tático, nem no onze inicial em relação aos outros jogos. No início, a selecção portuguesa parecia meia adormecida e sem saber o que fazer face ao ataque rival. No entanto, parece ter acordado depois do golo sofrido. Para este acordar, muita importância teve Miguel Veloso. Soube baixar o ritmo de jogo e tentou dar mais posse de bola a Portugal. Por outro lado, os centrais (principalmente Bruno Alves) procuravam os lançamentos longos que não resultavam em nada mais do que oferecer a bola aos adversários. Meireles teve mais um jogo mau, Nani e Coentrão mais um de alto nível. Ronaldo esteve em grande a fazer o que deve fazer: finalizar quando outros criam e criar para outros finalizarem. Ser o elemento criativo e finalizador é demasiado. Moutinho também este muito bem.

Holanda: Stekelenburg (1), Wiel (2), Vlaar (13), Mathijsen (4), Willems (15), De Jong (8), Vaart (23), Robben (11), Sneijder (10), Van Persie (16) e Huntelaar (9)
A selecção "laranja" entrou como jogou na 2a parte do jogo com a Alemanha: 5 elementos só preocupados com ataque, 2 com a defesa e 3 em situação "normal". Obviamente que isto partiu completamente a equipa e tal como não tinha criado muito contra a Alemanha, também não criou contra Portugal. Hoje ainda se notou mais a ineficácia desta tática porque Sneijder fez um jogou muito abaixo do seu nível.

Jogadores "só" de ataque
No futebol moderno, é um conceito que não devia existir. No entanto, Ronaldo e Postiga praticamente só tinham(/executavam) tarefas ofensivas e na selecção holandesa eram 5 os jogadores: Vaart, Sneijder, Robben, RVP e Huntelaar! Ganhou a equipa que tinha menos jogadores deste estilo, isto é, ganhou quem jogou mais como equipa em todos os momentos do jogo.

Paulo Bento
Decidiu manter o onze e aceita-se, apesar de Meireles já ter estado abaixo do seu nível nos outros jogos. Não era um jogo difícil. O talento individual é indiscutível, mas como conjunto os holandeses não são mais fortes que a Dinamarca. Então, acho que uma abordagem de posse de bola teria resultado muito melhor. Com a equipa partida, Portugal facilmente caía em situações ofensivas de 6/7-vs-5 no meio-campo holandês (um pouco como na jogada que deu o 1o golo). Mesmo em contra-ataque, a bola podia ter entrado mais vezes em Nani. Está em boa forma e a oposição (no 1-vs-1) não era de nível muito elevado. Quanto às substituições, não concordo com a entrada de Nélson Oliveira. Naquele momento do jogo, talvez tivesse apostado em Varela para fechar a lateral e dava o meio a Ronaldo. Varela é mais culto a nível defensivo e também é muito perigoso em transições rápidas (apesar de não concordar com esta abordagem, partindo do mesmo princípio do treinador, acho que Varela era melhor opção). Custódio também podia ter entrado mais cedo.

Bert van Marwijk
Não consigo perceber o que tentou fazer... Foi parecido com o que Jorge Jesus fez algumas vezes com o Benfica sem bons resultados (por exemplo, no jogo contra o Rio Ave que o Benfica empatou 2-2 após ter recuperado da desvantagem). Esta ideia de partir a equipa só funciona contra equipas muito mais fracas e com ritmo de jogo muito alto. Neste caso, nem o ritmo era muito elevado, nem o adversário era mais fraco. Mesmo sem criar muitas situações, quase não mexeu na equipa (medo da crítica no caso de tirar um elemento mais ofensivo por um mais defensivo) e quando mexeu foi para desequilibrar ainda mais a equipa (Afellay por Willems), ficando com 4 jogadores defensivos e 6 atacantes.

Conclusão
Jogo teoricamente fácil para a equipa das quinas, mas dificultado por uma má estratégia de jogo. Ainda assim, Portugal construiu muitas jogadas de perigo e o resultado podia ter sido mais volumoso. A Holanda estava muito desequilibrada e nunca conseguiu ser dominante como seria suposto olhando ao onze inicial. Portugal joga agora os quartos-de-final contra a República Checa e a Holanda volta para casa, certamente desapontada. O treinador holandês dificilmente continuará à frente da selecção.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Euro2012: Espanha (4) vs Irlanda (0) - Notas

Basicamente, foi o esperado: um jogo sem história. Um típico 4-4-2 britânico (ainda que Simon Cox tenha jogado mais perto dos médios do que da linha da frente) contra o móvel 4-3-3 espanhol, desta vez com Torres na frente, no lugar de Césc.

Xavi
É fantástico vê-lo a jogar. O entendimento do jogo e de todos os seus momentos é assinalável. Está sempre presente e junta-lhe imensa qualidade. Com bola é ele que decide todo o jogo, sem bola dá sempre linha de passe, seja lateral ou em apoio frontal (melhor pivô que muitos pontas-de-lança).

Iniesta
Foi o segundo grande jogo em 2 possíveis. É, possivelmente, o maior candidato ao prémio de melhor jogador do Euro.

Fernando Torres
Finalmente! Sempre defendi que um jogador da qualidade dele não se podia ter esquecido de como se joga. Era tudo uma questão de tempo (leia-se confiança ou qualquer outra situação mental). Mais que os golos, vale pela movimentação que aproveita a enorme capacidade de passe dos jogadores da sua equipa (Xavi, Iniesta, Silva, Alonso,...)

Espanha - 3º jogo da fase de grupos
O jogo contra a Croácia promete não ser fácil e a selecção espanhola pode precisar de uma vitória (não fiz as contas para o caso de empate). No entanto, Del Bosque não descansou quase ninguém depois de ter a vitória certa sobre a Irlanda. Veremos como Xavi e Iniesta se vão apresentar no último jogo. Santi e Césc deviam ter entrado mais cedo para os lugares da dupla blaugrana.

Irlanda
Eliminada a equipa, fica na memória a "prestação" dos adeptos. Fantástico:

domingo, 10 de junho de 2012

Euro2012: Espanha (1) vs Itália (1) - Análise

Onzes Iniciais e Desenhos Táticos

Setas com fim indicam algumas dinâmicas
Setas com início e fim indicam troca de posições
Espanha
Iniciou o jogo no que se pode descrever como um 4-3-3, mas difícil de integrá-lo na conotação típica devido à falta de extremos e ponta-de-lança fixo. Del Bosque procurou aproximar-se do Barcelona com David Silva a fazer de Messi. A grande dúvida era como a Espanha ia combater a falta de largura inerente aos jogadores que estavam em campo. A espaços foi resolvida pelas subidas de Jordi Alba, mas o treinador devia ter mexido mais na equipa (mais à frente volto a este assunto). De notar, também, a movimentação do meio-campo: era suposto Xavi jogar mais ao lado direito, mas como procura sempre organizar o jogo, percorreu mais zonas centrais e Busquets procurava ocupar a posição incial de Xavi. Xabi Alonso recuava para médio mais recuado e Iniesta aproximava-se de Xavi. Na frente, Cesc e Silva trocavam muitas vezes de posição.
Destaque individual da Espanha:
Iniesta
Itália
Prandelli optou por encher o miolo do terreno, usando 3 centrais e 3 médios num 3-5-2. O elemento "surpresa" foi De Rossi no trio defensivo, o que não é assim tão surpresa tendo em conta as declarações do jogador na conferência de imprensa de antevisão do jogo. A tática pareceu resultar muito bem para anular o jogo pouco largo dos espanhóis, mas ao nível atacante não teve muito efeito (pode-se discutir os méritos individuais da dupla atacante). É de esperar que Di Natale e Giovinco iniciem os próximos jogos nos lugares de Cassano e Balotelli. Na selecção italiana, também havia o problema da largura, pois só tinham 1 elemento em cada ala: Maggio na direita e Giaccherini na esquerda. Quando Marchisio saía a jogar nas transições oferecia procurava as alas e acabava por oferecer linha de passe nessa zona, mas do outro lado Thiago Motta era mais vertical.
Destaque individual da Itália:
Pirlo
Excesso de jogo pelo centro
Como se nota no desenho tático há um claro excesso de jogadores no centro do terreno. Quando a Espanha estava em posse, podiam-se contar 12 (!) jogadores nessa zona (entre o meio-campo e a área italiana): Busquets, Alonso, Xavi, Iniesta, Cesc, Silva, Pirlo, Marchisio, Thiago Motta, Chiellini, Bonucci e De Rossi.

Arbeloa
Podia ter sido uma das chaves do jogo para a Espanha. Atacou pouco e notava-se a falta de largura, principalmente do lado direito. Tendo em conta que Alonso e Busquets jogavam à frente dos 2 centrais, ambos os laterais podiam subir.

Maggio
Tal como Arbeloa, podia ter sido a chave para o sucesso da equipa italiana. Quando os ataques foram lançados pelo seu lado, foi muito perigoso, mas foi uma opção poucas vezes tomada.

Vicente del Bosque
Podia ter arriscado um pouco mais nas substituições sem perder o controlo do meio-campo e sem desequilibrar a equipa. Xabi Alonso por Pedro ou Santi Cazorla com Iniesta no meio podia ter feito a diferença.

Cesare Prandelli
Com a entrada de Torres e Navas na equipa espanhola, podia ter avançado De Rossi para o meio-campo e ter apostado numa tática próxima de um 4-4-2. Não era necessário tanto jogador na última linha defensiva e De Rossi podia dar uma ajuda a controlar e organizar o jogo a meio-campo.

Espanha vs 3-5-2
Será que esta tática vai passar a ser utilizada para anular o jogo interior espanhol? À partida parece uma boa solução. A forma de anular esta tática passa por tirar a bola do meio, dar muita largura ao jogo e criar situações 2-para-1 nas laterais (lateral e extremo vs lateral, por exemplo). Estas ideias são contrárias ao estilo de jogo praticado pela Espanha e sendo uma selecção idealista, é pouco provável que altere o seu estilo. Neste jogo, Del Bosque devia ter feito essa leitura e escolhido jogadores como Pedro e/ou Navas e um dos pontas-de-lança que tem disponíveis para fazerem parte do 11 inicial ou, pelo menos, deviam ter entrado mais cedo.

sábado, 9 de junho de 2012

Euro2012: Alemanha (1) vs Portugal (0) - Notas

Portugal
A equipa portuguesa apresentou-se no tradicional 4-3-3 mas com uma dinâmica diferente da habitual. A estratégia passava por defender bem, junto à área e apostar nas transições ofensivas. Só resultou a espaços, o que é pouco para uma equipa com tantos jogadores talentosos. Em evidência estiveram Pepe e Nani. O luso-brasileiro esteve muito bem na defesa, anulando quase sempre Gomez (só o deixou fugir no lance do golo, quando foi "traído" por um desvio). Nani também fez uma boa exibição, mas falta-lhe um bom apoio no lado direito (João Pereira foi uma nulidade). Os movimentos interiores devem ser incentivados seja quando Portugal domina o jogo ou quando joga em contra-ataque. Varela entrou bem e Nélson Oliveira é uma boa aposta para jogos em que se aposta nas transições rápidas.

Destaque individual de Portugal:
Nani

Alemanha
Sem surpresas, entraram em campo em 4-2-3-1 e é provável que tenha sido o pior jogo do conjunto alemão neste Euro. Portugal defendeu bem, mas não foi muito perigoso no contra-ataque. Diga-se que muito por culpa de Hummels que esteve irrepreensível. Pareceu-me que Götze ou Reus e Schurrle podiam ter entrado por Podolski (ou Gomez com Podolski a passar para o centro do ataque) e Müller. No entanto, na altura em que Joachim Low ia mexer na equipa, Gomez marcou e não necessitou dessas alterações. Ainda assim, Bender podia ter entrado mais cedo para ajudar a acabar com o jogo.
É, juntamente com Espanha, a grande candidata ao título.
Destaque individual da Alemanha:
Mats Hummels

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Euro2012: Polónia (1) vs Grécia (1) - Notas


Começou o Euro!
Apesar de toda a festa que envolve o início desta competição, o jogo inicial foi pouco apelativo. A Polónia não teve muita vontade, a Grécia não teve qualidade.

Polónia
O contingente do Dortmund (Piszczek, Kuba e Lewandowski) eleva esta equipa para um patamar que lhe podia garantir ser a surpresa da competição, mas o treinador não parece ajudar muito.
Alinharam no 4-2-3-1 esperado e além dos 3 jogadores já falados, só Obraniak sobressaiu. Podiam ter ganho se tivessem forçado a partir do 1-0. Quiseram guardar a vantagem e fugiu-lhes a vitória.
Destaque individual da Polónia:
Lewandowski

Grécia
Fernando Santos alinhou numa tentativa de 4-3-3 que não resultou muito bem. Depois, alterou a equipa e conseguiu "resgatar" um empate. Acredito que no próximo jogo, dê oportunidade no onze inicial aos jogadores que entraram: Papadopoulos (neste caso é quase obrigatório), Salpingidis e Fortounis (a acompanharem Gekas ou Samaras na frente)
Destaque individual da Grécia:
Salpingidis


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sub21: Portugal (3) vs Albânia (1) - Notas

Salvador Agra
Fico sempre maravilhado com as arrancadas dele. A capacidade que tem de criar desequilíbrios é fantástica. Hoje encostou mais ao lado direito e usou a aceleração e velocidade para fazer cruzamentos, mas também joga bem do lado esquerdo a fazer diagonais para o meio e rematar, pois tem um remate muito bom (forte e colocado).
Salvador Agra

André Martins
Hoje não foi dos seus melhores dias, mas a qualidade está lá. É evidente. A capacidade de gerir os ritmos de jogo, a classe, a qualidade de passe, etc. Não tenho dúvidas que tem qualidade para ser um médio de Top e até já está muito próximo de o ser.

Mergin Brahimi (nº 8, Grasshoppers) e Armando Vajushi (nº 14, Litex)
Foram os jogadores que mais me chamaram à atenção da selecção albanesa. Brahimi joga na equipa principal do Grasshoppers do campeonato suiço, onde tem havido muito trabalho feito nas camadas jovens. Vajushi joga no Litex do campeonato búlgaro. Ambos começavam a jogar encostados à linha (Brahimi na direita, Vajushi na esquerda), mas era frequente vê-los no meio. E talvez a selecção albanesa ficasse a ganhar com o uso deles em posições mais centrais.

Mergin Brahimi
Armando Vajushi


domingo, 3 de junho de 2012

Golaço - Giovani dos Santos (México)



E está o rapaz à procura de um clube onde se possa afirmar... Não se entende como um jogador com tanto talento pode passar tanto ao lado de uma carreira de topo (um pouco como Manuel Fernandes, diga-se).

sábado, 2 de junho de 2012

Golaço - Lewandowski (Polónia)

Grande golo do avançado polaco do Borússia de Dortmund. Esta selecção pode ser uma das surpresas do Euro2012. Conta com o apoio do público e tem jogadores em equipas importantes: desde o trio do Dortmund (Lewandowski, Kuba e Piszczek), o guarda-redes do Arsenal Szczesny e outros espalhados pelas primeiras ligas francesas e alemã. Só 5 jogadores ainda actuam no campeonato nacional, sendo dois deles sub-20 e um desses (Rafal Wolski) é falado como reforço do... Dortmund.

Proposta de Plantel - Braga 2012/2013

Continuando as minhas propostas de plantel, segue-se o Braga, 3º classificado da Liga.

Plantel que acabou a época
GR:
Quim, Berni e Marcos
Defesas:
Miguel Lopes, Baiano, Salino, Elderson, Imorou, NAC, Ewerton, Douglão, P. Vinícius e Samuel
Médios:
Djamal, Custódio, Vinícius, Hugo Viana, R. Amorim, L. Alberto e Mossoró
Avançados:
H. Barbosa, Alan, Ukra, P. César, E. Rivera, N. Gomes, Lima e Carlão
Portugueses: 9
Total de jogadores: 28

Onze Base da Última Época
4-2-3-1: Quim, Salino, Elderson, Douglão, Ewerthon, Custódio, H. Viana, Alan, H. Barbosa, Mossoró e Lima

Entradas propostas: Ricardo Ribeiro (GR, Moreirense, 0.5M€), Aníbal Capela (DC, fim de empréstimo), Guilherme (MC/MO, fim de empréstimo), Pizzi (EX, fim de empréstimo), Yazalde (EX/PL, fim de empréstimo), Zé Luís (PL, fim de empréstimo), Meyong (PL, fim de empréstimo), Éder (PL, fim de contrato)
Saídas propostas: Marcos (rescisão), M. Lopes (fim de empréstimo), R. Galo (0.5 M €), Samuel (?), Ewerthon (fim de empréstimo), R. Amorim (fim de empréstimo), P. César (fim de contrato), Ukra (fim de empréstimo), N. Gomes (fim de contrato), Carlão (fim de empréstimo), Lima (5M€), E. Rivera (empréstimo/equipa B), Keita (0.5M €)
Diferença:  (6) - (0.5) = 5.5M€

Plantel Proposto
GR: Quim, Berni e R. Ribeiro
Defesas:
Baiano, Salino, Elderson, Imorou, NAC, Douglão, P. Vinícius e Aníbal Capela
Médios:
Custódio, Djamal, Hugo Viana, L. Alberto, Mossoró e Guilherme
Avançados:
Alan, H. Barbosa, Pizzi, Yazalde, Zé Luís, Meyong e Éder
Portugueses: 9
Total de jogadores: 24

Onze Proposto
Mais uma vez, vou procurar manter o desenho tático da época que findou. Acredito que o novo treinador não deitará por terra o bom trabalho feito por Leonardo Jardim.


Onze Alternativo
Neste caso, o 4-4-2 aproxima-se muito do sistema preferencial da época passada (aliás, por vezes jogava Nuno Gomes nas costas de Lima aproximando a equipa a este sistema), no entanto gostava de ver Pizzi (ou mesmo Hélder Barbosa) a jogar na frente, junto a um atacante mais forte fisicamente.
4-4-2: Quim, Salino, Elderson, NAC, Douglão, Custódio, H. Viana, Alan, Hélder Barbosa, Pizzi e Éder

Conclusão
Acima de tudo, procurei apostar nos jogadores que o clube tem sob contrato, mas que não representaram o clube na época anterior, como são os casos de Aníbal Capela, Guilherme, Pizzi, Yazalde, Zé Luís e Meyong. Como 3º GR decidi apostar em Ricardo Ribeiro do Moreirense por troca com Marcos. Não é de pôr de parte a hipótese do Braga conseguir contratar Beto ou Bracalli devido ao excesso de GR do Porto ou mesmo Eduardo (Génova). Já que falo no Porto, é importante não esquecer que as dispensas de Porto e Benfica podem ser aproveitadas pelo clube minhoto. Além dos GR do Porto, também Ukra, Rúben Amorim e Carlos Martins, por exemplo, podem ser opções a baixo custo para o plantel. No sector defensivo, optei pela não continuidade de Ewerthon pois pode haver muita competição pelo jogador, o que faria subir o preço para valores que o Braga não deve ser capaz de gastar e também não contei com Samuel, pois não teve oportunidades neste fim de época e acredito no potencial de Aníbal Capela. Do meio-campo para a frente, há que ter em conta as possíveis saídas de Meyong e Yazalde (fala-se num bom negócio com uma equipa da Liga Norte-Americana). No caso de eles saírem, Bédi Buval do Feirense e Artur do Beira-Mar (ou o já falado Ukra) podiam ser boas opções para os substituírem. Outra situação que pode ser aproveitada pelo Braga é a rescisão de contrato dos jogadores do Leiria. Jogadores como John Ogu, Rúben Brígido, Tiago Terroso ou mesmo Bruno Moraes podem ser interessantes para compor o plantel.