domingo, 30 de setembro de 2012

Porto B - Qual é o propósito?

Hoje o Porto B alinhou com:
Fabiano Freitas, David Bruno, Mangala, Abdoulaye Ba, Quiño, Mikel Agu, Pedro Moreira, Tozé, Kelvin, Iturbe e Dellatorre
São 6 jogadores da equipa A (Fabiano, Quiño, Mangala, Ba, Kelvin e Iturbe) e 8 estrangeiros.

Onde está o jogador português?
E quantos farão parte do 11 base do plantel principal do Porto no futuro?

Transição A-B em vez de B-A?

Olhando aos exemplos máximos de aproveitamento da equipa B, Barcelona e Marítimo, esta equipa serve principalmente para fazer a inclusão de jogadores jovens na equipa principal. Maioritariamente jogadores que passaram a idade de júnior ou estão nela ou apostas em jogadores jovens de campeonatos "secundários" (principalmente no caso do Marítimo). O Porto subverte esta ideia e apresenta jogadores que se incluem no plantel principal nesta equipa. Qual é o passo seguinte? Permitir aos que estão em idade júnior darem outro passo atrás? Podem dizer que é uma falsa questão porque grande parte destes jogadores ainda não jogaram pela equipa A. Mas então porque não integram definitivamente o plantel da B?

Liga Orangina

Como é que as outras equipas do segundo escalão podem competir com jogadores das principais equipas do escalão superior? Hoje o Penafiel até conseguiu o empate, mas em vez de ser um jogo aberto como é normal nesta Liga, foi um jogo de sentido único em que a "outra" equipa só procurava transições rápidas ofensivas. Que melhoria é que isto traz ao futebol nacional?

Jogadores Portugueses

E quanto à dita promoção do jogador nacional que foi usada como objectivo desta medida? São 8 os não-portugueses em campo! Como é que isto promove o jogador português? Fábio Martins, Tiago Ferreira, Edú e Sérgio Oliveira, Frédéric Maciel e Eloi Silva em comum têm o facto de serem portugueses e terem cedido os seus lugares a jogadores não-portugueses.

Conclusão

Acima de tudo, espero que este ano sirva de experiência e que se aproveite melhor a oportunidade de ter uma equipa B no próximo ano. Já agora, era bom que Tozé conseguisse lutar por um lugar na equipa principal. Qualidade não lhe falta.

PS: Do outro lado estava o Penafiel que no ano passado vendeu Michel (Braga) ao Paços de Ferreira, este ano vendeu Manoel ao Braga e conta no plantel com jovens que pode potenciar e vender: Mbala (Avançado, 19 anos), Diogo Viana (Extremo, 22 anos), Aldair (Extremo, 20 anos) e Robson (Médio Centro/Ofensivo, 24 anos). Podem não ter equipa para subir, mas têm um plantel que garante sustentabilidade.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Liga Portuguesa: Sporting (2) vs Gil Vicente (1) - Notas

Ao ver o final do jogo, surgiram-me 2 questões:

1. Faz sentido trocar um defesa por um atacante quando se está a perder e se quer inverter o resultado?

Teoricamente e racionalmente, não. Emocionalmente, sim. Afastando o carácter emocional do jogo, é fácil traduzir a possibilidade de uma equipa marcar golo em 3 passos: posse de bola, criação de oportunidade, finalização. Custa-me encaixar a opção de Sá Pinto numa situação de melhoria das 3 fases, ou de alguma delas sem prejuízo de outra. Retirar Xandão, alterando a dinâmica de toda a equipa, nomeadamente através das novas tarefas de Cédric, Insua e Rinaudo leva a prejuízo na fase de recuperação de bola (logo menos posse de bola) e na criação de oportunidades (Izmailov ficou "sozinho" no meio-campo).
Sá Pinto conseguiu dar a volta ao resultado,
mas a estratégia usada resultará sempre?

2. Quando uma equipa é muito melhor individualmente que outra, interessa manter o equilíbrio ou chega aumentar o ritmo de jogo?

Observando o jogo, seria fácil dizer que depois do Sporting perder o equilíbrio tático da equipa, aumentou o ritmo e chegou ao resultado que procurava. Tal como muitas vezes acontece com o Benfica de Jorge Jesus e, por vezes, com o Real Madrid de Mourinho. Mais uma vez, racionalmente pouco sentido faz que uma equipa perca o equilíbrio para ganhar o jogo. No entanto, se o ritmo for tão elevado que a organização colectiva da outra equipa, isto é, o equilíbrio fique comprometido, o jogo torna-se quase numa soma de acções individuais e nesse campo ganha a equipa "maior" (leia-se com melhores jogadores).

sábado, 22 de setembro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 3)

Parte 1
Parte 2

Yuki Otsu - VVV-Venlo - Extremo/Médio Ofensivo - 22 anos
Rápido, bom tecnicamente e com bom remate. Tem feito carreira como extremo, mas penso que seria boa solução como médio ofensivo. Chegou à Europa pelo Gladbach, onde não se conseguiu afirmar, e foi transferido para o Venlo da Liga Holandesa. Chamou à atenção da crítica mundial nos Olímpicos de Londres.
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Yuki Otsu (VVV-Venlo)

Jorge Enriquez - Chivas - Médio Defensivo/Médio Centro - 21 anos
Lembra Busquets. É inteligente a ler o jogo, sai a jogar quando recupera a bola e não é nada limitado tecnicamente. Pode ter algumas dificuldades em singrar por não ser visto como o típico "trinco", ainda assim, tudo aponta para um futuro risonho.
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Jorge Enriquez (Chivas)

Diego Reyes - Club América - Defesa Central/Médio Defensivo - 20 anos
Joga maioritariamente como defesa central, mas devido à sua qualidade técnica, também pode jogar no meio-campo ou mesmo como lateral. Com 20 anos acabados de fazer, toda a gente tem as mais altas expectativas em relação a ele. Se ganhar alguma cultura tática (posicionamento, leitura de jogo,...) pode tornar-se um dos melhores defesas do Mundo. O campeonato italiano seria uma boa opção para se desenvolver.
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Diego Reyes (Club América)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Empréstimos - Parte 2 - Vantages/Desvantagens

A parte 1 reportava às regras actuais e as minhas sugestões. Esta parte incidirá na problemática na perspectiva dos clubes e dos jogadores.

Clube que empresta

Vantagens

Em Portugal, tipicamente acontece com jogadores nos primeiros anos de sénior, o que lhes dá uma oportunidade de experimentar os campeonatos profissionais. Para o clube que empresta, a principal vantagem é ter um jogador com mais oportunidades de jogar. Economicamente, pode permitir repartir o salário com a outra equipa mas, geralmente, não tem grande benefício a esse nível.

Desvantagens

Muitas vezes, o problema reside na dificuldade em seguir e regular (leia-se, treinar/jogar de melhor forma a garantir) a evolução do jogador. Outra desvantagem é o nível competitivo da equipa. Por exemplo, uma equipa que luta pelo campeonato tem naturalmente uma componente competitiva totalmente diferente de uma equipa que luta por não descer (é diferente trabalhar por um objectivo de trabalhar para um "não-objectivo"). Seja a nível interno (luta por um lugar no 11, por exemplo) ou a nível externo (objectivos da equipa para cada jogo). Com isto quero salientar que torna-se difícil estar preparado para jogar numa equipa que luta por um campeonato, fazendo a "preparação" numa equipa que luta pela manutenção.

Clube que recebe o jogador

Vantagens

Em situações normais será um jogador com uma capacidade potencial e talento que não estão ao alcance dessa equipa. A nível económico, tem um jogador capaz no plantel a reduzido custo

Desvantagens

Falta de motivação pode ser um problema. Um jogador que fez a formação numa equipa de topo e tem o sonho/objectivo de jogar por essa equipa vê-se numa equipa que não corresponde a esses mesmos sonhos/objectivos. Outra desvantagem pode ser a "sobre-dependência" dos empréstimos. Por falta de rigor na gestão do plantel, uma equipa pode ter muitos jogadores do seu onze base que não lhe pertencem. Isto cria 2 problemas: o primeiro é a necessidade de refazer o plantel na época seguinte (supondo que os empréstimos não se mantêm), o segundo é o da relação jogador-público. Se o público não o sente como jogador da casa, não o apoiará tanto (e poderá até criticar por falta de empenho, justa ou injustamente) e isso poderá levar a um decréscimo de rendimento. Quando o clube está em "sobre-dependência", pode diminuir a ligação do público com a equipa. Por último, a questão das camadas jovens do clube que recebe o jogador. Obviamente que se o lugar é ocupado por um jogador de outro clube, não é ocupado por um jogador formado(/com contrato) pelo próprio clube. Isto pode levar a situações de empréstimo de jogadores que de outra forma teriam lugar (por exemplo, no caso de Kelvin e Atsu no Rio Ave, Renato Santos e Feliz foram emprestados a Moreirense e Trofense, respectivamente).

Jogador

Vantagens

Aqui, a história repete-se: tem possibilidade de experimentar um campeonato profissional e jogar regularmente. Além disso, no caso de não existir empréstimo, a solução poderia passar pela dispensa do jogador, que poderia ser ainda mais gravosa para a carreira.

Desvantagens

A diferença na qualidade e no ambiente competitivo das 2 equipas pode ser pouco interessante para o jogador, retirando-lhe motivação. Os sucessivos empréstimos, são altamente prejudiciais, pois não permitem que o jogador tenha estabilidade e capacidade de decidir o seu futuro (fica na mão do equipa com a qual tem contrato)

Conclusão

Seria importante que a quantidade de jogadores emprestados por uma equipa fosse regulado, não necessariamente por uma regra imposta pela Liga ou Federação, mas pela própria equipa de gestão do plantel (Director Desportivo/Treinador/Presidente, etc.). Para as equipas que recebem os jogadores era interessante o limite de jogadores para evitar a "sobre-dependência" (como escrevi na parte 1 do texto). A escolha da equipa a que o jogador é emprestado deveria ser vista mais do ponto de vista desportivo do que económico. Por exemplo, se calhar, seria mais produtivo para o Porto/Benfica/Sporting emprestar um jogador a uma equipa estilo Basileia (luta pelo campeonato Suiço), Liège (luta pelo campeonato Belga) ou mesmo uma equipa da segunda liga inglesa ou alemã do que a algumas equipas da primeira divisão portuguesa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 2)

Omar Abdulrahman - Al-Ain - Médio Centro/Médio Ofensivo - 20 anos
Tem técnica, visão de jogo e capacidade de passe. Também é conhecido o seu desejo de jogar na Europa. Com qualidade para isso, deverá ser uma questão de tempo até o vermos num jogo de uma competição europeia.
Vídeo

Omar Abdulrahman (Al-Ain)

Amer Abdulrahman - Baniyas SC - Médio Centro - 23 anos
Muito similar ao seu compatriota Omar, mas é já um jogador mais experiente. Joga mais recuado e ganhando agressividade, podia ser um excelente médio defensivo. Joga ao lado de Yeste e Zidan no campeonato dos Emirados Árabes Unidos, mas tem capacidade para um campeonato europeu de topo.
Vídeo
Amer Abdulrahman (Baniyas)

Lorenzo Insigne - Nápoles - Segundo Avançado/Extremo - 21 anos
A velocidade e o drible são os seus principais trunfos, mas sendo jovem ainda tem muito por onde melhorar. Com a saída de Lavezzi para o PSG, ganhou espaço na equipa italiana e tem-se imposto, sendo já uma das estrelas da equipa. Quando melhorar o processo de decisão e a finalização vai ser um avançado de top.
Lorenzo Insigne (Nápoles)

sábado, 8 de setembro de 2012

Scouting - Verão 2012 (Parte 1)

Vou só falar sobre alguns jogadores que me chamaram a atenção durante este Verão

Mohamed Bangura - AIK (emprestado pelo Celtic) - Avançado - 23 anos
Joga principalmente no centro do ataque, mas cativou-me a jogar pela ala direita. Velocidade, drible e boa finalização são as suas principais qualidades. Foi contratado pelo Celtic ao AIK, mas neste verão voltou para a Suécia por empréstimo.
Mohamed Bangura (AIK)

Panagiotis Tachtsidis - Roma - Médio - 21 anos
Formado no AEK de Atenas, chegou ao futebol italiano pelo Génova, mas só agora tem uma oportunidade de vingar ao mais alto nível. Na Roma, já é titular ao lado de Daniele De Rossi. Pode jogar como médio mais recuado, mas acho que a sua carreira pode atingir voos mais altos em posições mais adiantadas. A capacidade de passe e remate com o pé esquerdo distinguem-no.

Panagiotis Tachtsidis (Roma)
Zouhaier Dhaouadi - Évian - Extremo/Médio Ofensivo - 24 anos
Um jogador que estava escondido em África, jogando pelo Club Africain de Tunis, chega à Europa pelo Évian. Não tem a cultura tática europeia mas tem qualidades técnicas fantásticas. Dependendo da sua capacidade de adaptação pode tornar-se um jogador de equipa grande em França ou mesmo noutros países (Itália ou Inglaterra, por exemplo).
Zouhaier Dhaouadi (Évian)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Benfica sem Witsel e Javi - Como resolver o problema?

Com a saída de Javi Garcia e Witsel e sem o reforço da equipa, o Benfica tem agora uma situação difícil de resolver.

Quem está no plantel?
Na equipa principal sobram Matic, Carlos Martins e Aimar como médios de raiz. Maxi Pereira, Bruno César, Enzo Perez e Gaitán também podem jogar no meio-campo, mas têm sido usados maioritariamente noutras posições.
Na equipa B, o Benfica conta com André Almeida, Leandro Pimenta, Luciano Teixeira, Rúben Pinto, André Gomes, Élvis e Miguel Rosa.
Já agora, acrescento também que o Benfica tem Nuno Coelho, Rúben Amorim e David Simão sob contrato, mas emprestados (Aris, Braga e Marítimo, respectivamente).

Mantendo o 4-2-4 que Jorge Jesus tem usado
Soluções em 4-2-4
Esta situação retira Aimar da equação, pois num meio-campo a 2 jogadores, o argentino não tem resistência para ser uma aposta regular. Também Miguel Rosa seria uma ligeira adaptação visto que é essencialmente um "10". A última hipótese para trinco seria o aproveitamento de Maxi Pereira. Obrigaria a jogar com Cancelo no lado direito da defesa ou a adaptar outro jogador a essa posição. Globalmente, não parece ser o ideal.

No 4-3-3 (/4-2-3-1) alternativo
Soluções em 4-3-3

Aqui daria para encaixar os 3 melhores jogadores do meio-campo no onze inicial e deixaria como segunda opção Bruno César e os jovens da B (André Gomes e André Almeida). Situação semelhante à anterior, com a vantagem de aproveitar Aimar e Bruno César como "10". Também Gaitán poderia jogar nessa posição.

Voltando ao 4-4-2 da primeira época
Soluções em 4-4-2
O grande benefício é ter Carlos Martins e Aimar como opções para a mesma posição, o que permite maior rotatividade sem um decréscimo de qualidade tão significativo. O problema poderá estar nos jogadores que ocupam as posições laterais. Já deixei Bruno César de parte das opções como "10" para que fosse opção nessas posições. Dificilmente Nolito encaixaria neste sistema, Gaitán também poderia trazer algumas dificuldades (obrigaria Carlos Martins a jogar num dos lados do losango, ao estilo de Ramires) e Salvio jogaria mais longe da área.

Conclusão
Eu optaria pelo desenho tático da primeira época de Jorge Jesus no comando do Benfica. O desenho é mais equilibrado que o actual (4 médios em vez de 2) e permitia mais rotatividade ("criava" mais polivalência através de Carlos Martins, Maxi Pereira, Bruno César, Gaitán e Enzo Perez). A minha segunda hipótese seria o 4-3-3. Perde por não descansar Carlos Martins em nenhum momento (Matic a jogar a "8" e André Almeida a "6" ou a hipótese de Maxi no meio tanto a "6" como a "8" manteria a qualidade?). Em último lugar, escolheria o desenho habitualmente usado pelo treinador do Benfica, pois entrega o meio-campo a 2 jogadores, sendo que um deles tem muitos problemas físicos.