segunda-feira, 25 de março de 2013

Júniores: Porto (2) vs Benfica (1) - Notas

Onzes Iniciais


Porto (4-1-3-2) : Kadú; Marcelo, André Ribeiro, Tomás Podstawski, Rafa; Vítor Andrade, Francisco Ramos, Leandro, Ivo; André Silva e Gonçalo Paciência

Benfica (4-2-1-3) : José Costa; Alexandre Alfaiate, Rudinilson, Fábio Cardoso, Pedro Rebocho; Raphael Guzzo, João Teixeira, Bernardo Silva; Eusébio Bancessi, Hélder Costa e Sancidino Silva

Porto

Mais procura da posse de bola e pressão alta.
Como jogava em 4-1-3-2 muito interior, avançados abriam à vez na ala por onde a equipa iniciava o ataque.
Muitas trocas posicionais no meio-campo do Porto. Bem trabalhado é uma ideia interessante, pois facilita a pressão alta, mas deu origem a muitos erros.
Tomás Podstawski saía muito da sua zona para fazer pressão. É sem dúvida um jogador de grande potencial, mas tem que jogar no meio-campo e não na defesa. Podia ter corrido muito mal.
Avançados saíam aos centrais na primeira fase de pressão. Quando havia tempo para organizar, um deles saía ao lateral do lado da bola. Do outro lado, o médio interior mantinha-se bastante "fechado", não havendo transição para um meio-campo a 4 em largura. Muitas dificuldades em defender quando o Benfica trocava a bola rapidamente de lado (normalmente o lateral conseguia prosseguir com bola até perto da zona do trinco).
André Silva tem imenso potencial. Características físicas e técnicas já desenvolvidas, tem algumas problemas na tomada de decisão. Como é júnior de 1º ano, tem tempo para melhorar. Muita entrega ao jogo.
André Silva: jogo de muita luta, premiado com um golo

Benfica

Jogou sobretudo em transições rápidas.
Menos pressionante que o Porto (para deixar a equipa adversária subir e ter espaço nas costas, provavelmente).
Raphael Guzzo e Bernardo Silva têm muito potencial. A capacidade de ambos para fazer passes em profundidade resultou em jogadas muito perigosas (incluindo o golo do Benfica). Em relação a Bernardo Silva tenho curiosidade em vê-lo a jogar mais recuado. Na primeira parte, o Porto deu-lhe pouco espaço e quase não teve bola. Na segunda, com o Porto a arriscar mais nos posicionamentos, teve mais espaço e apareceu mais.
Eusébio Bancessi é um jogador interessante. Não esteve muito em jogo em fase atacante, mas esteve muito bem a defender Rafa (lateral muito ofensivo). Não percebi porque trocou para o lado esquerdo a meio da segunda parte. Rafa passou a ter mais liberdade, porque ninguém o acompanhava e criou perigo (está no lance do golo que dá a vitória ao Porto). Além das preocupações defensivas, tem como ponto forte a velocidade de passada.
Bernardo Silva: muito talento tem este "10"


sábado, 9 de março de 2013

Liga Alemã: Schalke (2) vs Dortmund (1) - Notas

Onzes Iniciais


Schalke: Hildebrand (34); Uchida (22), Höwedes (4), Matip (32), Kolasinac (35); Höger (12), Neustädter (33); Farfán (17), Draxler (31), Bastos (9); Huntelaar (25)

Dortmund: Weidenfeller (1); Piszczek (26), Subotic (4), Hummels (15), Schmelzer (29); Bender (6), Gündogan (8); Kuba (16), Götze (10), Grosskreutz (19); Lewandowski (9)

Desenhos Táticos semelhantes
Maior proximidade do "10" ao avançado no Schalke

Transição ofensiva

Dortmund procura sempre sair em posse, principalmente através do duplo pivô Bender-Gundogan. O Schalke tem uma abordagem mais directa, saindo em drible pelos extremos Farfán e Bastos ou com passe longo dos centrais para Huntelaar.

Organização Defensiva e Transição Ofensiva do Dortmund

Jogam ambas em sistemas muito parecidos e com ideologias também similares. Muita preocupação com a largura com um dos trincos a ocupar o espaço entre o lateral e o central quando a bola está em zona lateral e o outro trinco a ocupar o espaço central em frente à baliza e à linha defensiva.
Na primeira fase de organização defensiva, notava-se preocupação do Schalke em não deixar a bola passar dos defesas para o duplo pivô do Dortmund através das posições de Huntelaar e Draxler (em linha, nesta fase, com a equipa a aproximar-se mais de um 4-4-2). Enquanto isso, Höger e Neustadter marcavam Götze para não permitirem o passe mais directo.
E esta situação acabou por ser a mais interessante tacticamente do jogo. Como Gündogan e Bender não baixavam para a linha dos centrais para criar superioridade numérica, o Schalke conseguia sempre parar o estilo de jogo do Dortmund.

Draxler: muito importante em todas as fases do jogo.
19 anos e já é um dos grandes talentos da Bundesliga.

Segunda Parte

Acabou a primeira parte com um resultado de 2-0 para a equipa da casa. Logo no início da segunda parte, entraram Sahin e Reus para os lugares de Hummels e Grosskreutz. A equipa manteve o desenho táctico, mas alterou as peças: Bender desceu para defesa central, Gotze encostou na esquerda, Reus entrou para o lugar de segundo-avançado/"10" e Sahin para o duplo pivô.
A arriscar mais no ataque (principalmente Piszczek atacava mais) notavam-se algumas dificuldades defensivas do Dortmund a defender com pouca gente.

Voltando ao problema da transição ofensiva do Dortmund

Com a entrada de Sahin, esse problema praticamente acabou. Muito inteligente no posicionamento, Sahin abria sempre ao lado dos centrais (principalmente do lado esquerdo) e a equipa conseguia jogar à volta da dupla Draxler-Huntelaar, saindo depois pelos laterais ou no apoio frontal dado pelos extremos Kuba e Götze. É um jogador de um nível diferente de Gundogan e só perde o lugar por questões físicas (suponho). Estranho que não tenha vingado no Real Madrid (apesar de ser difícil para o seu estilo de jogo conforme se pode ver pelas dificuldades que também Modric está a sentir), mas principalmente no Liverpool onde a ideologia de jogo de Brendan Rodgers se aproxima muito do Dortmund. Talvez tenha sido um misto de questões físicas e estatuto (é um ícone no Dortmund, mas no Liverpool e no campeonato inglês ainda tinha muito a provar). Importante agora é que consiga voltar ao topo e a saída do Real Madrid a título definitivo no final da época é quase uma certeza, restando saber onde jogará na próxima época (Arsenal, Dortmund e Chelsea são talvez as melhores opções).

O Dortmund melhorou com a entrada de Sahin,
mas não chegou para a reviravolta