Vendo Maicon e Daniel Alves a jogar, questiono-me: será que fazem posições mais "complexas" (híbrido de defesa e ala) ou simplesmente o futebol europeu entendeu a potencialidade física (técnica e táctica, também obviamente) dos laterais sul-americanos? Isto é, em vez de os restringir à função de defesa que apoia o ataque (como acontece com quase todos os laterais europeus), liberta a ala para que possam fazer os mesmos movimentos pendulares que já faziam nos seus campeonatos, mas integrados em defesas a 4 e em equipas com maiores exigências tácticas.
Analisando os 2 casos:
Maicon
Sobe pela linha, mas a 3/4 do campo tem tendência a fazer diagonais e entrar na área. Tem Eto'o à sua frente que tem 2 funções: quando Maicon vai para o meio (ie, faz a diagonal), é extremo, quando Maicon segue pela linha, Eto'o desvia para o meio e torna-se o apoio para a tabelinha que ajuda Maicon a ganhar a linha para cruzar ou então dirige-se para a área, juntando-se a Milito na procura do golo. Esta época (2009/10) fez 7 golos e 12 assistências (46 jogos) na Série A e Liga dos Campeões (segundo dados do transfermarkt). Nada mau para um defesa, mas... e para um jogador que faz a ala toda?
Daniel Alves
Joga mais encostado à linha lateral que Maicon (por indicação, vocação ou por força dos movimentos interiores de Messi?). Vemos muitas vezes Daniel Alves como extremo quando o Barcelona tem a bola e Messi a jogar mais perto do atacante, quase como segundo ponta ou 10. Fez 3 golos e 13 assistências (40 jogos) na Liga Espanhola e LC. Comparando a Maicon, nota-se a influência das diagonais no número de golos, mas a nível de assistências o número é idêntico (Daniel Alves faz mais assistências em "jogo corrido", Maicon tem algumas a partir de cantos)
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