A selecção espanhola controla o jogo, joga onde mais gosta, troca a bola como sabe, mas falta melhor entendimento no último quarto de terreno para chegar ao golo. Continua no jogo de paciência que o Barça nos habituou, agora com a ajuda de Xabi Alonso e da sua nova contratação, Villa. Mas o golo tarda.
O jogo da Espanha, tal como o do Barça, é de domínio técnico e táctico. Posicionamento (/movimentação sem bola), recepção, passe, criatividade e visão de jogo são as principais qualidades que os seus intérpretes devem possuir.
Porém, contra esta Alemanha, isto não chega. É então que surge Puyol. Quando o jogo parece não ter dimensão física além do esforço dos adversários para conseguirem fechar os caminhos para a sua baliza nem dimensão psicológica além da paciência dos médios espanhóis, aparece Puyol a mostrar que paixão e raça também fazem parte deste jogo. Parece que qualquer lance pode decidir um jogo e Puyol está lá para acabar com ele. Há um lance que mostra a sua essência. Confusão na área espanhola, Puyol cai e quase no mesmo instante levanta-se porque a bola ainda está perto.
O golo foi um bónus que deu o jogo à Espanha. Foi um momento de contraste. Quem o marca é quem menos personifica o estilo de jogo da equipa. Técnica vs Raça. Arte vs Paixão.
Marca sendo mais inteligente que os adversários. Quem diria que Espanha conseguia marcar um golo à Alemanha de canto? Ainda por cima não vindo de Busquets (1,89 m) ou Piqué (1,92), os únicos que conseguem lutar com a altura dos alemães Neuer (1,93), Mertesacker (1,98), Boateng (1,92), Friedrich (1,85) e Khedira (1,89)! Inteligência vs Força (ele próprio personifica mais a força que a inteligência, mas neste caso foi o contrário).
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