sexta-feira, 17 de maio de 2013

Porto e Benfica - Parte 1 - Notas do Jogo

Onzes Iniciais

Porto: Helton (1); Danilo (2), Alex Sandro (26), Otamendi (30), Mangala (22); Fernando (25), Moutinho (8), Lucho (3); James (10), Varela (17) e Jackson (9)
Benfica: Artur (1); Maxi (14), A. Almeida (34), Luisão (4), Garay (24); Matic (21), Salvio (18), Enzo (35), Gaitán (20), Ola John (15); Lima (11)
FCP: 4-3-3, com James muito central, Porto fica com 4 médios
SLB: 4-1-4-1, Gaitán na linha de Perez em O.D. e na linha de Lima em transição
ataque-defesa (que não aconteceu muitas vezes)

André Almeida livre e Matic vs James

Quando o Porto estava em organização ofensiva, James procurava o meio, zona de Matic e André Almeida ficava livre (Ola John ocupava-se das subidas de Danilo e houve pouca presença nessas zonas de Moutinho e Lucho). James pouco inspirado e nas proximidades do (possivelmente) jogador do ano da Liga, não resultou bem para o Porto. Por vezes, o colombiano procurou espaços mais recuados, mas não é solução para o Porto tirar o jogador mais criativo (o único criativo?) da proximidade da área.

Fernando sozinho

Com o 3-vs-4 no meio-campo (conto com James como médio), sobrava espaço para Fernando e o brasileiro aproveitou em alguns momentos. Não resultou em golo, mas criou perigo. Se no lugar de Fernando estivesse alguém com a qualidade ofensiva de Matic, não sei se não podia ter dado em goleada.

Momentos Finais

FCP: 4-1-3-2, provoca o 1-vs-1 no ataque
SLB: Mantém a disposição inicial

Porto em 4-1-3-2, Benfica ganha superioridade no meio-campo mas fica em 1vs1 na defesa. Logo a seguir à entrada de Liedson, James tem a melhor oportunidade do jogo (ainda que tenha partido em fora-de-jogo). Além de já não ter superioridade numérica na defesa, no Benfica já estava Roderick como pivô. Na minha opinião, era aconselhável descer Roderick para junto de Garay e Luisão e recuar Matic para pivô à frente da defesa. Afinal, não era intenção do Benfica dominar o meio-campo. Tinha como problema entregar muito espaço do campo a Aimar em organização defensiva, mas isso podia ser resolvido com os extremos a jogarem mais interiores ou mesmo com Aimar numa ala (afinal só tinha que segurar a bola em situação ofensiva e ter um posicionamento correto defensivamente).

Almeida com Varela; Luisão com Jackson; Garay seguiu Liedson; Maxi com Kelvin e Roderick com James
1-vs-1 arriscado

Estratégia de Jorge Jesus

É fácil criticar Jorge Jesus por ter jogado para o empate, seria ainda mais fácil criticá-lo se tivesse jogado para ganhar o jogo e tivesse perdido. Principalmente porque seria o resultado mais natural. É muito difícil o modelo de jogo de JJ jogar contra o modelo de VP. O risco e desequilíbrio usual nos jogos do Benfica, resulta bem contra equipas com pouca organização defensiva. Contra equipas mais evoluídas torna-se muito complicado. JJ tenta corrigir com a presença de Gaitán no meio-campo, mas a equipa não está rotinada para um jogo com uma intensidade totalmente diferente. Nos jogos "fáceis", o Benfica não precisa da organização ofensiva. Ataca continuamente em transições porque tem sempre a bola. Nos jogos "difíceis" tem que acrescentar mais um momento ao jogo. E não domina esse momento.

Fala quem sabe. Vítor Pereira no final do jogo:
«O Porto tem um modelo de jogo bem definido. Gosta de ter posse e de dominar. Basta ver os registos. Quando perdemos a bola, somos agressivos. É a nossa matriz. A do Benfica é diferente, não digo se melhor ou pior. Tem qualidade e joga em acelerações constantes. Contra adversários que não têm qualidade para ter bola, parte o jogo e cria grandes problemas. Nós tiramos essa iniciativa e contra nós o Benfica corre muito mais atrás da bola. Procuram mais as bolas longas porque em espaços curtos têm dificuldades. Contra as outras equipas isso não sucede. Contra nós o Benfica não consegue ser o que gosta de ser.»

Manual Defensivo

O Benfica em organização e o Porto nas transições ataque-defesa foram sublimes. Se o jogo teve poucas ocasiões de golo, muito se deveu ao grande trabalho de ambos os treinadores.

5 comentários:

  1. Muito bom Luís, totalmente de acordo com a análise.
    Bom trabalho.

    Abraço

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    1. Obrigado! Tenho pena de não ter feito mais em cima do acontecimento, mas não tenho tido muito tempo para o blogue...

      Abraço!

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  2. Gostei bastante da análise, analizaste bem todos os momentos de jogo das equipas!
    Qual seria o teu 11 se fosses treinador do Benfica?

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    1. Obrigado!

      Difícil... Falta 1 médio para jogar em 4-3-3 que é o meu desenho tático preferido. Sem esse médio, acho que o 4-4-2 do Jesus é a melhor opção. E da equipa que ele costuma usar, só escolhia definitivamente o Almeida como lateral direito em vez do Maxi. Outra hipótese era uma espécie de 4-2-3-1, com Gaitán a "10", Lima na frente e Ola John na ala (ou Cardozo na frente Lima na ala, não sei... só com treino/jogo é que se via o que resultava melhor).
      Já agora, também gostava de ver o Salvio a lateral direito. Parece estranho, mas não sei. É daqueles "feelings"...

      Abraço!

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    2. Quando escrevi "difícil" no início estava a pensar no 4-3-3. Ficou aquele pensamento meio perdido... Em 4-4-2 e em 4-2-3-1 não tem muito que saber.
      Voltando ao 4-3-3, só se fosse com Almeida/Maxi como trinco e Matic e Enzo à frente

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