segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Ver Quintero na B para perceber porque não resulta na A

Nem na B, diga-se. De início, Quintero não serve de muito. Parece só existir uma opção: passe em profundidade. Os passes são todos no espaço, não há um passe para o pé. Estranhei ainda mais tão pouco drible para alguém tão dotado...

Quando entra parece outro jogador. Não é. Simplesmente tem o jogo a seu gosto. Normalmente: Porto a dominar, posse de bola perto da área adversária e muitos jogadores há procura de um passe de rotura. 90 minutos disto, não dá.

14 comentários:

  1. Qual é a tua ideia de solução para ele amigo?

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    1. Tenho várias ideias:
      1. Chapada até aprender
      2. Mandá-lo para a equipa B do Barcelona
      3. ...

      Falando a sério. Dar-lhe tempo, ter paciência com ele é muito importante. A nível de treino, sabes que não sou a pessoa mais indicada para isso. Possivelmente naqueles exercícios de Org.Of./Tr.Of. com joker, pô-lo nessa posição. Obrigá-lo pelas condicionantes/regras do exercício a jogar curto. Ele é inteligente e tecnicamente não precisa de aprender nada. É uma questão de mudar o pensamento dele.
      Outra condicionante pode ser aumentar a duração do exercício para ele perceber que não é por fazer 2/3 passes curtos que depois pode voltar ao "normal".
      Lá está, em relação ao treino, pouco posso dizer porque não tenho essa experiência (jogador/observador/treinador...). O que sei vem do que aprendo contigo, com o LE e a ler/ouvir outros treinadores.

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  2. Consegues imaginar um exercício, em termos de condicionantes para o "obrigar" a pensar e executar de forma diferente? Só procuro ideias, nada mais.
    Achas que tirar lhe espaço e tempo dentro do exercício poderia ser a solução?
    Isto todos aprendem com todos e também eu tenho aprendido contigo.
    Admiro verdadeiramente a tua paixão pelo jogo.

    Abraço

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    1. Tenho que pensar. E a esta hora, esquece...
      Mais logo volto cá e deixo uma resposta.

      Obrigado ;) Abraço!

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  3. Boas!
    Também achei muito aquém do esperado, a tomada de decisão e essencialmente o "saber" do jogo... Não só neste jogo na B, mas também nas oportunidades que foi tendo na A. Está longe de estar pronto para ser titular, infelizmente.

    Espero que haja "unhas" para o treinar como deve de ser e fazê-lo aprender.

    Abraço

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  4. Baggio, é difícil principalmente sem ter exercícios de base criados. Mas em termos de condicionantes: limitar o espaço, obrigar o golo a ser feito com bola controlada (por exemplo, entrar na baliza ou passar no meio dos cones...) e até me lembrei de uma que pode ser mais complexa: obrigar a um certo número de passes numa zona do campo. Exemplo: em início de treino um 3x3 (/3x3+J) com uma zona central, acabar com 11x11 com posse no último terço antes da equipa poder fazer o remate. Digo no último terço para obrigar a fazer posse dentro do bloco adversário. São ideias...

    JON, o problema não serão as "unhas", pelo menos, pelos resultados conseguidos com Josué e tanto quanto se sabe com o André Martins. O problema é tempo para se dedicar ao problema. Por agora, o PF tem que estabilizar a equipa no seu todo, depois procurar as individualidades. Acredito que até ao final da época vamos ver um Quintero bem melhor.

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  5. Caro Luis,

    Não percebo nada de nada mesmo sobre treino. Mas que tal um exercício na zona de criação com posse, com restrições de espaço (por exemplo não poder entrar na área), com trocas posicionais, e em inferioridade? Digo isto porque se o objectivo é que o jogador decida melhor e que ao mesmo tempo saiba preservar a posse, então parece-me que devemos colocá-lo em situações de inferioridade (onde as decisões são mais complexas) e impedi-lo de criar finalização (porque nesse caso é sempre isso que ele vai fazer). Parece-me importante, como disse, limitar o espaço.

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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    1. António, não percebi uma coisa: qual seria o objetivo do treino em termos colectivos?

      Mas mais que limitar o espaço, acho que é importante limitar as opções. Porque é importante que ele procure esses espaços, tem é que saber quando o fazer. E ele na procura dos espaços é muito bom, não lhe podes retirar aquilo no que ele é melhor.

      Mas se o Baggio passar por aí, pode falar melhor sobre isso.

      Abraço!

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  6. Volto a dizer, não percebo nada de treino..
    Neste caso, melhorar a nível de probabilidade de sucesso do passe e melhorar a circulação (se estiveres em inferioridade vais ter que escolher melhor quando passar, e os teus colegas vão ter que se movimentar mais, aliás, poderão até ser mais criativos [não sei se este conceito é o correto] a nível de movimentação, dado que o objectivo é somente manter a posse [se bem que podes associar variáveis do género: após 10 passes e após a bola entrar nos dois laterais, i.e. na largura toda, podes tentar criar finalização); neste caso, também lhe limitas as opções, mas sim, vais lhe retirar aquilo em que ele é bom (daí poderás adicionar as variáveis).

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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  7. Eu também não percebo nada. Nunca treinei e só fiz uns treinos de captação em escola. Não quero estar a ensinar nada no que diz respeito ao treino. Mas do que entendo que deve ser o treino, acho que deve haver um objetivo em comum com o jogo. Em situação ofensiva, a finalização é o objetivo principal em jogo, por isso, costuma-me pensar numa situação de treino desse momento sem incluir a finalização (ainda que não seja uma finalização "tradicional"). É só aí que levanto objecções em relação à tua proposta. Porque um exercício de posse, pode ter o efeito errado nos jogadores. Podem pensar que é suposto fazerem posse pela posse quando isso na generalidade do jogo é errado (admito que nos últimos minutos se possa fazer isso para ter maior controlo e menor risco).

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  8. Boas António e Luís.

    Pensei fazer um post sobre isso por não ter lido com atenção suficiente as vossas intervenções. Mas não é necessário.
    Acho que o problema do Quintero é a ânsia em fazer o último passe. Então nesse caso, é essencial que estejam reunidas as condições para que ele sinta essa ânsia em fazer o passe de ruptura no treino. Em primeiro lugar mostraria excertos de jogos dele, onde ele tinha outras opções melhores e procurou a profundidade. Quanto ao treino, como o Luís diz e bem, não se lhe pode tirar o último passe por ser o melhor que ele tem. É preciso é que ele domine a ânsia em meter esse passe, percebendo o melhor momento para o fazer, e o melhor momento para optar pela segurança.
    As minhas regras seriam simples, igualdade numérica mas jogar sempre em espaços reduzidos. Isto para que ele tenha menos espaço para explorar em profundidade e em largura. Para obrigar a tabelar, a jogar em apoios, a sentir necessidade de aproximação dos colegas, porque o adversário consegue abafar rapidamente. Quanto ao objectivo do treino poderia dessa forma estar enquadrado com qualquer princípio que PF queira treinar sem prejudicar o grupo, por um jogador.
    Quanto ao resto é uma questão de Feedback. O vídeo é uma boa solução, e por exemplo: Quintero, como é que os teus colegas pedem a bola? Ele deveria responder com a desmarcação. Então ele desmarcou-se em apoio ou em profundidade?! Então deves respeitar a desmarcação do teu colega. Ele diria, mas mister, havia espaço para explorar e ele deveria ter ido para onde eu meti a bola. Eu diria, e era essa a única solução que tinhas? Não. Olha em teu redor, percebe que quando não conseguimos fazer a equipa progredir, explorando o espaço nas costas, devemos tentar desorganizar de outra forma. Circulando a bola. Jogando de pé para pé, desposicionando de forma sucessiva o adversário até encontrar outro timing para explorar o espaço nas costas dos defesas.
    É preciso que tu percebas se o passe em ruptura vai ter sucesso ou não. E que factores vão influenciar mais o sucesso do teu passe? A desmarcação do teu colega, a precisão do teu passe, e o posicionamento do adversário.

    Seriam coisas deste género...

    Abraço

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  9. Caros Luís e Baggio,

    Eu percebo a questão da finalização e concordo com as lacunas do exercício. Mas já agora, não se treina, por exemplo, só a circulação sem finalização (ou só a linha defensiva+ criação do adversário, sem transição ofensiva quando se recupera a bola)? É uma questão honesta.
    Baggio, eu compreendo a questão de limitar o espaço, mas o problema é que o Quintero me parece ser um jogador que executa e pensa muito rápido sem espaço (posso estar enganado). De resto concordo, interessava saber o feedback dele; mas também temos que pensar que se calhar o Paulo Fonseca quer isto mesmo a nível de posse, e especialmente do Quintero.. De qualquer dos modos, acho que ele tem isso a trabalhar e mais duas coisas: jogo posicional e perder uns quilos.
    Já agora Baggio, que tipo de exercícios achas que o Vitor Pereira fazia para transição defensiva?

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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  10. Só para clarificar uma coisa que escrevi... mal. Acho que entenderam o que queria dizer, mas não o escrevi da forma mais correcta:
    "Mas mais que limitar o espaço, acho que é importante limitar as opções"
    Naturalmente que limitando o espaço, limita-se as opções. O que queria dizer era exactamente o contrário, importante é a criação de mais opções, nomeadamente apoios frontais e laterais.

    Baggio, falei em 11x11 para fazer o "transfer" para situações de jogo. Mas os primeiros exercícios seriam naturalmente em campo pequeno.
    Ah e não falei na parte do feedback (durante e após o treino/jogo), porque estava mais focado no exercício propriamente dito, mas obviamente que é uma parte tão ou mais importante.

    António, a melhor pessoa para te responder para o que se faz ou não nos treinos é mesmo o Baggio ou algum treinador que leia este blogue. Quanto aos exercícios de transição defensiva, acho que no possedebola e/ou no LE tinham alguns exercícios desse tipo. É uma questão de dares uma vista de olhos pelas tags. Ou então, pode ser que mais uma vez o Baggio passe por cá lol

    Cumprimentos!

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  11. António,

    Sim, treina-se. Mas eu não o faço. Para mim todos os exercícios devem ter pelo menos dois momentos de jogo para que não se perca completamente a complexidade do jogo.

    Agora podes treinar obviamente a criação em superioridade numérica. Por exemplo 8(laterais, médios, extremos) x 5(dependendo de onde quero dificultar mais a acção, se na finalização coloco a linha defensiva mais um médio defensivo, se na construção coloco 3 médios/avançados + 2 defesas) + GR. Mas nesse exercício, por exemplo, deixo o jogo desenrolar-se normalmente. Ou seja, a equipa em superioridade que "supostamente" está a treinar a criação, também está a treinar transição defensiva, porque quando perde a bola deve impedir a progressão da equipa contrária recuperando rapidamente a bola, e quando ganha a bola treina transição ofensiva. Tudo isto em superioridade. O que vai garantir que a equipa está a treinar mais a criação do que outra coisa qualquer é que sempre que a bola sai, ou sempre que interrompo o exercício para dar feedback a bola segue deles em organização.

    Quanto a transição defensiva, é "muito fácil" de ser treinada.
    Primeiro é preciso treinar a disponibilidade "mental" para que eles a realizem. Com exercícios de pouca complexidade e espaços muito reduzidos para obrigar a que aconteçam muitas adaptações. Por exemplo, fazer um jogo reduzido com balizas pequenas, onde a "equipa" que está a treinar a transição defensiva está em inferioridade numérica. Por estar em inferioridade num espaço reduzido, assumo que perderá a bola mais vezes, como tal deve reagir mais vezes à perda. Também neste exercício coloco a bola a sair sempre da equipa em inferioridade para que realizem a transição. Depois é dar "castigos" por exemplo trabalho abdominal para quem não reaja rapidamente à perda.

    Em campo grande VP tinha um leque grande de exercícios, alguns bastante complexos de explicação difícil. Mas basicamente mapeava o campo em corredores, de largura ou de profundidade, ou ambos. E fazia jogo "normal", pedindo aos jogadores que recuperassem a bola no corredor onde tinha sido perdida, ou na zona onde tinha sido perdida.
    Criava referências com esses corredores ou zonas, para os outros jogadores se posicionarem e fecharem as linhas de passe.
    Usava também exercícios onde dava um tempo para recuperar a bola, por exemplo 3/4/5 segundos após a ter perdido, ou até um número de passes, por exemplo permitir apenas 2/3 passes ao adversário depois de ter perdido a bola.

    Abraço e boas festas

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