Algumas considerações sobre o jogo:
1. Ponto de partida do desenho tático das duas equipas:
Liverpool partia do seu habitual 4-3-3 com Fabinho, Wijnaldum e Henderson no meio-campo; Man City em 4-4-2 com de Bruyne na frente junto a Agüero, meio-campo com Rodrigo e Gündogan no centro.
2. Primeira fase de construção do Man City:
Quadrado no centro com os 2 centrais e dois médios para contornar os 3 avançados do Liverpool, laterais pouco profundos, 4 na frente. Da parte do Liverpool, os 4 da defesa encostavam nos 4 atacantes do Man City, Henderson e Fabinho a pressionar Gündogan e Rodrigo, sobrava Wijnaldum descaído para o lado de Walker e Bernardo Silva. Do lado do City ficava solto Angelino (Lateral Esquerdo) e daí uma grande percentagem dos ataques do City ter sido pelo lado esquerdo (43% esq; 27% meio; 30% dir)
3. Organização Ofensiva do City:
Não difere muito da primeira fase de construção. 2 centrais, 2 médios à frente deles, laterais atrás dos extremos, 2 avançados encostados aos centrais (objetivo era fixar Van Dijk e Lovren?). Curioso que ao contrário do que seria esperado, Rodrigo e Gündogan aproximaram-se sempre muito da área através do corredor lateral, isto é com proximidade aos laterais e extremos maior do que aos dois avançados. Se o objetivo do posicionamento dos dois avançados era fixar os centrais, seria de esperar maior presença dos médios a aparecerem nessas zonas. Por outro lado, talvez se deva a uma tentativa de fechar a saída por Mané e Salah.
Do lado do Liverpool, defesa em 4-4-1-1. 4 defesas, Henderson encosta na direita, Mané baixa na esquerda, Firmino sempre presente (às vezes a fechar a ala ou no meio dos médios) e Salah pronto para atacar a transição entre o meio e a direita.
4. Construção do Liverpool
Man City tentou dificultar a saída do Liverpool com a subida de Rodrigo e Gündogan para apertar Fabinho e Wijnaldum, extremos nos laterais e avançados nos centrais. 4 da defesa a criar superioridade em relação aos 3 avançados do Liverpool. Henderson era o homem livre do Liverpool. Por vezes como médio, outras como extremo, jogando Salah mais por dentro.
Para fugir a esta pressão, além da procura de Henderson, o Liverpool procurava muito trocar o lado da bola com passes longos (DD ou DCD para DE), também a aproveitar pouca largura do City.
5. Geral
City com muita distância entre as várias linhas. Nomeadamente da defesa para o resto da equipa (medo da velocidade?)
Liverpool com dificuldade em jogar pelo centro do campo, mas muito forte nas saídas pelos corredores, sobretudo com Robertson e muito bem a explorar o lado "morto" (lado oposto ao da bola) nos cruzamentos.