domingo, 2 de junho de 2019

Final da Liga dos Campeões - Tottenham Org.Of. vs Liverpool Org.Def.

Quero abordar sobretudo a Organização Ofensiva do Tottenham contra a Organização Defensiva do Liverpool, pois muito do jogo foi jogado nesta situação específica.

Em baixo a imagem mostra o posicionamento "normal" neste momento do jogo. Tottenham em azul e Liverpool a vermelho.



Do lado do Tottenham até à primeira substituição: Alderweireld e Vertonghen a centrais, Trippier e Rose nas alas, Winks e Sissoko na primeira linha do meio-campo, Kane junto dos centrais do Liverpool e Eriksen, Alli e Son nas costas de Kane, mas bastante projetados na profundidade (ainda que a jogarem bastante por dentro, principalmente Eriksen que seria o extremo direito).

Do lado do Liverpool: Alexander-Arnold e Robertson nas laterais, Van Dijk e Matip a centrais, Fabinho, Henderson e Wijnaldum no meio-campo e o típico trio de ataque: Salah na direita, Mané na esquerda e Firmino no meio.

Rapidamente é perceptível que a subida do trio de ataque do Liverpool para pressionar os dois centrais liberta os laterais do Tottenham. Principalmente com os laterais do Liverpool a defenderem muito dentro pela presença interior dos extremos do Tottenham. Pelo interior, tornava-se muito difícil o Tottenham evoluir. Os dois médios de apoio estavam controlados por 6 jogadores do meio-campo e ataque e o passe direto dos centrais para os 4 da frente era quase impossível, ainda que tivesse sido tentado várias vezes, principalmente a tentar a bola nas costas da defesa do Liverpool (movimento muito procurado, sobretudo por Son). O passe para os dois médios  de suporte entrou algumas vezes, mas nem Winks nem Sissoko conseguiram dar grande seguimento ao lance, normalmente voltando a bola aos centrais.

Falhou o Tottenham em perceber e aproveitar esta situação de jogo. Fazer algo ao estilo do que fez Paulo Fonseca contra o Man City. Chamar o Liverpool, obrigando a esticar na profundidade; subir os laterais; prender os laterais do Liverpool com os extremos por dentro e depois chegar ao meio-campo adversário através dos laterais. E reparando na imagem acima, facilmente se percebe que aí, o Tottenham iria ter situações em 6x4/5 (dependendo da profundidade de Fabinho).

A partir dos 66 minutos, o Tottenham melhorou bastante. A troca de Lucas Moura por Winks, levou Eriksen para médio centro (melhorando muito a qualidade na saída de bola) e Lucas a jogar no meio procurou mais vezes dar a linha de passe do que os seus colegas.

Sobra dizer que não entendo a lógica de Pochettino. Se procurava a bola nas costas da defesa do Liverpool, para aproveitar a linha alta, deixar Lucas no banco e jogar com Eriksen na frente é muito discutível. E no final, a precisar de criatividade e de um golo, lançar Dier em vez de Lamela, não me pareceu ideal.

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