Depois de ver o Brasil - Coreia do Norte, houve quem ficasse com a sensação que Felipe Melo e Gilberto Silva estavam a fazer o mesmo trabalho e acabavam por se tornar redundantes, principalmente perante uma equipa que parecia proporcionar tão pouco perigo. Não contrario, acrescento. O que eles faziam era proteger a subida dos laterais. A melhor forma de combater uma equipa que joga em 5-3-2 ou 3-5-2 (só tem 1 jogador em cada ala e fecha muito o meio) é fazer uma sobrecarga das alas, isto é, fazer avançar alguém por essa zona, pois nunca vai ser marcado. Os laterais tinham que cobrir os extremos (no caso, Elano e Robinho) e isso deixava muito espaço para Maicon e Michel Bastos subirem e criarem situações de perigo (grande parte dos remates do Brasil na primeira parte partiram de Michel e Maicon e culminaram no golo de Maicon já na segunda). Mas no caso de haver uma recuperação de bola da Coreia, seria perigoso deixar uma situação de contra-ataque com as alas desprotegidas (obviamente que se pode argumentar que tanto Maicon como Michel Bastos recuperariam a posição antes que os jogadores da Coreia chegassem ao ataque). Daí, Felipe Melo, Gilberto Silva, Lúcio e Juan tivessem que funcionar quase como uma defesa a 4 quando os laterais atacavam.
Então, quem tem razão?
Na minha opinião, tanto Dunga como os críticos têm a sua razão. Parece confuso? Não é.
Se é verdade que há que ter cautelas na defesa, também é verdade que um aumento do risco nunca seria muito elevado, tendo em conta as características e qualidade de jogadores como Josué ou Ramires (e a qualidade da oposição). Por isso, entende-se a preocupação de Dunga em não perder o equilíbrio defensivo e percebe-se que os críticos queiram ver um Brasil mais atacante. Dunga quer ganhar, os críticos querem "joga bonito" e goleadas.
A favor de Dunga, há o facto de aquando da troca de Felipe Melo por Ramires, Ramires ter cometido uma falta que deu origem à jogada de golo da Coreia do Norte. Coincidência ou não, aconteceu.
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