quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fala Bruno de Carvalho

«Os clubes rivais do Sporting continuam a ter sucesso desportivo e receitas compatíveis com o investimento que fazem no futebol.
Para lhe responder a isso, tínhamos de estar de acordo sobre o que quer dizer “receitas compatíveis com a sua performance desportiva”. Eu pergunto o seguinte: li que um clube em 10 anos fez 500 milhões em vendas...

O Futebol Clube do Porto.
...então esse clube não devia ter passivo nenhum. Devia estar numa situação financeira muitíssimo confortável... e não é a realidade de nenhum dos três grandes. Há realmente clubes que conseguem uma receita muito grande. Se são clubes que historicamente até avançam na Liga dos Campeões; se são clubes que, por época podem fazer 60, 70,100 milhões de vendas; e esse clubes estão em situações de passivo similares à que nós estávamos, então se calhar se nós pegarmos nessas vendas e virmos o que fica nos clubes, veremos que este ano o Sporting fez a nível de receita real para o clube um valor superior...

Para onde vai o dinheiro?
É essa a situação. Qual é a percentagem dos jogadores, qual é o nível de comissões pagas, de quem é, de facto, o benefício do jogador Se calhar posso fazer uma venda de 500 milhões e ficar com uma receita para o clube de 10 milhões. Ou fazer uma venda de 20 milhões e ficar para o clube 15 milhões. Parece-me que há clubes que têm passivos grandes para aquilo que são as suas receitas. Se calhar é preciso regulamentar tudo isto, dar transparência para as pessoas tentarem perceber quem é quem, qual é o jogador, que acordos há com os fundos, com os agentes, e quem é que usufrui dos milhões todos de vendas e compras que se vão fazendo. Se o Sporting gastou 45 milhões em jogadores e pagou 15 milhões em comissões, isso é mais de 30%. Quando o normal de uma comissão seria 10%.»

Muitas questões importantes respondidas por Bruno de Carvalho.
Finalmente alguém que parece defender a transparência no futebol nacional.
Retirado do blogue Cacifo do Paulinho (suponho que seja a entrevista completa ao Jornal de Negócios).

Fantástica entrevista onde Bruno de Carvalho nada esconde. Muito bem o Sporting ao nível da comunicação.

10 comentários:

  1. Admito que na primeira eleição a que se candidatou, duvidava muito do BC. Hoje em dia acho que é melhor que poderia ter acontecido ao Sporting. Nem que seja só pela frontalidade que tem. O trabalho que ele fez em 6 meses foi do melhor que tenho visto no mundo.

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    1. Sem dúvida.
      Já agora, o texto que tinha "prometido" não era este. Surgiu de uma oportunidade. Possivelmente amanhã ou na 6a escrevo sobre o At. Madrid

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  2. Caro Luís,

    É simples: competitividade interna e externa. Para o Porto e o Benfica manterem este nível, tem que optar por este modelo. Há muito dinheiro que vai para comissões e afins, mas a verdade é que, no que ao Porto diz respeito, é irrelevante o tipo de modelo, em virtude de existirem resultados ao longo de 30 anos. Olhe, não sei qual o modelo de gestão que tinha o Porto antes de se tornar SAD, mas funcionava. Os clubes tem que saber ajustar-se, evidentemente. Creio que o Porto conseguirá, com maior facilidade, ajustar-se ao mercado financeiro. Já do Benfica não posso dizer o mesmo.
    Por fim, pense no seguinte: O Porto não aposta no mercado (o exemplo dá para o Benfica também); o Quintero, Herrera, Reyes, etc etc, são contratados pelo Benfica; o Benfica, muito possivelmente, é campeão; o Porto não passa da Champions. Percebe o descalabro? E depois, os jogadores portugueses tem, também, a vontade de dar o tão afamado salto. Implementar, ou tentar implementar, um modelo do género do Barça (com toda a mitologia que o envolve, visto ser dos clubes que mais gasta) é utópico e impossível. Já para não falar do potencial nível qualitativo dos jogadores portugueses (normal, pais pequeno, etc etc etc); e finalmente, apostar num modelo desse género leva tempo... muito tempo..
    Não se iluda com a gestão de Bruno de Carvalho. Terá os seus méritos, mas também defeitos. Os casos FIFA são, segundo o que se lê nas notícias, irreais. O tempo vai dizer quem está correcto.

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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    1. Antes de mais, António, se quiseres trata-me por "tu". Não é preciso "cerimónia".

      Uma coisa é comprar jogadores caros (ainda que sejam baratos face ao potencial valor de venda), outra é não haver transparência. Não achas no mínimo estranho que clubes holandeses vendam os seus melhores jogadores por 10/15M e os portugueses por 40/50M ? São ligas tão diferentes? Há assim tanta "facilidade" económica em Portugal (leia-se no Porto e no Benfica)? Ainda hoje não há uma versão definitiva sobre os valores do Hulk e do Witsel, por exemplo. Como é que é possível? E se tem funcionado até agora, não quer dizer que funcione sempre. Ninguém questiona porque os resultados aparecem, tal como acontecia no Sporting. Só se começaram a levantar questões quando aconteceu o descalabro do ano passado e com mudança de administração. Quando o Pinto da Costa sair da cadeira e o próximo fizer uma auditoria o que vai encontrar? Será que é um clube saudável? Ou o Porto vai estar em "cacos". E no Benfica?

      O descalabro no Porto acontece se não aparecerem resultados, não é se o Porto não investir no mercado. Mais, onde eu queria chegar, como já disse anteriormente é à questão da transparência. E o Porto pode ser transparente nas compras e vendas que faz e ter sucesso. Nada o impede (veja-se o caso da liga alemã).

      O modelo do Barcelona é utópico se forem procurados resultados a curto prazo. A médio/longo prazo, não. Lembro que este modelo do Barcelona é trabalhado desde (sensivelmente) os tempos de Cruyff como treinador (estamos a falar de anos 80/90). Mas eu nem pedia isso. Porto, Benfica e Sporting conseguem os 66 melhores jogadores do país de cada escalão (pensando em 22 por equipa). Desses não dá para integrar 1 ou 2 por ano? Então alguma coisa está a ser muito mal feita. Não tem a ver com implementar o modelo do Barcelona, tem a ver com aproveitar o talento que existe.

      Sim, há defeitos na gestão de Bruno de Carvalho, naturalmente. Até posso enumerar algumas só relacionadas com o plantel (que não sei de quem é a competência, mas directa ou indirectamente é dele): Labyad é grande talento e vai ficar encostado por causa do salário? Não o conseguem vender? Welder serve para o Sporting ou não? Se Piris foi contratado, a resposta parece simples. Então porque é que o Sporting não terminou logo o empréstimo? Quem achou que o Salim Cissé tinha qualidade para o Sporting? Parecido com o caso do Labyad é o do Jeffren, mas esse ainda tem o problema das lesões e do comportamento. Mas não dá para o dispensar ou vender (/dar) para Espanha? De certeza que arranjam clubes interessados. E muitos outros casos existem. Mas isso fica para outro texto.

      Espero que não entendas o que escrevi de maneira ofensiva. Não era, de todo, minha intenção.

      Cumprimentos!

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  3. Caro Luís,

    Claro que não levo a mal:)... E desculpa se as vezes sou mais formal, mas é assim que estou habituado a escrever:D..

    Sobre as transferências:

    Claro que não é totalmente transparente. E podemos perguntar porque motivos não se fazem auditorias, mas isso é irrelevante, porque essas auditorias seriam, muito provavelmente, pouco transparentes de igual modo.
    Eu considero que o valor do Herrera, Reyes, Jackson etc, foi alto, no sentido estrito. Basta comparar com os valores das contratações que eram feitas há uns anos pelo Porto. Contudo, a entrada no mercado do Benfica, do Nápoles, Shaktar, entre outros, prejudicou o modelo do Porto, visto que começou a haver mais competitividade. O Porto, dos clubes que optam por modelos semelhantes, é o mais prestigiado. Ainda assim, é o que tem, e tenho quase a certeza, o tecto salarial mais baixo. Luís, a comparação com o Sporting, e não me leves a mal, é infeliz. Seja o Porto ou o Benfica. Do mesmo modo, a comparação do modelo do Benfica com o do Porto seria infeliz; o que não quer dizer que se distanciem muito. Mas o Porto consegue materializar, regularmente, em resultados desportivos.
    As comissões, os prémios de assinatura e outras coisas são consequência do mercado. O Porto e o Benfica nada podem fazer em relação a isso; é normal que, a partir do momento que o Porto se torna conhecido (e acredita que é muito conhecido e respeitado lá fora em virtude disso) e o seu modelo é badalado, os jogadores abordados vão tentar esticar a corda. E vai haver concorrentes, que se vão aproveitar do scouting (vide Director do Shaktar, e.g.); mas, existe, igualmente, um factor demasiado importante: o destino dos jogadores; hoje em dia, o Porto vende, basicamente, a milionários. A que se deve isso? A meu ver, a diversas coisas. A primeira delas, poderá prender-se com a opção dos jogadores pelo factor monetário ao invés do sucesso desportivo imediato; é difícil analisar esta questão, claro, porque podem existir muitas causas para tal. Seguidamente, é mais fácil vender pela cláusula ou valor aproximado a clubes milionários. Por fim, esses próprios clubes estão dispostos a investimentos ridículos em jogadores cujo valor comercial transcende o seu valor real.
    Ora, posto isso, e considerando os líquidos dessas transferências, podemos analisar as consequências que daí advém para o clube.
    No Porto, se venderes o Falcão a 40M, por exemplo, vais ter cerca de 20M de lucro, ou algo aproximado (atenção, não conto os salários, como é óbvio), e vais retirar muito rendimento desportivo do jogador.
    No Benfica, se venderes o Falcão a 40M, por exemplo, vais ter o mesmo lucro, mas não vais ter metade do rendimento desportivo, pelo menos a nível de troféus.
    Olha, se perguntares a um dirigente o que é preferível, se chegar aos quartos da champions e ficar em segundo lugar do campeonato (apurado directamente para a champions) ou, por outro lado, ganhar o campeonato e ficares pela fase de grupos, aposto que ele te diria, muitas vezes, que preferia a primeira opção. Nesse caso, em que o modelo, por mais mascarado que esteja, tenha como intuito o lucro financeiro desconectado de investimentos futuros na secção do futebol, o clube não vai ter sucesso desportivo a curto-médio-longo prazo. Acontece ganhar de vez em quando, mas não ganha regularmente. Por outro lado, o que o Porto faz muito bem, diga-se desde já, é aliar o sucesso desportivo a uma situação financeira que não é insustentável. E é um clube com poucas receitas a nível de merchandising, etc etc etc...

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  4. No seguimento, o que esperar para o futuro, quer do Porto, quer do Sporting, quer do Benfica, e do futebol português em geral? Sinceramente, penso que o Miguel do EmJogo seria a pessoa ideal para fazer essa análise, mas ainda assim vou arriscar aqui a minha leitura na questão Porto, pese embora não compreenda totalmente esses assuntos.

    O Porto parece, este ano, estar a orientar-se para o mercado interno. Ora, sabemos, pelas notícias que vão saindo, que o Porto tem gente forte a nível de formação: o Vitor Frade está ligado ao clube, as equipas tem princípios de jogo próximos em todos os escalões, os jogadores que de lá saem (e.g. Caetano) dizem que aprendem imensamente o aspecto táctico do jogo no Porto, etc etc etc. Contudo, não saem muitos jogadores do Porto B ou formação para a A, e existem jogadores de bom nível saídos da escola Porto: Castro, Josué, Bruno Gama, Vierinha, entre muitos outros. Quais os motivos para tal? Poderá estar ligado às características da nossa liga? Será que existe, aqui um conflito entre o aspecto financeiro do clube e o processo de formação? Olha, seria muito difícil, mas mesmo muito, o Porto mudar repentinamente de modelo e apostar do nada em jogadores da casa (ainda que com um trabalho de formação muito forte), porque simplesmente ia estar um ano, dois anos, três anos, sem ser campeão. Acabaria com a Direcção. Basta lembrar o que se passou no início do milénio. Tendo isso em conta, poderá a aposta no mercado português ser a solução a curto prazo? Eu sinceramente acho que sim. Acho que se contratares um ou dois jogadores de fora, a preço mais caro, tiveres competência no banco e tiveres um onze de jogadores da formação/liga, chega para ganhares o campeonato ou para manter a hegemonia, ainda que possas sofrer um anito de transição, o que é perfeitamente normal e, arrisco, necessário num clube como o Porto (depois de uma travessia no deserto e, vá-se lá saber como, o clube da a volta de uma maneira muito forte. Temos que ter noção das coisas, o Porto tem que perder. Acontece com todos. Só que a segurança e a despreocupação com que os adeptos do Porto olham para os tempos que se seguem à derrota que, ainda que seja dolorosa, é necessária, tem como causa essa capacidade estrutural do Porto de responder muito, mas muito bem, à crise. Olha, vejo muitos portistas queixarem-se da comunicação do clube, porque o Benfica está sempre a soltar comunicados, e que o Porto deveria responder mais vezes; até posso concordar num certo grau; mas o facto de não responder, ou melhor, de responder internamente, permite-te ter uma superioridade "moral", na acepção comum do termo, sobre qualquer adversário. O Porto, realmente, não olha ninguém de baixo, na medida em que não teme, e sabe que eventualmente, acaba sempre por cima. Vê o ano do Mourinho, o tetra, o AVB, o Vitor Pereira. Isto só no passado mais recente. São 10 anos, 3 troféus europeus, e 8 campeonatos. Por melhor que as equipas joguem, esta resposta que o clube dá é o mais importante. Acaso o Barça tivesse esta capacidade, e ganhava 2 em cada 3 Champions, com a qualidade que tem). Sei que, este ano, para o ano, daqui a três anos, o Porto vai ficar em segundo ou em terceiro; sei que eventualmente vamos perder com o Benfica ou Sporting, e sair humilhados da Europa; mas repara, também sei que no ano seguinte até os comemos.

    Por fim, não vou responder na parte do Sporting, porque provavelmente tens razão. Só estranho a facilidade nos despedimentos.
    Sobre o Barça, tens toda a razão. Mas temos de ver que existem muitas diferenças. O Cruyff caiu ali, podia ter caido no Sporting, no Benfica, no Porto, seja onde for. E mudou radicalmente, não só o clube, mas o futebol também. Depois, ter uma equipa tão forte, é muito improvável. Agora, que os clubes portugueses poderiam ter equipas de quartos de champions com formação, penso que sim. Mas para além dos mil e um interesses e afins, existem tantas variáveis, e a aliança do imediato ao longo prazo é, muitas vezes, inatingível.

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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    1. Já estou a suar de tanto ler lol
      Deixa lá ver se consigo responder a algumas coisas
      1. "Do mesmo modo, a comparação do modelo do Benfica com o do Porto seria infeliz; o que não quer dizer que se distanciem muito. Mas o Porto consegue materializar, regularmente, em resultados desportivos. "
      Tem conseguido. Não quer dizer que se mantenha.

      2. "As comissões, os prémios de assinatura e outras coisas são consequência do mercado."
      São, sem dúvida, mas tal como o Bruno de Carvalho diz 10% é normal, quando ascende a 30% ou relembrando o caso do Bebé 100% torna-se estranho (no mínimo).

      3. Concordo contigo e não tenho as mínimas dúvidas de que o Porto sabe escolher a quem vender. Se os valores praticados são os noticiados é que tenho muitas dúvidas.

      4. "No Porto, se venderes o Falcão a 40M, por exemplo, vais ter cerca de 20M de lucro, ou algo aproximado (atenção, não conto os salários, como é óbvio), e vais retirar muito rendimento desportivo do jogador.
      No Benfica, se venderes o Falcão a 40M, por exemplo, vais ter o mesmo lucro, mas não vais ter metade do rendimento desportivo, pelo menos a nível de troféus."
      Não percebo... É mesmo problema meu de interpretação. Tenta explicar isso melhor, sff.

      5. "Por outro lado, o que o Porto faz muito bem, diga-se desde já, é aliar o sucesso desportivo a uma situação financeira que não é insustentável."
      Isso é exactamente o que ponho em causa. Como é que sabes que não é insustentável? Quem "mostra" as contas é quem as faz... Pode muito bem ser como o Bruno de Carvalho disse que acontecia no Sporting: folha de excel, números escolhidos a dedo e está feito.

      6. Formação em Portugal tem um grande mal: como só há 3 equipas, praticamente, o nível competitivo anual é muito baixo. Só sobe na fase final. O Rony (Marcos Lopes, Man City, ex-Benfica) falou disso há pouco tempo. Disse que era uma diferença enorme jogar em Inglaterra, porque sentia ambiente competitivo em todos os jogos.

      7. "O Cruyff caiu ali, podia ter caido no Sporting, no Benfica, no Porto, seja onde for."
      Não é bem assim. O Cruyff fez parte de uma mudança de estratégia que houve no Barcelona. Entrou o Rinus Michels que mais tarde trouxe o Cruyff como jogador, depois o Barcelona teve uma série de encontros e desencontros com ele. Tem sido uma "relação" muito complicada. Há um livro espectacular sobre o Barcelona: "Barça: The Making of the Greatest Team in the World" do Graham Hunter. Fala de toda a história recente do Barcelona e de como é que tudo se juntou para formar a "super-equipa" do Guardiola. Aconselho vivamente.

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  5. Caro Luís, desculpa o tamanho :D

    1 - Mas consegue (e se considerarmos a última década apenas), no médio prazo.

    2 - Concordo plenamente. Mas isso cabe à FIFA regularizar, e os clubes apenas são vítimas dessas situações.

    3 - Eu acho que são os noticiados. Só que desses, o valor líquido que entra no clube é sempre muito menor.

    4 - Imagina, compras um livros por 20€, e lê-lo numa semana, para de seguida o venderes por 15€. Retiras-te do livro o proveito que desejavas, e ainda amortizas-te algum do dinheiro que gastaste. Agora, é diferente se comprares o mesmo livro por 20€, leres duas páginas, e vendê-lo por 15€. No caso dos clubes, o Porto retira rendimento, a nível de futebol, dos jogadores, obtendo, ainda, lucro nas vendas. Assim, o jogador ajuda no sucesso desportivo da equipa e ajuda na situação financeira. De que serve contratar carradas de jogadores e vendê-los a preços altos se não ganhas o campeonato nesse processo?

    5 - Luís, mas é muito arriscado... Estão registados na CMVM e tem responsabilidades perante os accionistas. No caso do Porto, esses accionistas não são do PS, do PSD, das Câmaras, de alguns bancos... Agora, é sustentável desde que a equipa não se deixe de qualificar dois anos seguidos para a Champions, e desde que consiga vender. O Porto tem ofertas, sempre; em último recurso, vende mais e mais barato e muda de modelo, por exemplo... Estão os três endividados. O pior é o Sporting. O Benfica mascara a dívida monstruosa com activos que de pouco lhe valerão no caso de falência (o estádio, faz metade dos activos quase, ou até supera salvo erro). Se formos a ver, o Porto é o único que consegue realmente transferir os activos regularmente a preços bons. Logo é o que tem porventura, mais confiança nesse sentido no seu Relatório e Contas. O que não quer dizer que não esteja endividado. Mas ainda assim, as diferenças de empréstimos, até a nível de juros, são grandes, do Porto para o Benfica.

    6 - Nada a dizer, concordo com o que dizes.

    7 - Quando digo caiu ali, quero dizer que foram criadas as condições para ele ir para ali, do mesmo modo que poderiam ter sido criadas em qualquer outro lugar, talvez. Não conheço o livro, mas desde já te garanto que esse legado é tão pesado, que está a levar a uma mudança histórica na gestão do Barça. Hoje, o Barça é mais uma espécie de quinta do Florentino do que do Cruyff, Pep, ou Jan.

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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    1. Não há problema nenhum no tamanho, era só brincadeira.

      4. Pareceu-me que era isso que querias dizer, mas no início fiz uma leitura totalmente diferente e não estava a fazer muito sentido. Sim, claro. Interessa ter este tipo de gestão de plantel se o plantel tiver sucesso. Mas não acho que o Benfica tenha tido assim tanto insucesso. Vários campeonatos decididos nas últimas jornadas e boas participações europeias (nos últimos 2 anos foram a uma final da LE e aos 4ºs de final da LC).

      7. O mal do Barcelona é o presidente. O Rosell já tem uma longa história. Ele entrou com o Laporta (defensor incondicional do Cruyff), mas depois virou-se rival dele. E ele tem um estilo de gestão parecido com o do Florentino, tal como dizes.

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  6. Caro Luís,

    4 - Está melhor com o Jesus, claro. Mas as políticas de contratações são ridículas, do prisma desportivo. Resolveu-se este campeonato nas últimas jornadas; o anterior foi praticamente resolvido na Luz; o do Villas Boas foi humilhante; ganhou o primeiro, mas com uma pontuação muito fraca; e de resto só ganhou o Trapattoni; em, salvo erro, 11 anos de modelo. Chegou a dois quartos da Champions, uma meia final da liga europa e uma final da liga europa. Nesses mesmos 11 anos, o Porto ganhou uma Champions, uma Uefa e uma Europa. Chegou por uma vez aos quartos da Champions (Utd) e por, assim de cabeça, duas vezes aos oitavos (correcção, três, Arsenal, Schalke 04, Málaga), sendo que não terá passado contra dois por demérito próprio.
    Houve uma aproximação do Benfica? Sim. A que custo? Isso é que é importante. Porque há consequências graves da gestão Luís Vieria. Mas o tempo vai dizer.

    7 - Pois, tens toda a razão. Tenho dito, há muitos problemas ali. Só que a estratégia de marketing está tão bem montada (como a do Florentino, como a do Vieira), que o clube está refém dessa personagem.

    Cumprimentos,
    António Teixeira

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