quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Malaga - Parte 1 - Visão Geral

Procuro neste texto dar a conhecer um pouco do adversário do Porto na Liga dos Campeões. Será dividido em 2 partes: uma visão geral sobre a equipa e a estrela da equipa e a segunda parte é uma análise estatística da equipa. Seguir-se-á um texto igual referente ao Leverkusen, adversário do Benfica na Liga Europa.

Equipa mais usada na Liga

4-2-3-1: Com trocas posicionais entre o trio que joga atrás do avançado e com um avançado muito móvel como é conhecido dos portugueses. Muitas vezes é Eliseu que joga na direita e Joaquin na esquerda. A situação apresentada permite jogar mais na horizontal. A troca dos alas, faz com que a equipa seja mais vertical e aposte nas diagonais desses jogadores, principalmente de Joaquin. Isco será abordado mais à frente, mas importa referir que é ponto central da equipa em situações ofensivas. Apesar de ser uma equipa que aposta na posse de bola, há uma divisão na equipa entre tarefas ofensivas e defensivas, cabendo aos 4 da frente a maioria das tarefas no processo ofensivo e aos 6 (7 se contar com o GR) as tarefas defensivas. As transições são normalmente asseguradas pelos 2 trincos em ataque-defesa e por Isco em defesa-ataque.

Onze e desenho táctico mais utilizado na Liga Espanhola

Variação na segunda parte do jogo com o Real Madrid

4-4-2: Não é muito diferente da situação inicial, mas Joaquin joga mais próximo do atacante e o meio-campo passa a uma linha de 4 jogadores. Sempre que joga Santa Cruz, existe a necessidade de ter um jogador mais próximo devido à menor mobilidade em relação a Saviola. Ganha ao argentino na capacidade de segurar a bola e na disponibilidade que oferece à equipa de uma out-ball (opção de passe fora das zonas de pressão do adversário). No jogo com o Real Madrid jogaram Portillo (de início) e Iturra, mas em situações normais jogaria Toulalan. Este desenho táctico (e correspondente dinâmica) é usado em situações de vantagem no marcador ou para manutenção do resultado (no caso da Liga pode não ser tão interessante, mas na Liga dos Campeões tem um significado mais importante). No caso, Santa Cruz entrou quando estava 1-0 para o Málaga, mas teve o azar de sofrer o golo no minuto seguinte. Ainda assim, o paraguaio estava num bom dia e marcou os 2 golos que deram a vitória à equipa da casa.

Variação no jogo com o Real Madrid, a ganhar 1-0
Pode ser usado para manter o resultado
(apesar de isso não ter acontecido)

Estrela da Equipa: Isco



Apesar de muitos jogadores do Málaga estarem a jogar bem, é evidente que um se distancia dos demais pelo inegável talento que possui. Esse jogador é Isco. Já foi aqui falado nomeadamente pela sua visão de jogo, capacidade de drible e qualidade de passe. No Málaga, começa como "10", mas joga a toda a largura do campo trocando de posição com os alas. Após a recuperação de bola, o primeiro passe é feito para ele quando a equipa sai em organização ofensiva. Como defeito poder-se-á apontar o facto de arriscar poucas vezes o último passe (pode-se ver até pelas poucas assistências que tem nesta época).
Se na equipa o estatuto é evidente, mais difícil está a situação na selecção. Com Xavi, Iniesta, Thiago, Cesc, Santi Cazorla, Beñat e Borja Valero (entre outros) a discutirem com ele um lugar no meio-campo da La Roja, no futuro recente será difícil ganhar um lugar no onze. No entanto, acredito que a médio-longo prazo pode ser a principal aposta para o lugar de Xavi (apesar de jogar a "10" no Málaga é um jogador capaz de jogar mais recuado).

domingo, 16 de dezembro de 2012

Apanhado das últimas semanas: Euro 2020, Sporting, Centurión e Reyes

Com pouca possibilidade de escrever neste espaço, vou procurar agora fazer um apanhado de alguns temos de que queria falar.

Euro 2020 em vários países

É uma ideia que tem que ser mais desenvolvida para se perceber como funcionará exactamente. Por agora, parece uma forma de envolver mais países e espalhar a competição. Pode ser bom se for em países próximos, não faz sentido se houver jogos numa semana em Portugal e noutra na Rússia (por exemplo).
Já agora, diga-se que os critérios da FIFA e da UEFA para "dimensionamento" dos estádios também não está adaptado à lotação média de grande parte dos clubes europeus (veja-se, por exemplo, o caso de Portugal) e esta medida pode ser benéfica nesse sentido, isto é, se o Euro 2004 tivesse sido feito deste modo, Portugal só tinha construído 2/3 estádios novos (pensando que o Euro podia ser repartido por 4 países e 2/3 estádios em cada um).
EURO 2020 em vários países pode ser boa ideia ou um desastre

Sporting

Trocam-se dirigentes, treinadores e onze e o mal continua. Acima de tudo porque se troca mal e sem grande critério. Primeiro há que perceber que o mal do Sporting tem sido a defesa e não o ataque. Logo, há que contratar algum treinador que possa resolver esse problema (pensando que Vercauteren não consegue). Para uma solução a curto-prazo, há que mudar o onze e a ideia base da tática. Proposta: Patrício, Cédric, Dier, Pedro Mendes, Insúa, Rinaudo, Gelson/Adrien/João Mário, André Martins, Jeffren/Esgaio/Bruma, Carrillo, RVW - na tentativa de defender com muita gente (até estar treinada uma forma melhor de defender) e explorar o contra-ataque ao estilo do Marítimo (principalmente da época passada) ou do Estoril (desenho tático: 4-3-3).
Caminha no sentido errado, mas há tempo para mudar e
há muita "matéria-prima" para explorar

Adrián Centurión e Diego Reyes

São os dois grandes jogadores. Um deles já foi falado aqui (Reyes), o outro estava em lista para ser. Fala-se em 6M€ para Reyes e 10M€ para Centurión. São somas avultadas, possivelmente possibilitadas pela venda de parte do passe a fundos. São excelente compras e com potencial de valorização tremendo, mas discordo do método. De qualquer modo, Porto e Benfica ficam bem servidos (supondo Centurión no Porto e Reyes no Benfica percebo a necessidade de substituir James e Garay, respectivamente; ao contrário, parece mais complicado. Talvez Centurión para jogar no meio-campo e Reyes para jogar como trinco, visto a abundância de soluções tanto para as alas no Benfica como para o centro da defesa no Porto).

Adrián Centurión (Racing Avellaneda)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"É muito melhor comprar uma empresa maravilhosa a um preço justo, que uma empresa normal a um preço maravilhoso"

Contextualização

A frase é dita por Warren Buffet e é uma das suas regras de gestão de empresas. Este texto parte dessa frase (revelada num artigo do jornal i) para analisar as várias perspectivas de mercado dos clubes de futebol.

Durante muito tempo, as equipas portuguesas compravam muitos jogadores a preço baixo na esperança de uma grande valorização que seria transformada em retorno financeiro. Ainda agora, muitos negócios se fazem nessa base, mas será a melhor opção?

Jogadores baratos vs Jogadores caros

Proponho a análise de alguns casos de jogadores "caros" (custo superior a 5M€) e "baratos" e o seu rendimento de Porto e Benfica. Procurei só os pontas-de-lança por ser mais fácil a sua análise através das participações em golos.

Porto
Jackson Martínez - 8.5M€ - Titular, 10 jogos, 9 golos, 2 assistências (na liga)
Kléber - 3.5M€ - Suplente, 25 jogos, 9 golos, 2 assistências
Janko - 2M€ - Vendido por 2.5M€, 10 jogos, 4 golos
Walter - 6M€ - Emprestado ao Goiás, 19 jogos, 7 golos, 1 assistência

Benfica
Lima - 4M€ - Titular, 6 jogos, 6 golos, 1 assistência
Franco Jara - 5,5M€ - Emprestado ao San Lorenzo, 27 jogos, 6 golos, 4 assistências
Rodrigo -  6M€ - Suplente (em rotação com os titulares), 30 jogos, 13 golos, 5 assistências
Rodrigo Mora - csuto zero - Emprestado ao River Plate, 1 jogo

Participações directas em golos aumentam com o custo de um jogador?

Relação entre Participações em Golos por jogo (PGJ) e Custo dos jogadores
(linha a vermelho - média de PGJ; verde - média custo)

Antes de mais, é de notar que a amostra é pequena, logo não é representativa da realidade e, como tal, a fiabilidade desta leitura é questionável. Ainda assim, e apesar de não haver uma relação linear com uma linha de tendência representativa, é de notar que há uma tendência positiva nesta relação. Se retirar o elemento mais afastado da linha de tendência (Lima), o coeficiente de determinaação (R2) sobe para 0.75.

A mesma relação, sem Lima

Conclusão

Podemos então concluir, que há alguma relação entre o que se paga e o rendimento de um jogador, mas que há excepções que comprometem a ideia. Isto é, pagar um preço justo por algo que sabemos que é bom é uma boa filosofia, mas não é não é impeditivo de uma boa compra ser feita a um preço baixo (como foi o caso de Lima, por exemplo).
Faltava analisar em termos de preço de venda, visto que as equipas portuguesas além de rendimento desportivo, procuram mais valias financeiras que não estão necessariamente relacionadas. Isso ficará para outro texto.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Porque é que as seleções se sujeitam a isto?

Não percebo como Portugal e Argentina aceitam jogar no Gabão e na Arábia Saudita a meio da temporada. Não me convence que 1M€ (pelo menos para Portugal rondou esse valor) pague uma viagem longa, situações desconfortáveis fora do campo (como a cena vivida por Messi), maus relvados, climas totalmente diferentes e, falando de futebol, desafios pouco interessantes. Tudo isto a meio da temporada. E estamos a falar das 2 seleções com maiores motivos de interesse do mundo (Ronaldo e Messi, naturalmente).

Messi na Arábia. E se Ronaldo tivesse ido ao Gabão?

domingo, 4 de novembro de 2012

Liga Italiana: Juventus (1) vs Inter (3) - Notas

Ia fazer uma análise mais detalhada, mas visto que o ZM já abordou grande parte dos pontos, vou aproveitar o desenho tático que fez para abordar alguns pontos de interesse do jogo.

Onzes Iniciais e Desenhos Táticos
Fonte: Zonal Marking

3-5-2 vs 3-4-3

Apesar de ser um duelo tático pouco visto (fora de Itália, lá é relativamente comum), não teve um impacto muito positivo no jogo, pois criou desequilíbrios naturais sem necessidade de grandes dinâmicas de ambas as equipas.

Juventus

O 3-5-2 tinha a vantagem de ter um homem a mais no meio-campo, que teoricamente daria espaço a Pirlo, mas que não foi aproveitada, pois a Juventus jogou maioritariamente em contra-ataque (é difícil saber qual seria a intenção de Conte se não tivesse ficado em vantagem tão cedo). Uma movimentação habitual era a descida de Giovinco para o lugar à frente de Marchisio e Vidal, que seria para receber a bola no momento de contra-ataque, mas que nunca funcionou muito bem.
Para contraria o jogador a mais no meio-campo, Milito ou Palacio desciam para perto de Pirlo. Uma dinâmica alternativa usada em alguns momentos era a subida de Cambiasso para perto de Pirlo com um dos centrais (normalmente Juan) a comporem o meio-campo (de outra maneira ficariam Vidal e Marchisio para Gargano).

Inter

Se a Juventus ganhava no centro do terreno, o Inter ganhava nas alas. Tipicamente, num duelo entre estes 2 sistemas táticos é o que acontece. O 3-5-2 só permite 1 jogador em cada ala, enquanto que o 3-4-3 permite 2 (um no meio-campo, outro na frente). Assim, mantendo Cassano e Palacio abertos, Nagatomo e Zanetti podiam subir livremente. Isto poderia ter sido resolvido se os centrais da Juventus tivessem liberdade para saírem do centro (estranho que Chiellini tenha desfeito a defesa a 3 para pressionar/seguir Palacio/Milito na vertical, mas nunca o tenha feito na horizontal) ou então com uma dinâmica colectiva que transformasse o desenho tático (por exemplo, com a ida de Vidal ou Marchisio para as alas e descida de Lichtsteiner para lateral, passando a uma formação mais próxima do 4-4-2). Esta situação foi particularmente favorável do lado esquerdo do ataque do Inter, onde Cassano se manteve muito encostado à linha e Nagatomo entrava pelo meio sem oposição (Lichtsteiner preocupava-se muito com Cassano e deixava o japonês livre).

Zanetti

Faltam palavras para o descrever. Tem 39 anos e tinha à sua frente um jogador 16 anos mais novo e conhecido pela sua energia. Raras foram as vezes que foi ultrapassado. Para ele, a idade é somente um número. Irradia classe e conhecimento. Para o bem do futebol, gostava que fosse eterno.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Porto vs Dínamo de Kiev - 4-4-2 será reutilizado?

Defour entra, Moutinho sai

Ao minuto 75, Vítor Pereira trocou Moutinho por Defour. Esta troca não traria nada de novo, não fosse o belga encostar-se à ala, jogando James Rodriguez no meio e mais próximo de Jackson. Observando a posição média dos jogadores do Porto entre o minuto 75 e 90 (figura em baixo), percebe-se essa intenção.

Posição média entre o minuto 75 e 90 dos jogadores do Porto no encontro com o Dínamo de Kiev
Pode ter sido somente uma reacção à situação em que se encontrava o jogo, mas também pode ser do interesse de Vítor Pereira repescar este desenho tático noutros jogos.

Vantagem

A principal vantagem é a melhor dispersão dos médios pelo campo, isto é, tem James no seu melhor lugar em campo e jogadores de transição em posições laterais que permitem construir jogo sem o afunilar demasiado cedo (normalmente com James a divagar entre a ala e o centro, o lado direito fica manco e obriga a "fechar" muito o jogo).
Poderia funcionar um pouco ao estilo do 4-4-2 com que Jesus foi campeão: Defour/Danilo a fazerem de Ramires (maiores preocupações de organização) e Atsu/Alex Sandro a fazerem de Di Maria (maiores preocupações na criação de desequilíbrios).

Desvantagem

É difícil incluir Lucho e Moutinho neste desenho tático. Têm sido peças fulcrais do clube, mas não vejo como seria possível escolher ambos os jogadores para o onze inicial neste desenho. Para a posição que ocupam só há uma possibilidade (a que no diagrama é ocupada por Lucho, número 3), visto que nenhum deles se destaca na ala ou como pivô defensivo.


Veremos o que Vítor Pereira faz, mas para jogos mais complicados (LC, Benfica, Braga, Sporting) podia ser uma boa solução. Mesmo que não o seja nos 90 minutos, pode ser utilizado em certas situações, tal como neste jogo.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Liga dos Campeões: Spartak (2) vs Benfica (1) - Notas

Spartak

Alinhou num 4-2-3-1 com base em transições rápidas (ainda que tenha acabado o jogo com maior percentagem de posse de bola). O excelente trabalho do meio-campo é de destacar. Rafael Carioca, Kallstrom, Jurado, Ananidze e Bilyaletdinov são todos jogadores de elevado nível técnico e também estiveram quase sempre bem na defesa (não tanto tecnicamente, isto é, no desarme, mas a nível táctico). Já tinham feito suar o Barcelona, marcando um grande golo em contra-ataque e contra o Benfica conseguiram a vitória que os deixa à frente do seu opositor desta noite e a 1 ponto do 2º lugar (contando com a vitória do Barcelona frente ao Celtic).

Benfica

Jorge Jesus não desfez o seu habitual 4-4-2 e teve muitos problemas ao nível do controlo de jogo a meio-campo. Usar os mesmos 4 jogadores do meio-campo, mas mais fechados (tipo losango com Enzo a "10" e Salvio e Bruno César como interiores) ou passar para 4-3-3 com Lima aberto na ala e Bruno César como "10" podia trazer alguns benefícios ao Benfica. Tal como já tinha referido em textos anteriores, as ausências de Witsel e Javi notam-se sobretudo nos jogos mais difíceis e este foi claramente um desses casos.
Continuo sem entender o porquê de Jorge Jesus insistir em Rodrigo nas costas de Lima quando ele é claramente melhor como avançado mais solto na frente. Esta posição obriga-o a procurar muito jogo e descer muito no terreno.

Rafael Carioca

Na minha opinião, foi o melhor em campo. Sempre a controlar o ritmo de jogo e a sair com facilidade de situações de pressão. Fez um jogo muito à semelhança do que Busquets faz no Barcelona.
Rafael Carioca (Spartak)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Kisley (Pedras Rubras)

Nome: Kisley Tavares
Data de Nascimento: 22.11.1990 (21 anos)
Posição: Extremo/Médio Ofensivo
País: Cabo Verde
Clube Actual: F.C. Pedras Rubras
Zerozero
 
Na vitória do Pedras Rubras sobre o União da Madeira, chamou-me a atenção este jovem talento cabo-verdiano que desponta em Portugal. É bastante completo e acho que poderá ter uma boa carreira se fizer uma evolução criteriosa. Joga principalmente na ala esquerda fazendo uso da sua boa técnica e velocidade, mas acho que também podia jogar no centro, pois também é bom no passe e na leitura de jogo. O que também me surpreendeu foi a chamada de atenção a outro colega por não ter realizado uma cobertura devidamente, dando sinais de conhecimentos e preocupações táticas.
Kisley (Pedras Rubras)

sábado, 20 de outubro de 2012

Pizzi e Éder - Situação Actual e Perspectivas para a Selecção

Este texto pretende apenas reflectir um pouco sobre o real valor dos 2 jogadores e o que podem ser no futuro.

1. Pizzi

Depois de passar 1 ano no Atlético de Madrid, a equipa da capital espanhola decide não fazer uso da opção de compra; o jogador volta ao Braga e, mais uma vez por influência de Jorge Mendes, volta a ser emprestado ao Atlético que o "sub-empresta" ao Deportivo. Por alguma razão difícil de identificar (será?) o Atlético decide activar a opção no valor de 13.5M € !! Mais, este contrato só entra em vigor após o fim do empréstimo e não a partir do próximo período de transferências. O que leva uma equipa que teve um jogador à experiência durante 1 ano, a só o comprar uns meses depois e sem o interesse de o ter o mais cedo possível, por uma verba que dificilmente irá pagar? O negócio promete ser mau para todos. Para o Pizzi, porque tem grandes probabilidades de ficar encostado numa fase crucial da carreira (afinal não era opção para Simeone no ano passado). Para o Braga que provavelmente não vai ter todo o dinheiro que esperava desta venda e se o tiver vai ser em 4 partes anuais... Para o Atlético que vai perder dinheiro e ter mais um jogador com o qual não conta, estando já numa situação financeira muito complicada.

Pizzi (Deportivo)
Falando do jogador, acredito que é um bom jogador e não fosse a competição de Ronaldo e Nani na seleção poderia fazer parte do onze base. Ainda assim, é uma opção com a qual se pode contar, até pela sua polivalência (pode alinhar como "10" e mesmo como avançado). Espero sinceramente que as minhas previsões anteriores falhem e que seja um sucesso no Atlético de Madrid (e naturalmente na selecção).



2. Éder

Depois de uma boa primeira metade de época na Académica, viu-se embrulhado num negócio pouco claro que visava a sua transferência para Inglaterra. Não quis e foi afastado. Estando em final de contrato, aproveitou para sair para o Braga. A concorrência de Lima ameaçava limitar as suas oportunidades na nova equipa, mas com a saída do brasileiro, ganhou a titularidade e já conta com 4 golos em 4 jogos e 3 jogos pela seleção.
Éder (Braga)
Com as características físicas que possui (velocidade, força e altura), aliado ao instinto goleador, pode ser uma grande fonte de rendimento para o clube bracarense e a solução para a selecção no que toca à posição de ponta-de-lança.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 5 - Último)


Hernán Barcos - Palmeiras - Ponta-de-Lança - 28 anos
Já correu meio mundo, nem sempre com sucesso, mas já o vi a jogar algumas vezes e sempre achei que tinha qualidade para uma carreira melhor. Com qualidade técnica, apesar de um pouco trapalhão, teve direito à sua primeira internacionalização no jogo do passado sábado contra o Uruguai. Em Portugal seria um elemento interessante como suplente de um dos grandes.
Hernán Barcos (Palmeiras)

Alex Schalk - NAC Breda - Ponta-de-Lança - 20 anos
Numa das equipas mais fracas da Liga Holandesa, tem surgido um avançado de grande potencial. Destaca-se principalmente pela finalização, fazendo lembrar Huntelaar (apesar de ser baixo é bom de cabeça). É o avançado titular da selecção sub-21 holandesa. É de esperar que dê o salto para um dos grandes do seu campeonato (Ajax, PSV, Twente,...).

Alex Schalk (NAC Breda)

Sergi Samper - Barcelona - Médio Centro/Médio Defensivo - 17 anos
A nova coqueluche de La Masia. Muitos dizem que é o natural herdeiro de Xavi e tem todo o aspeto disso. Contando com o tradicional aproveitamento da cantera pela equipa catalã, é de esperar que faça uma grande carreira no Barcelona e ao serviço da selecção espanhola.
Sergi Samper (Barcelona)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 4)

Parte 3

Manuel Lanzini - River Plate - Médio Ofensivo - 19 anos
Novo Messi, novo Maradona, novo... Seja lá o que for, é um "10" de imensa qualidade. Já esteve emprestado ao Fluminense, mas voltou agora ao River de Primeira Divisão. Promete imenso e deverá deixar o seu próprio nome na História do futebol. A seguir, definitivamente.
Vídeo
Manuel Lanzini (River Plate)

Ljubomir Fejsa - Olympiakos - Médio Defensivo/Médio Centro - 24 anos
Já o vi a jogar como médio de transição e como pivô defensivo. Acho que pode ter sucesso em ambas as posições, apesar de ter perdido a titularidade na equipa de Leonardo Jardim. Intercepta e sai a jogar. Mais um bom valor do futebol sérvio que (naturalmente) passou pelo Partizan. Tem cimentado o seu lugar na selecção e se não recuperar o lugar no onze da equipa, certamente que terá muitas equipas interessadas em contar com o seu valor.
 Vídeo
Ljubomir Fejsa (Olympiakos)

Lucas - Botafogo - Defesa Direito - 24 anos
Faz parte de uma das equipas mais interessantes do futebol brasileiro e é um dos melhores valores a atuar no campeonato. Formado na boa escola do Figueirense, já conta com 1 internacionalização. Ofensivo como é natural nos laterais brasileiros, precisa de ser testado defensivamente. Acredito que pode ser um jogador de alto nível na Europa.
Vídeo
Lucas (Botafogo)

domingo, 30 de setembro de 2012

Porto B - Qual é o propósito?

Hoje o Porto B alinhou com:
Fabiano Freitas, David Bruno, Mangala, Abdoulaye Ba, Quiño, Mikel Agu, Pedro Moreira, Tozé, Kelvin, Iturbe e Dellatorre
São 6 jogadores da equipa A (Fabiano, Quiño, Mangala, Ba, Kelvin e Iturbe) e 8 estrangeiros.

Onde está o jogador português?
E quantos farão parte do 11 base do plantel principal do Porto no futuro?

Transição A-B em vez de B-A?

Olhando aos exemplos máximos de aproveitamento da equipa B, Barcelona e Marítimo, esta equipa serve principalmente para fazer a inclusão de jogadores jovens na equipa principal. Maioritariamente jogadores que passaram a idade de júnior ou estão nela ou apostas em jogadores jovens de campeonatos "secundários" (principalmente no caso do Marítimo). O Porto subverte esta ideia e apresenta jogadores que se incluem no plantel principal nesta equipa. Qual é o passo seguinte? Permitir aos que estão em idade júnior darem outro passo atrás? Podem dizer que é uma falsa questão porque grande parte destes jogadores ainda não jogaram pela equipa A. Mas então porque não integram definitivamente o plantel da B?

Liga Orangina

Como é que as outras equipas do segundo escalão podem competir com jogadores das principais equipas do escalão superior? Hoje o Penafiel até conseguiu o empate, mas em vez de ser um jogo aberto como é normal nesta Liga, foi um jogo de sentido único em que a "outra" equipa só procurava transições rápidas ofensivas. Que melhoria é que isto traz ao futebol nacional?

Jogadores Portugueses

E quanto à dita promoção do jogador nacional que foi usada como objectivo desta medida? São 8 os não-portugueses em campo! Como é que isto promove o jogador português? Fábio Martins, Tiago Ferreira, Edú e Sérgio Oliveira, Frédéric Maciel e Eloi Silva em comum têm o facto de serem portugueses e terem cedido os seus lugares a jogadores não-portugueses.

Conclusão

Acima de tudo, espero que este ano sirva de experiência e que se aproveite melhor a oportunidade de ter uma equipa B no próximo ano. Já agora, era bom que Tozé conseguisse lutar por um lugar na equipa principal. Qualidade não lhe falta.

PS: Do outro lado estava o Penafiel que no ano passado vendeu Michel (Braga) ao Paços de Ferreira, este ano vendeu Manoel ao Braga e conta no plantel com jovens que pode potenciar e vender: Mbala (Avançado, 19 anos), Diogo Viana (Extremo, 22 anos), Aldair (Extremo, 20 anos) e Robson (Médio Centro/Ofensivo, 24 anos). Podem não ter equipa para subir, mas têm um plantel que garante sustentabilidade.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Liga Portuguesa: Sporting (2) vs Gil Vicente (1) - Notas

Ao ver o final do jogo, surgiram-me 2 questões:

1. Faz sentido trocar um defesa por um atacante quando se está a perder e se quer inverter o resultado?

Teoricamente e racionalmente, não. Emocionalmente, sim. Afastando o carácter emocional do jogo, é fácil traduzir a possibilidade de uma equipa marcar golo em 3 passos: posse de bola, criação de oportunidade, finalização. Custa-me encaixar a opção de Sá Pinto numa situação de melhoria das 3 fases, ou de alguma delas sem prejuízo de outra. Retirar Xandão, alterando a dinâmica de toda a equipa, nomeadamente através das novas tarefas de Cédric, Insua e Rinaudo leva a prejuízo na fase de recuperação de bola (logo menos posse de bola) e na criação de oportunidades (Izmailov ficou "sozinho" no meio-campo).
Sá Pinto conseguiu dar a volta ao resultado,
mas a estratégia usada resultará sempre?

2. Quando uma equipa é muito melhor individualmente que outra, interessa manter o equilíbrio ou chega aumentar o ritmo de jogo?

Observando o jogo, seria fácil dizer que depois do Sporting perder o equilíbrio tático da equipa, aumentou o ritmo e chegou ao resultado que procurava. Tal como muitas vezes acontece com o Benfica de Jorge Jesus e, por vezes, com o Real Madrid de Mourinho. Mais uma vez, racionalmente pouco sentido faz que uma equipa perca o equilíbrio para ganhar o jogo. No entanto, se o ritmo for tão elevado que a organização colectiva da outra equipa, isto é, o equilíbrio fique comprometido, o jogo torna-se quase numa soma de acções individuais e nesse campo ganha a equipa "maior" (leia-se com melhores jogadores).

sábado, 22 de setembro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 3)

Parte 1
Parte 2

Yuki Otsu - VVV-Venlo - Extremo/Médio Ofensivo - 22 anos
Rápido, bom tecnicamente e com bom remate. Tem feito carreira como extremo, mas penso que seria boa solução como médio ofensivo. Chegou à Europa pelo Gladbach, onde não se conseguiu afirmar, e foi transferido para o Venlo da Liga Holandesa. Chamou à atenção da crítica mundial nos Olímpicos de Londres.
Vídeo
Yuki Otsu (VVV-Venlo)

Jorge Enriquez - Chivas - Médio Defensivo/Médio Centro - 21 anos
Lembra Busquets. É inteligente a ler o jogo, sai a jogar quando recupera a bola e não é nada limitado tecnicamente. Pode ter algumas dificuldades em singrar por não ser visto como o típico "trinco", ainda assim, tudo aponta para um futuro risonho.
Vídeo
Jorge Enriquez (Chivas)

Diego Reyes - Club América - Defesa Central/Médio Defensivo - 20 anos
Joga maioritariamente como defesa central, mas devido à sua qualidade técnica, também pode jogar no meio-campo ou mesmo como lateral. Com 20 anos acabados de fazer, toda a gente tem as mais altas expectativas em relação a ele. Se ganhar alguma cultura tática (posicionamento, leitura de jogo,...) pode tornar-se um dos melhores defesas do Mundo. O campeonato italiano seria uma boa opção para se desenvolver.
Vídeo
Diego Reyes (Club América)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Empréstimos - Parte 2 - Vantages/Desvantagens

A parte 1 reportava às regras actuais e as minhas sugestões. Esta parte incidirá na problemática na perspectiva dos clubes e dos jogadores.

Clube que empresta

Vantagens

Em Portugal, tipicamente acontece com jogadores nos primeiros anos de sénior, o que lhes dá uma oportunidade de experimentar os campeonatos profissionais. Para o clube que empresta, a principal vantagem é ter um jogador com mais oportunidades de jogar. Economicamente, pode permitir repartir o salário com a outra equipa mas, geralmente, não tem grande benefício a esse nível.

Desvantagens

Muitas vezes, o problema reside na dificuldade em seguir e regular (leia-se, treinar/jogar de melhor forma a garantir) a evolução do jogador. Outra desvantagem é o nível competitivo da equipa. Por exemplo, uma equipa que luta pelo campeonato tem naturalmente uma componente competitiva totalmente diferente de uma equipa que luta por não descer (é diferente trabalhar por um objectivo de trabalhar para um "não-objectivo"). Seja a nível interno (luta por um lugar no 11, por exemplo) ou a nível externo (objectivos da equipa para cada jogo). Com isto quero salientar que torna-se difícil estar preparado para jogar numa equipa que luta por um campeonato, fazendo a "preparação" numa equipa que luta pela manutenção.

Clube que recebe o jogador

Vantagens

Em situações normais será um jogador com uma capacidade potencial e talento que não estão ao alcance dessa equipa. A nível económico, tem um jogador capaz no plantel a reduzido custo

Desvantagens

Falta de motivação pode ser um problema. Um jogador que fez a formação numa equipa de topo e tem o sonho/objectivo de jogar por essa equipa vê-se numa equipa que não corresponde a esses mesmos sonhos/objectivos. Outra desvantagem pode ser a "sobre-dependência" dos empréstimos. Por falta de rigor na gestão do plantel, uma equipa pode ter muitos jogadores do seu onze base que não lhe pertencem. Isto cria 2 problemas: o primeiro é a necessidade de refazer o plantel na época seguinte (supondo que os empréstimos não se mantêm), o segundo é o da relação jogador-público. Se o público não o sente como jogador da casa, não o apoiará tanto (e poderá até criticar por falta de empenho, justa ou injustamente) e isso poderá levar a um decréscimo de rendimento. Quando o clube está em "sobre-dependência", pode diminuir a ligação do público com a equipa. Por último, a questão das camadas jovens do clube que recebe o jogador. Obviamente que se o lugar é ocupado por um jogador de outro clube, não é ocupado por um jogador formado(/com contrato) pelo próprio clube. Isto pode levar a situações de empréstimo de jogadores que de outra forma teriam lugar (por exemplo, no caso de Kelvin e Atsu no Rio Ave, Renato Santos e Feliz foram emprestados a Moreirense e Trofense, respectivamente).

Jogador

Vantagens

Aqui, a história repete-se: tem possibilidade de experimentar um campeonato profissional e jogar regularmente. Além disso, no caso de não existir empréstimo, a solução poderia passar pela dispensa do jogador, que poderia ser ainda mais gravosa para a carreira.

Desvantagens

A diferença na qualidade e no ambiente competitivo das 2 equipas pode ser pouco interessante para o jogador, retirando-lhe motivação. Os sucessivos empréstimos, são altamente prejudiciais, pois não permitem que o jogador tenha estabilidade e capacidade de decidir o seu futuro (fica na mão do equipa com a qual tem contrato)

Conclusão

Seria importante que a quantidade de jogadores emprestados por uma equipa fosse regulado, não necessariamente por uma regra imposta pela Liga ou Federação, mas pela própria equipa de gestão do plantel (Director Desportivo/Treinador/Presidente, etc.). Para as equipas que recebem os jogadores era interessante o limite de jogadores para evitar a "sobre-dependência" (como escrevi na parte 1 do texto). A escolha da equipa a que o jogador é emprestado deveria ser vista mais do ponto de vista desportivo do que económico. Por exemplo, se calhar, seria mais produtivo para o Porto/Benfica/Sporting emprestar um jogador a uma equipa estilo Basileia (luta pelo campeonato Suiço), Liège (luta pelo campeonato Belga) ou mesmo uma equipa da segunda liga inglesa ou alemã do que a algumas equipas da primeira divisão portuguesa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Scouting Verão 2012 (Parte 2)

Omar Abdulrahman - Al-Ain - Médio Centro/Médio Ofensivo - 20 anos
Tem técnica, visão de jogo e capacidade de passe. Também é conhecido o seu desejo de jogar na Europa. Com qualidade para isso, deverá ser uma questão de tempo até o vermos num jogo de uma competição europeia.
Vídeo

Omar Abdulrahman (Al-Ain)

Amer Abdulrahman - Baniyas SC - Médio Centro - 23 anos
Muito similar ao seu compatriota Omar, mas é já um jogador mais experiente. Joga mais recuado e ganhando agressividade, podia ser um excelente médio defensivo. Joga ao lado de Yeste e Zidan no campeonato dos Emirados Árabes Unidos, mas tem capacidade para um campeonato europeu de topo.
Vídeo
Amer Abdulrahman (Baniyas)

Lorenzo Insigne - Nápoles - Segundo Avançado/Extremo - 21 anos
A velocidade e o drible são os seus principais trunfos, mas sendo jovem ainda tem muito por onde melhorar. Com a saída de Lavezzi para o PSG, ganhou espaço na equipa italiana e tem-se imposto, sendo já uma das estrelas da equipa. Quando melhorar o processo de decisão e a finalização vai ser um avançado de top.
Lorenzo Insigne (Nápoles)

sábado, 8 de setembro de 2012

Scouting - Verão 2012 (Parte 1)

Vou só falar sobre alguns jogadores que me chamaram a atenção durante este Verão

Mohamed Bangura - AIK (emprestado pelo Celtic) - Avançado - 23 anos
Joga principalmente no centro do ataque, mas cativou-me a jogar pela ala direita. Velocidade, drible e boa finalização são as suas principais qualidades. Foi contratado pelo Celtic ao AIK, mas neste verão voltou para a Suécia por empréstimo.
Mohamed Bangura (AIK)

Panagiotis Tachtsidis - Roma - Médio - 21 anos
Formado no AEK de Atenas, chegou ao futebol italiano pelo Génova, mas só agora tem uma oportunidade de vingar ao mais alto nível. Na Roma, já é titular ao lado de Daniele De Rossi. Pode jogar como médio mais recuado, mas acho que a sua carreira pode atingir voos mais altos em posições mais adiantadas. A capacidade de passe e remate com o pé esquerdo distinguem-no.

Panagiotis Tachtsidis (Roma)
Zouhaier Dhaouadi - Évian - Extremo/Médio Ofensivo - 24 anos
Um jogador que estava escondido em África, jogando pelo Club Africain de Tunis, chega à Europa pelo Évian. Não tem a cultura tática europeia mas tem qualidades técnicas fantásticas. Dependendo da sua capacidade de adaptação pode tornar-se um jogador de equipa grande em França ou mesmo noutros países (Itália ou Inglaterra, por exemplo).
Zouhaier Dhaouadi (Évian)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Benfica sem Witsel e Javi - Como resolver o problema?

Com a saída de Javi Garcia e Witsel e sem o reforço da equipa, o Benfica tem agora uma situação difícil de resolver.

Quem está no plantel?
Na equipa principal sobram Matic, Carlos Martins e Aimar como médios de raiz. Maxi Pereira, Bruno César, Enzo Perez e Gaitán também podem jogar no meio-campo, mas têm sido usados maioritariamente noutras posições.
Na equipa B, o Benfica conta com André Almeida, Leandro Pimenta, Luciano Teixeira, Rúben Pinto, André Gomes, Élvis e Miguel Rosa.
Já agora, acrescento também que o Benfica tem Nuno Coelho, Rúben Amorim e David Simão sob contrato, mas emprestados (Aris, Braga e Marítimo, respectivamente).

Mantendo o 4-2-4 que Jorge Jesus tem usado
Soluções em 4-2-4
Esta situação retira Aimar da equação, pois num meio-campo a 2 jogadores, o argentino não tem resistência para ser uma aposta regular. Também Miguel Rosa seria uma ligeira adaptação visto que é essencialmente um "10". A última hipótese para trinco seria o aproveitamento de Maxi Pereira. Obrigaria a jogar com Cancelo no lado direito da defesa ou a adaptar outro jogador a essa posição. Globalmente, não parece ser o ideal.

No 4-3-3 (/4-2-3-1) alternativo
Soluções em 4-3-3

Aqui daria para encaixar os 3 melhores jogadores do meio-campo no onze inicial e deixaria como segunda opção Bruno César e os jovens da B (André Gomes e André Almeida). Situação semelhante à anterior, com a vantagem de aproveitar Aimar e Bruno César como "10". Também Gaitán poderia jogar nessa posição.

Voltando ao 4-4-2 da primeira época
Soluções em 4-4-2
O grande benefício é ter Carlos Martins e Aimar como opções para a mesma posição, o que permite maior rotatividade sem um decréscimo de qualidade tão significativo. O problema poderá estar nos jogadores que ocupam as posições laterais. Já deixei Bruno César de parte das opções como "10" para que fosse opção nessas posições. Dificilmente Nolito encaixaria neste sistema, Gaitán também poderia trazer algumas dificuldades (obrigaria Carlos Martins a jogar num dos lados do losango, ao estilo de Ramires) e Salvio jogaria mais longe da área.

Conclusão
Eu optaria pelo desenho tático da primeira época de Jorge Jesus no comando do Benfica. O desenho é mais equilibrado que o actual (4 médios em vez de 2) e permitia mais rotatividade ("criava" mais polivalência através de Carlos Martins, Maxi Pereira, Bruno César, Gaitán e Enzo Perez). A minha segunda hipótese seria o 4-3-3. Perde por não descansar Carlos Martins em nenhum momento (Matic a jogar a "8" e André Almeida a "6" ou a hipótese de Maxi no meio tanto a "6" como a "8" manteria a qualidade?). Em último lugar, escolheria o desenho habitualmente usado pelo treinador do Benfica, pois entrega o meio-campo a 2 jogadores, sendo que um deles tem muitos problemas físicos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Liga dos Campeões: Udinese (1) vs Braga (1) - Análise à dinâmica da Udinese

Udinese
3-4-1-2: Brkic (1), Benatia (17), Danilo (5), Domizzi (11), Basta (8), Pinzi (66), Willians (88), Armero (27), Pereyra (37), Fabbrini (31) e Di Natale (10)

Braga
4-2-3-1: Beto (33), Salino (25), Douglão (44), Paulo Vinícius (26), Ismaily (21), Custódio (27), Hugo Viana (45), Alan (30), Mossoró (8), Rúben Amorim (5) e Lima (18)

Desenhos Táticos iniciais e algumas movimentações
3-4-1-2 vs 4-2-3-1
Como se pode perceber na imagem acima, um confronto entre estes 2 desenhos táticos não proporciona um "encaixe" natural entre as 2 equipas. No entanto, podemos observar esse encaixe durante quase todo o jogo devido à dinâmica da equipa da Udinese e dos movimentos dos laterais do Braga. Falo só nos laterais do Braga, pois numa luta entre estes dois desenhos, é natural que haja um sobrecarregamento dos jogadores laterais da equipa que joga numa defesa a 3 (por exemplo: na ala direita da Udinese estão Basta vs Amorim+Ismaily) que é provocado pela subida dos laterais contrários. A imagem seguinte mostra como a dinâmica da Udinese "resolveu" o assunto.
Braga em fase atacante e resposta dinâmica da Udinese
(as setas azuis indicam as referências individuais de cada jogador - os confrontos)

Assim, podemos ver que no caso de Salino e Ismaily terem dado largura aquando da fase atacante em vez de jogarem mais interiores, teriam obrigado Pinzi e Willians a saírem mais das suas posições e abriam espaços maiores entre a linha de 5 defesas e a linha de 4 médios, que podia ter sido aproveitada por Mossoró ou algum jogador que entrasse de uma posição mais recuada (possivelmente Hugo Viana).

Na perspectiva contrária, e porque a Udinese praticamente só atacou em contra-ataque, vemos que mal Basta e/ou Armero passem por Amorim e/ou Alan, respetivamente, podem criar uma situação de perigo. Se do lado esquerdo do ataque do Braga não houve grandes problemas (porque Amorim não é um extremo típico, Basta não fez um grande jogo e também porque Pinzi não saía tanto para o contra-ataque como Willians, libertando Ismaily para a marcação a Basta), já do outro lado, Armero criou imensos problemas, estando inclusive nos 2 lances de maior perigo da equipa italiana: o golo e o lance em que surge isolado, mas remata no chão. Isto ilustra que, o que teoricamente seria uma vantagem para o Braga, tornou-se uma vantagem para a Udinese.

Udinese em contra-ataque: Willians (88) arrasta Salino (25) e Armero (27) fica com a ala livre

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Chelsea - Trio de Apoio ao Avançado

Disposição em campo
Chamou-me a atenção o trio que compõe o meio-campo ofensivo do Chelsea no jogo contra o Reading. Após a saída de Ramires por Óscar, a equipa surgia em campo da seguinte forma:

As posições do trio Óscar-Hazard-Mata são indicativas, pois trocavam muitas vezes


Estatísticas
É um trio muito completo. Todos os jogadores são maioritariamente interiores, mas todos têm capacidade e "natureza de movimentos" que lhes permitem dar largura à equipa. Todos eles podem decidir no 1x1, mas também são capazes dos melhores passes como atesta a quantidade de passes importantes que cada um fez:

Dados do site whoscored.com

Soluções
Tal como no jogo de ontem, por vezes, as coisas correm mal e é preciso forçar mais. Para esses casos, Sturridge, Marin e Piazón podem ser soluções. Principalmente o inglês. Acrescenta velocidade de execução e passada e, sobretudo, verticalidade e objectividade. No fundo, ao contrário dos outros 3 que pensam como médios, Sturridge pensa como avançado. Ainda assim, com poucas soluções para o centro do ataque (Torres, Sturridge e Piazón ?), é provável que Di Matteo o "guarde" mais vezes para ser usado quando Torres precisar de descanso.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Liga Portuguesa: Olhanense (2) vs Estoril (1) - Notas

Olhanense
4-3-3 (duplo pivô): Ricardo | Luís Filipe, Nuno Reis, Vasco Fernandes, Babanco | Fernando Alexandre, Jander, Rui Duarte | Ivanildo, Abdi e Yontcha
Babanco foi uma boa surpresa como lateral esquerdo. Já tinha falado dele no blogue por me ter chamado à atenção como médio mais ofensivo (na posição que hoje foi desempenhada por Rui Duarte) quando jogava no Arouca.
Jander deverá fazer a sua afirmação em Portugal este ano. No ano passado já foi mostrando algumas qualidades, mas teve pouco tempo de jogo.
Veremos o que pode ser Abdi. Tem técnica, velocidade e aceleração. Se for consistente e objectivo pode ser um jogador muito importante para a equipa de Olhão.
Targino deverá ganhar o lugar a Ivanildo nos próximos jogos.
Com a chegada de Rui Sampaio, o Olhanense fica com muitas opções para um meio-campo de qualidade: Nuno Piloto, Rui Sampaio, Fernando Alexandre, Rui Duarte, Jander e Babanco.
Abdi foi um dos destaques do Olhanense

Estoril
4-3-3 (duplo pivô): Renan | Anderson Luís, Steven Vitória, João Pedro, Jefferson | Hugo Leal, Gonçalo Santos, João Coimbra | Tony Taylor, Licá e Luís Leal
Renan parece ser um bom guarda-redes, mas veremos como se comporta em jogos mais difíceis.
Steven Vitória e João Pedro formam uma boa dupla de centrais. Ambos com formação no Porto, são agressivos, mas também sabem jogar. Podem ser a base dos bons resultados da equipa.
Meio escondido, mas bem quando apareceu esteve Tony Taylor. O americano já está em Portugal há algum tempo e pode agora mostrar o seu valor na Primeira Liga.
Atenção à dupla Hugo Leal - Licá. Os passes longos do médio para a velocidade do avançado podem causar muitos estragos.
Em vez de Luís Leal no centro do ataque, Licá (em jogos fora) ou João Pedro (em casa) podem ser melhores opções e Gerso é uma opção válida para as alas. Também preferia ver Carlos Eduardo a iniciar os jogos no lugar de João Coimbra.
Steven Vitória é um dos pilares da equipa canarinha

Empréstimos - Parte 1 - Regras

Os empréstimos era um tema que queria abordar, mas por falta de tempo tenho adiado. Hoje escrevo a primeira parte de 2 textos. Este será sobre as regras vigentes, as que tentaram impor e a minha proposta. O segundo texto incidirá na vantagem (ou não) dos empréstimos para os clubes e para os jogadores.

A nossa Liga
Actualmente, a Liga Portuguesa não impõe restrições ao nível de empréstimos. Nem ao nível de duração, nem ao nível de clubes envolvidos, nem de quantidade. Sinceramente, não sei como é esta época, mas até permitia que uma equipa emprestasse jogadores a outra, beneficiando ambas as equipas da sua utilização (Braga e Vizela tinham esse protocolo em que alguns jogadores eram usados na Liga pelo Vizela e nas competições europeias pelo Braga - ex: Nuno Valente contra o Birmingham e o Club Brugge).

Alteração de regras?
Esta época, houve uma tentativa de mudar as regras não permitindo o empréstimo de jogadores por equipas do mesmo campeonato. O interesse desta alteração era acabar com a dúvida sobre a performance e lesões de jogadores aquando do confronto com o clube com o qual tem contrato. Felizmente, a última palavra cabia à FPF que não aprovou esta medida. Na minha opinião, seria um grande erro. Primeiro, o timing da decisão era muito infeliz. Muitos clubes já tinham previsto a inclusão de jogadores emprestados no plantel e era difícil arranjar alternativas dentro do orçamento da equipa (talvez se entrasse em vigor na época seguinte, não fosse tão má ideia). Em segundo lugar, os empréstimos entre equipas do mesmo escalão são uma boa maneira de realizar negócios a baixo custo por parte de todos os clubes (os maiores reduzem custos com a inclusão de jogadores emprestados, os outros recebem jogadores de boa qualidade a custo quase nulo). E ainda há o benefício para os jogadores que têm hipótese de competir no primeiro escalão do futebol português, o que ainda este ano garantiu a Atsu o lugar na primeira equipa do Porto, por exemplo.

27 jogos, 23 como titular, 6 golos e inclusão na primeira equipa na época seguinte ao empréstimo:
Atsu é um bom exemplo do que devem ser os empréstimos na Primeira Liga

As "minhas" regras
Se acho que as restrições a incluir prejudicariam o futebol português, também não sei se a ausência das mesmas é benéfica. Assim, proponho:
: Máximo de jogadores emprestados inscritos por equipa (por exemplo: 4)
: Máximo de jogadores emprestados inscritos por equipa pela mesma equipa (ex: 1)
: Autorização de empréstimo adicional de meia temporada (Agosto-Janeiro/Janeiro-Maio | ex: 1 jogador)

A primeira serve para limitar a dependência de jogadores exteriores ao clube, a segunda para limitar as dúvidas sobre a "verdade desportiva" e a terceira para cobrir situações excepcionais como vendas de última hora ou lesões prolongadas. Obviamente que todas as regras seriam impostas não nesta época, mas na próxima.

sábado, 11 de agosto de 2012

Brasil: 4-3-1-2 vs 4-2-3-1 - Dinâmica em campo

O Brasil iniciou a final dos Jogos Olímpicos a jogar num 4-3-1-2. As coisas não estavam a correr bem e Mano Menezes alterou para o mais tradicional 4-2-3-1. O que falhou?

4-3-1-2
Neste desenho tático, Mano Menezes procurou ter um jogador a proteger as subidas de Marcelo (Alex Sandro), sacrificando Hulk. Óscar e Leandro Damião procuravam preencher a vaga no lado direito do ataque. Ambas as situações foram prejudiciais para o estilo de jogo brasileiro. A presença de Alex Sandro impedia a explosão de Marcelo e o arranque de Neymar (que precisa/gosta de procurar a bola em zonas mais recuadas para poder "embalar") e as movimentações de Óscar e Damião faziam com que a equipa perdesse referências no centro, fosse o organizador ou o pivô.
Como o Brasil começou o jogo


4-2-3-1
Com a entrada de Hulk e a saída de Alex Sandro, houve um equilíbrio da equipa. Óscar e Damião puderam-se concentrar nas suas acções, Neymar e Marcelo ficaram com mais liberdade de movimentos e o lado direito do ataque ficou ocupado.
Brasil no início da 2a parte
Conclusão
Não pretendo dizer que um desenho seja melhor que o outro (nem seria sensato fazê-lo). Aqui, o objectivo é fazer entender que a dinâmica de uma equipa é complexa. A entrada de Alex Sandro para proteger a equipa dos movimentos ofensivos de Marcelo e Neymar parece ser boa no papel, mas revela-se um fracasso no relvado. Mantendo o 4-3-1-2, a solução para o tornar mais viável poderia ser a inclusão de Danilo no lugar de Rómulo pois daria mais largura na direita e permitiria que Alex Sandro jogasse mais interior. Ainda assim, com a quantidade e qualidade de soluções de que o Brasil dispõe para a frente de ataque, a alteração para outro desenho parece o mais adequado (na minha opinião, aos 60 minutos Danilo podia ter entrado para o lugar de Rafael e Lucas Moura para o lugar de Rómulo/Sandro com Óscar a jogar mais recuado).

domingo, 29 de julho de 2012

Como resolver uma situação de 3x8 por Dani Alves, Messi e Alexis Sanchez



Naturalmente que o título é a brincar, mas a forma como resolvem o problema é tão simples que não podia deixar de colocar aqui o vídeo. (Só não percebi se o toque de Alexis para Dani Alves foi intencional ou não, de qualquer modo...)

sábado, 21 de julho de 2012

Euro 2012 Sub19 - Jogadores

É verdade que não acompanhei a competição com muito detalhe, mas estes foram alguns dos jogadores que me chamaram à atenção
(Formato: Nome - Posição - Clube - Observações)

Espanha
Alejandro Grimaldo - Lateral Esquerdo - Barcelona - 16 anos!
Gerard Deulofeu - Extremo/Segundo-Avançado - Barcelona - Movimentos Atacantes (Recepção, Condução e Passe)
Jesé Rodriguez - Extremo/Ponta-de-Lança - Real Madrid - Finalização e Movimentação
Oliver Torres - Médio Centro - At.Madrid - Passe
Suso - Médio Ofensivo/Extremo - Liverpool - Movimentos Atacantes (Recepção, Condução e Passe)

Jesé Rodriguez - Real Madrid
Estónia
Hannes Anier - Extremo - Odense - Técnica
Hannes Anier - Odense
França
Lucas Digne - Lateral Esquerdo - Lille - Condução de bola
Paul Pogba - Médio Defensivo/Médio Centro - Sem equipa - Organização de jogo
Thibault Vion - Ponta-de-Lança - Porto - Movimentação
Lucas Digne - Lille


Grécia
Giannis Gianniotas - Extremo - Aris - Técnica
Spyros Fourlanos - Médio Defensivo/Médio Centro - Panathinaikos - Passe
Giannis Gianniotas - Aris
Portugal
Agostinho Cá - Médio Defensivo/Médio Centro - Barcelona - Passe
Bruma - Extremo - Sporting - Velocidade
João Cancelo - Lateral Direito - Benfica - Condução de bola
João Mário - Médio Defensivo/Médio Centro - Sporting - Organização de jogo
Tiago Ferreira - Defesa Central - Porto - Raça/Liderança e Saída de bola
João Mário - Sporting

Sérvia
Stefan Dimic - Extremo - FK Rad - Condução de bola
Stefan Dimic (à esquerda) - FK Rad